Carta da Democracia foi lida por professores de Direito em PG
Ato foi realizado na noite da última quinta-feira, na Praça Santos Andrade.
Publicado: 13/08/2022, 16:04
O ato para leitura da Carta nacional em Defesa da Democracia em Ponta Grossa reuniu cerca de 300 pessoas, segundo a organização do evento, na Praça Santos Andrade, entrada principal da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no início da noite de quinta-feira (11). A leitura da carta foi feita pelos professores do curso de Direito da UEPG, Vanderlei Schneider e Dircéia Moreria, diretores do Setor de Ciências Jurídicas da instituição.
O movimento foi em adesão ao evento de repercussão nacional, realizado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) pela manhã de quinta-feira (11), no interior do prédio da Instituição no Largo de São Francisco, região central de São Paulo. O ato em São Paulo e transmitido ao vivo pela internet foi aberto pelo reitor da USP, Carlos Alberto Carlotti Junior. A carta em Defesa da Democracia lançada em 26 de julho passado por juristas da Faculdade de Direito da USP já ultrapassou mais de 900 mil assinaturas pela internet.
A Carta em Defesa da Democracia denuncia os riscos do País com as constantes ameaças do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), de ataques às Instituições do Estado Brasileiro em ano de eleições gerais, principalmente ao sistema eletrônico de votação.
Em Ponta Grossa, o ato convocado nas redes sociais pela Frente Ampla Democrática (FAD) contou com presença de movimentos sociais populares e estudantis, grupos culturais, sindicatos de trabalhadores de vários seguimentos, como professores, comerciários e alimentos, e lideranças políticas locais. No espaço do ato, foram fixados cartazes “Democracia Sempre” e um varal de fotografias em preto e branco de registros da violência na ditadura militar.
A presidente da Associação de Pós-Graduandos da UEPG, Isabela Gobbo, abriu o ato com referência às comemorações do 11 de agosto, data nacional do Dia do Advogado e também Dia do Estudante. Gobbo citou também a primeira Carta pela Democracia de 1977, quando o País ainda enfrentava o período militar.
Em seguida, antes da leitura da Carta em Defesa da Democracia, o professor Vanderley Schneider destacou em sua fala introdutória “a repulsa” ao autoritarismo: “Tendo como referência a Carta as Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, cuja primeira versão foi apresentada há 45 anos, quando na célebre reunião de alunos e professores do Curso de Direito da USP, que no Largo de São Francisco, reunidos celebravam o aniversário de 150 anos da instalação dos Cursos de Direito no Brasil. Hoje, nós, como cidadãos, neste espaço público, aliás nesta praça pública, na Praça Santos Andrade, também nos reunimos em defesa da Democracia e em repulsa a qualquer discurso em alusão ao autoritarismo e estado e exceção”.
Schneider também destacou a importância do momento: “Ecoamos em alto e bom tom: não ao autoritarismo, queremos eleições livres e tranquilas, repudiamos a mentira e repugnamos qualquer discurso antidemocrático. Exteriorizamos nossa luta por democracia, pelo direito, pela educação de qualidade e socialmente referenciada, capaz de construir uma sociedade mais justa, crítica e igualitária”.
Ao iniciar a leitura da Carta, a professora Dircéia Moura destacou homenagem aos que lutaram pela democracia: “Vou ler esta Carta não só por nós que estamos aqui, mas por todos aqueles que perderam a vida para que nós estivéssemos aqui”.
Seguida a leitura da Carta, fizeram fala representes de várias entidades: presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Merinson Santos (Mero); represente da União Juventude Comunista, Murilo Stefano; o presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG, Paulo Eduardo Mello; presidente do Sindicato da Indústria dos Alimentos, Luís Santos (Didi); presidente da App-Sindicato, Tércio Nascimento; representante do movimento Poder ao Povo Preto, Aimé Alves; representantes da ocupação Ericson Duarte em Ponta Grossa, Lourival Junior e Leandro Santos Dias, da Frente Nacional de Lutas (FNL); e Célio Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Com palavras de ordem “Democracia Sempre” e “Fora Bolsonaro”, o ato foi encerrado pouco antes das 19h30, com a cultural hip hop por Mero, Rafael Pacher e a DJ Maria Teresa (Terê). A cobertura ao vivo de todas as falas e apresentações culturais durante o ato está disponível na página da Frente Ampla Democrática no Facebook https://www.facebook.com/fadpontagrossa
Com informações da Frente Ampla Democrática-PG