Ponta Grossa tem o maior PIB industrial do interior do PR
Valor Adicionado da indústria, de quase R$ 4,6 bilhões, revelado no último PIB, é o 53º maior do Brasil. Dia da Indústria é celebrado nesta quarta-feira, dia 25
Publicado: 24/05/2022, 20:59
Valor Adicionado da indústria, de quase R$ 4,6 bilhões, revelado no último PIB, é o 53º maior do Brasil. Dia da Indústria é celebrado nesta quarta-feira
Nesta quarta-feira, dia 25 de maio, é celebrado o Dia da Indústria. É a data de um dos setores mais representativos para a economia ponta-grossense, que gera cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB; ou seja a soma da geração de todas as riquezas) municipal, setor que movimentou R$ 4,6 bilhões (Valor Adicionado Bruto da Indústria) em 2019, ano do último levantamento oficial, divulgado pelo IBGE. Ponta Grossa tem o maior parque industrial do interior do Paraná – o Valor Adicionado da indústria dos outros municípios mais industrializados do interior, Londrina e Maringá, por exemplo, atingiu R$ 3,2 bilhões.
Esse valor do PIB coloca Ponta Grossa na 53ª no ranking nacional no âmbito da geração de riquezas na indústria, com uma participação de 0,33% de toda a produção industrial nacional. Ou seja: a cada R$ 300 gerados em riquezas no ramo industrial no país, R$ 1 sai de Ponta Grossa. Entre os outros maiores municípios paranaenses, apenas Araucária e São José dos Pinhais têm na indústria a sua maior fonte de geração de riquezas. Em Ponta Grossa, a indústria fica atrás do setor de serviços em geração de riquezas, mas entre elas é a única que tem a indústria na segunda colocação: Cascavel, Curitiba, Guarapuava, Londrina e Maringá têm no comércio a sua segunda maior fonte de riquezas, atrás do setor de serviços.
Essa industrialização em Ponta Grossa despontou ainda no século XIX, com a instalação da cervejaria que viria a se tornar a Adriática, no centro da cidade, em 1894. A industrialização ‘explodiu’ na cidade entre o final dos anos 1960 e início dos anos 1970, com a instalação das grandes moageiras (Cargill, Sanbra [hoje Bunge] e Coimbra [hoje Louis Dreyfus]), no primeiro ciclo industrial. A industrialização acelerou com o segundo ciclo, a partir da segunda metade dos anos 1990, com Kaiser [hoje Heineken], Tetra Pak, Continental, Masisa [hoje Arauco], entre outras; e posteriormente com o terceiro ciclo, iniciado em 2011, e que segue até hoje, com anúncios de expansão e novos aportes, como DAF, Ambev, Madero.
José Loureiro, secretário municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, destaca que essa industrialização foi fundamental para o crescimento de Ponta Grossa nos últimos anos, acima da média estadual e nacional, especialmente pela geração de riquezas e movimentação econômica que as indústrias trazem. “Buscamos sempre trazer indústrias porque, além de gerar impostos para o município, que é importante, fomenta a geração de emprego, o que é muito relevante. Uma indústria movimenta, de forma direta e indireta, 300, 400, 500, até mais de mil vagas de emprego, e como a indústria paga mais que outros setores, Eleva o potencial de consumo, e ajuda a cidade a se desenvolver, movimentando o comercio e os serviços”, destacou.
Industrialização traz benefícios sociais
O secretário José Loureiro reforça que a industrialização também traz benefícios sociais. “Indústrias geralmente têm planos de saúde e de odontologia, e com isso ele e a família não ficam dependendo dos postos de saúde, e isso ajuda o município”, alega o secretário. “Por isso é melhor conceder benefícios fiscais e perder receitas por alguns anos, porque ao atrair indústrias, vamos gerar muitos empregos, que vão movimentar a economia e retornar com outros impostos, como o ISS que os terceiros vão gerar, ao trabalhar para essas indústrias. E aí começa o ciclo de desenvolvimento”, conclui.
Investimentos em execução em PG passam de R$ 4 bilhões
A cidade de Ponta Grossa segue em fase de grande industrialização. Entre as indústrias que realizam ampliações estão a Heikenen, a Ambev, a Continental, a DAF, o Madero, a Makita, a Agrocete, a Águia, a Biofragrane e a Chesiquímica, totalizando investimentos que superam os R$ 2 bilhões. Entre novos investimentos em execução estão os R$ 102 milhões investidos pela Tatra, em uma fábrica de caminhões; os R$ 460 milhões da Unium, em uma queijaria; e o montante de R$ 1,6 bilhão, inicial, da Maltaria Campos Gerais, projeto da intercooperação. Esse projeto, no entanto, alcançará R$ 3 bilhões em sua segunda fase, projetado para ser concluído até 2032. Além disso, o município aguarda a resposta da Nissin, que projeta investir até R$ 1 bilhão em uma nova indústria, que pode ser na cidade; assim como a resposta da Ambev, que investirá R$ 870 milhões em uma fábrica de vidros no Paraná.
Tetra Pak, Heineken e Ambev lideram em geração de riquezas
Em 2020, a empresa que teve o maior valor adicionado (lucro bruto) foi a Tetra Pak. A empresa de embalagens liderou o ranking com mais que o dobro de vantagem sobre a segunda colocada, a cervejaria Heineken, ao passo que a terceira colocada foi a cervejaria Ambev. As duas cervejarias, aliás, são as empresas da cidade que mais pagam ICMS para o estado, imposto que retorna em 25% para os municípios. Depois, no ranking do VA, aparecem a Continental, a Crown, a Bunge, a Cargill, a Louis Dreyfus e a LP Brasil.