Mortes disparam em PG com auxílio de policial militar
Operação integrada investiga participação de oficial da PM em organização criminosa que atua no tráfico de drogas na região
Publicado: 28/06/2022, 11:58
Operação integrada investiga participação de oficial da PM em organização criminosa que atua no tráfico de drogas na região
Uma operação conjunta entre Ministério Público do Paraná, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Civil foi às ruas de Ponta Grossa na manhã desta terça-feira (27) para a ‘Operação Pax’, que investiga uma organização criminosa armada que estaria envolvida no tráfico de drogas e armas no município, e também por uma série de homicídios ocorridos na região. Clique na imagem ou no player e assista o vídeo.
Entre os investigados está um policial militar suspeito de auxiliar o grupo criminoso com o fornecimento de informações privilegiadas e sigilosas, contribuindo para o tráfico e as mortes. O oficial, inclusive, é investigado por suposta participação na execução de Eloisa Maria Reis Guimarães, de 37 anos, ocorrido em março deste ano; a advogada estava com a cabelereira no Residencial Buenos Aires e foi morta a tiros por dois homens, que também alvejaram a assistente da profissional – a segunda vítima sobreviveu ao atentado.
O policial também foi alvo de duas buscas e apreensões, cujos mandados foram expedidos pela Vara da Auditoria da Justiça Militar do Paraná, e está suspensão das funções pode decisão do Poder Judiciário. A reportagem do Jornal da Manhã/portal A Rede procurou a assessoria de comunicação do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM) para comentar a investigação em andamento, porém não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Prisões
Juntamente com as investigações contra o PM, foram cumpridos sete mandados de prisão em Ponta Grossa e também no Estado de São Paulo, além de dois veículos e duas armas de fogo (uma pistola e um revólver) apreendidas; uma mulher de 22 anos foi presa em flagrante pela posse das armas, que são de uso restrito, além de apreensões realizadas visando a coleta de provas para as investigações. No município, a operação foi realizada nos bairros Contorno, Chapada e Uvaranas; entre os procurados pela ‘Operação Pax’, três suspeitos estão foragidos da Polícia.
Execuções em série
A organização criminosa estaria diretamente ligada ao tráfico de drogas, que está no centro de uma série de execuções realizadas em Ponta Grossa nos últimos meses. Os homicídios teriam como motivação a disputa entre criminosos para dominação do mercado local e regional de drogas, com vítimas sendo executadas sem qualquer possibilidade de defesa, em dezenas de disparos de armas de fogo, sendo utilizadas, em algumas execuções, armas de calibres restritos e fuzis.
“Esta disputa territorial resultou em dezenas de homicídios, o que ele elevou a quantidade de crimes dolosos contra a vida para um patamar muito acima do restante do Estado”, ressaltou o Promotor de Justiça Antônio Juliano Souza Albanez, do Ministério Público do Paraná em Ponta Grossa. Quem também destacou o trabalho realizado pela operação foi o delegado-chefe da 13ª Subdivisão Policial no município, Nagib Nassif Palma. “É uma incursão importante para combater a criminalidade na região, especialmente na questão dos homicídios e tráfico de drogas, das execuções ocorridas neste período”, comenta.
Comando do 1º BPM emite nota
Na manhã de 28 de junho de 2022, após Operação conjunta entre o Ministério Público do Paraná, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e a Polícia Civil do Paraná, foi deflagrada a Operação PAX.
Essa Operação resultou em cumprimentos de Mandados de Prisão e Busca e Apreensão em diversos endereços. Desses mandados de Busca e Apreensão em um dos endereços foi ainda cumprido um mandando de suspensão da função pública de um Policial Militar integrante do 1º BPM.
Toda a ação foi acompanhada pela Corregedoria da Polícia Militar do Paraná. Ressalta-se que a Polícia Militar não compactua com qualquer prática delituosa de seus membros.
Após cumprido os mandados, as investigações terão prosseguimento, sendo conduzidas pelo Ministério Público do Paraná.