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Presidente da FMS vai à Câmara para tentar explicar vacinas vencidas

A coordenadora da imunização, Estela de Souza Godoy, também esteve na Casa de Leis ponta-grossense

Juliane Dorosxi, presidente da Fundação Municipal de Saúde.
Juliane Dorosxi, presidente da Fundação Municipal de Saúde. -

Da Redação

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A presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Juliane Dorosxi, utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Ponta Grossa nesta quarta-feira (26) para explicar a motivação do vencimento de quase 6 mil doses de vacinas contra a Covid-19, fato exposto pela CPI da Saúde no início da semana. Após denúncia da vereadora Joce Canto (PSC), integrante da CPI, a Prefeitura Municipal anunciou a redução da faixa etária, de 40 para 35 anos, das pessoas aptas a receber a vacina

"Vacina é algo extremamente importante e a desinformação atrapalha muito o nosso trabalho”, disse Juliane no início da fala, antes de convocar a coordenadora da imunização, Estela de Souza Godoy, para explicar a parte técnica do trabalho de vacinação. 

"O município segue o plano estadual e nacional de imunização. Não tiramos esse plano de qualquer lugar, isso é baseado em estudos científicos e ele coloca que uma pessoa acima de 40 anos pode tomar 4 doses independente de qual for a vacina. A forma dessas vacinas induzirem o processo de imunização são diferentes. Então, estou colocando no paciente vacinas que precisam de uma análise científica e legal", disse Estela. 

Segundo ela, a cautela em baixar a faixa etária seria por conta da necessidade de uma análise técnica e de um respaldo de órgãos superiores, como o Ministério da Saúde. "Quando me questionam que outros municípios estão vacinando, eu não posso responder ao Ministério Público que estou baixando (a faixa etária) por causa de outras cidades se alguma pessoa tiver alguma reação da vacina. Hoje, com segurança e após análise técnica, nós optamos desde a semana passada em baixar. Quem vai responder por essas ações não é o estado, somos nós da equipe de imunização. Me preocupa a credibilidade que vamos ter para conseguir chamar a população para se vacinar", justificou a coordenadora. 

Na sequência, a vereadora Joce Canto (PSC) discordou da justificativa e rebateu o discurso das servidoras da Fundação da Saúde. "As doses estão vencidas sim. Eles (servidores da FMS) vêm aqui na Câmara Municipal falar de desinformação? Esse governo é incompetente, eles deixaram as vacinas vencer. Se tem 1000 doses, tem que aplicar essas doses. Acho um absurdo vir aqui nessa Casa de Leis e tentar confundir a população", disse Joce.

"O que falta nesse governo é gestão. Enquanto está vencendo vacina, a prefeita está fazendo campanha", completou a vereadora, em alusão a participação da prefeita Elizabeth Schmidt (PSD) a um ato de campanha em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na cidade de Guarapuava juntamente com a primeira-dama Michelle.

Em seguida, a presidente da FMS, Juliane Dorosxi, voltou a abordar a motivação da demora em baixar a faixa etária. "Eu preciso ter um estudo e isso vem da parte técnica. A gente está trabalhando de forma séria. Para baixar, é preciso baixar com segurança. Em momento nenhum estamos desrespeitando a CPI da Saúde, só queremos esclarecer as coisas. Temos documentos que provam o que estamos falando", declarou. 

DISCUSSÃO

Um longo debate entre os vereadores e as servidoras da FMS se estendeu por mais de 1 hora. A partir desse momento, alguns parlamentares começaram a cobrar a admissão da responsabilidade por parte da Fundação de Saúde.

"O problema é que nós precisamos reduzir o dano. Eu me coloco no lugar de vocês duas, mas é preciso assumir que foi uma falha, assumir que vocês esperaram, que estavam esperando uma resposta (do Ministério da Saúde), mas vocês tinham que ter tomado alguma atitude. Vencer a vacina é inadmissível. Eu gostaria que vocês fosse tratadas com mais respeito, mas vamos admitir que foi uma falha. Se a CPI da Saúde não estivesse firme, poderia ter ido pro lixo 6 mil doses e coloca em cheque quantas mil doses já foram pro lixo", cobrou Josi do Coletivo (Psol). 

"Deixar vacina vencer é uma vergonha. Não tem justificativa. Nada do que elas falem vai justificar", rebateu Celso Cieslak (PRTB). 

"Hoje temos uma cobertura vacinal para todas as vacinas. Nós estamos trabalhando, estamos com o Ônibus da Vacina, mas estamos trabalhando dentro daquilo que é legal. Todos podem olhar as vacinas, não é algo escondido, mas o Ministério da Saúde é quem vai dizer se podemos utilizar as doses ou não. Isso (a denúncia das doses vencidas) impactou diretamente na credibilidade da nossa vacinação. A gente está sempre à disposição para esclarecer e temos todo o respaldo técnico e legal", finalizou a presidente da FMS. 

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