'SAMU na Escola' reúne professores da rede pública de PG
Mais de 100 profissionais receberam formação de primeiros socorros nesta sexta
Publicado: 03/09/2022, 15:37
Nesta sexta-feira (2), professores e assistentes dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) receberam um treinamento de primeiros socorros através do Projeto 'SAMU na Escola', uma parceria entre a Secretaria de Educação de Ponta Grossa, Consórcio Intermunicipal SAMU Campos Gerais (CIMSAMU) e Fundação Municipal de Saúde (FMS).
Durante a formação, foram abordados temas como acionamento ao SAMU: como realizar e o que informar ao atendente; abordagem primária à vítima; manobra de desobstrução de vias aéreas; parada cardíaca: como identificar, causas e manobra de reanimação; sangramento ou hemorragia: tipos e como controlar; sangramento nasal: causas e tratamento; cortes e fraturas: tipos e o que fazer; queimaduras: classificação e cuidados; convulsões: causas, sinais e recomendações; desmaio: causas, sintomas e recomendações; e emergências clínicas.
A professora Manuela Taborda, Assessora Pedagógica da Secretaria de Educação, apresentou aos colegas um relato pessoal sobre a importância da formação em primeiros socorros. “Eu faço parte da Rede Municipal desde 2005. Então, naquele ano, uma das primeiras formações que participei dentro da escola, foi justamente sobre primeiros socorros. Eu fiz essa formação, assim como vocês, escutando as mesmas informações”, conta. “Anos depois, em 2013, a minha filha, quando tinha 1 ano e 6 meses, em segundos, num piscar de olhos, sumiu. E onde ela estava? Infelizmente na piscina, já boiando. Foi então que eu usei tudo que eu aprendi em uma tarde como essa de hoje”, relata.
“Eu fiz uma manobra que vocês vão aprender hoje e acredito que aquilo foi essencial para dar tempo de salvar a vida dela”, afirma. “Enquanto eu reanimava a minha filha, minha mãe ligou para o SAMU e eu consegui falar com o médico, que me orientou sobre o que fazer. Mesmo o médico me auxiliando, eu estava desesperada, se não soubesse como agir, talvez eu não conseguisse ou não entendesse como proceder. Por mais que o SAMU venha muito rápido, esses segundos fazem a diferença”, diz. “A manobra para desafogar é muito simples, mas precisamos saber fazer”, finaliza.
Para Scheila Mainardes, Diretora do CIMSAMU, a capacitação é relevante para o dia a dia na escola e também na vida de modo geral. “Alguma pessoa, em algum momento, vai ter uma situação de urgência com a família, na rua, na escola, e ter esse conhecimento de como agir em situações de urgência é extremamente importante”, diz. “Queremos estar, na sequência, nas escolas orientando os alunos, para que também tenham conhecimento sobre o serviço do SAMU e a importância de não passar trote para o 192 e 193”, conta.
Rinaldo Levandoski, Diretor de Enfermagem do CIMSAMU, destaca que a formação oferece segurança aos professores para agir corretamente no caso de uma emergência. “Os professores capacitados vão ter mais segurança quando houver um acontecimento desse tipo na escola. Quando você tem segurança, você sabe o que tem que fazer e faz da melhor maneira possível”, garante. “Isso salva vidas, com certeza”, defende. “Sem contar que eles vão poder replicar para os colegas, que não puderam estar aqui ou que ainda não participaram. Quanto mais pessoas souberem o que é necessário fazer, facilita na atenção”, acrescenta. “Há situações em que, até o SAMU chegar, se a pessoa que está no local conseguir fazer o que deve ser feito, vai salvar a vida da pessoa, com certeza”, diz. “Pode ser que o que aprendemos hoje salve uma vida. Se conseguirmos salvar uma única vida, já vai ter valido a pena”, afirma Levandoski.
Para a Assessora Pedagógica da Secretaria de Educação, Ana Flávia Bobato a formação é especialmente importante para este grupo, que está entrando na Rede Municipal agora e atende crianças de 0 a 3 anos. “É fundamental que eles tenham esse conhecimento das práticas de primeiros socorros, para que estejam preparados e, no momento de emergência, eles saibam quais atitudes tomar, o que precisam saber e que tenham segurança em prestar o melhor atendimento em uma situação que a gente não quer que aconteça, mas que precisamos ter a equipe treinada”, diz.
“Essa faixa de idade que eles atendem, de 0 a 3 anos, é a que registra a maior parte das intercorrências, como obstrução de vias aéreas, queimaduras, fraturas, então é muito importante que os professores estejam preparados para prestar o primeiro atendimento até o socorro chegar”, explica o socorrista Diogo Emanuel da Silva. “A falta de informação é um ponto muito crítico. É necessário saber o que fazer em cada situação e também como acionar o SAMU, o que informar”, defende. “É uma via de mão dupla: a vítima ganha, porque recebe o primeiro socorro adequado; e o serviço, o SAMU, por ter mais informações e enviar o serviço correto para a ocorrência”, diz.
As assistentes de Educação Infantil que participaram da formação, Caroline de Oliveira e Amanda Peiter, destacam a importância dessa formação para a equipe escolar. “É muito importante porque estamos trabalhando com a vida de crianças, de pessoas. É muita responsabilidade. Precisamos estar preparados para uma situação de emergência, porque é o bem mais precioso das famílias que está ali”, diz Amanda. “É importante até mesmo para orientar colegas que não puderam fazer o curso e serve também para a minha vida pessoal, porque tenho um filho pequeno”, acrescenta Caroline. “Caso ele engasgue, se afogue, eu já tenho em mente como proceder até o socorro chegar. E também vou saber o que falar ao atendente do SAMU, e não ficar desesperada, porque a minha fala pode salvar uma vida”, diz.
As informações são de assessoria