Arquiteto critica desmonte da história de Ponta Grossa
Profissional cita obras históricas afetadas pelo o que ele chama de “Ponta Grossa: a cidade da marreta”; incêndio desta quinta-feira (29) também é mencionado
Publicado: 29/09/2022, 19:44
Henrique Wosiack Zulian, arquiteto e urbanista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e mestre em Projetos Arquitetônicos pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), fez críticas ao Poder Executivo Municipal sobre a demolição de espaços históricos da cidade. Em artigo encaminhado ao Portal aRede, ele explica que “uma cidade que renega a sua história, condena o seu futuro”. Além disso, o profissional falou sobre o incêndio que atingiu galpões da antiga Rede Ferroviária, nesta quinta-feira (29), em Ponta Grossa – leia a notícia clicando aqui.
No texto, Henrique inicia destacando a demolição da “catedral histórica” do Município. Além disso, questiona os “acidentes e incêndios em tão pouco tempo”. “Não interessa o tamanho da construção e nem o seu sítio ou contexto, uma parte de nós vira entulho para dar lugar a mais uma farmácia de construção pobre e placas publicitárias grandes e cafonas”, critica os responsáveis pela área, da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG).
Na sequência, o arquiteto e urbanista cita a recente demolição do edifício Lange, na rua XV de Novembro. “Um dos principais cenários da nossa história vai dar lugar a mais uma estrutura pré-fabricada, pastilhada, sem graça e sem contexto algum”, reforça. Por fim, Henrique fala sobre o incêndio desta quinta-feira (29). “Portal de entrada de um dos principais bairros da cidade, e cartão de visitas de parte da nossa história, está em chamas. Nossa cultura está abandonada”, comenta ao Portal aRede.
Questionamentos
Ao final do artigo, Henrique pergunta “onde estão os órgãos responsáveis? Secretaria de Cultura? Onde estão os incentivos? Onde está a proteção da nossa cidade e do nosso passado? Até quando vamos seguir com esse descaso? Essa pura e simples vergonha?”, enfatiza, finalizando com a seguinte afirmação: “É impressionante como o ponta-grossense gosta de uma marreta”, ao encerrar o artigo sobre a demolição de construções históricas.