Instituições e lideranças são contra fim da TVE | aRede
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Instituições e lideranças são contra fim da TVE

Políticos, cursos de Jornalismo e sindicatos se manifestaram pelo não encerramento das atividades da televisão.

Projeto de lei da Prefeitura visa a realizar alterações na Funepo, o que ocasionaria o fim da TV Educativa.
Projeto de lei da Prefeitura visa a realizar alterações na Funepo, o que ocasionaria o fim da TV Educativa. -

Rodolpho Bowens

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Políticos, cursos de Jornalismo e sindicatos se manifestaram pelo não encerramento das atividades da televisão

Com a possibilidade da extinção da TV Educativa de Ponta Grossa (TVE/PG), por meio do Projeto de Lei (PL) nº 339/2021, que faz alterações na Lei nº 6.801/2001 e realiza mudanças na Fundação Educacional de Ponta Grossa (Funepo), lideranças políticas e diversas instituições têm se mobilizado contra o fechamento da televisão pública ponta-grossense. A proposta foi apresentada pela Prefeitura Municipal (PMPG) e tem como objetivo enxugar os gastos públicos, já que, segundo a prefeita Elizabeth Silveira Schmidt (PSD), 97% do orçamento do ano está comprometido e somente há 3% para investimentos na cidade.

Atualmente, a proposta está ‘em vistas’ no Poder Legislativo, já que em 16 de dezembro de 2021, o líder do Governo Municipal na Câmara, Filipe Chociai (PV), pediu para retirar o PL da ‘Ordem do Dia’. Com isso, a proposta vem sendo, mais especialmente neste ano, no retorno das atividades legislativas, debatida na sociedade. Inclusive na última quinta-feira (17), a ‘Frente em Defesa da TV Educativa de Ponta Grossa’ realizou uma audiência pública, no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Grossa (SindServ), para discutir o tema. Na ocasião, o presidente da Funepo e atual secretário da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), Alberto Portugal, não esteve presente - inclusive nenhum diretor da TVE/PG.

E nesta sexta-feira (18), o Portal aRede propôs um debate, nos estúdios de Jornalismo, para ouvir pessoas que defendem a extinção da TV Educativa, como também escutar aqueles que são contra seu fim. Entretanto, somente Marcelo Bronosky, professor e membro da Funepo, esteve presente - nenhuma liderança do Poder Executivo e/ou apoiadores decidiram participar da conversa - foi proposto o envio de um vídeo, mas isso também não aconteceu. Confira a transmissão clicando aqui.

Prefeita cita economia

No início deste ano, a prefeita argumentou a necessidade de fechar a televisão pública. “Hoje, no Paraná, nenhuma cidade do porte de Ponta Grossa mantém uma repetidora. Precisamos ter coragem e parar uma estrutura que custa quase R$ 2 milhões por ano”, disse. Entretanto, esse valor, sugerido pela Prefeitura, não seria totalmente correto. Em 2021, R$ 1.370.078,63 foram repassados à TV, sendo que R$ 1.164.137,13 foi para pagamento de pessoal. Mesmo com a extinção da TVE/PG, os funcionários concursados serão direcionados para outros setores e continuarão recebendo esse valor. Portanto, não ocorrendo essa economia sugerida pelo Poder Executivo. Nesse caso acima, seria uma redução de gastos de aproximadamente R$ 205 mil ao ano, valor abaixo dos R$ 2 milhões indicados pela Prefeitura.

Instituições e sindicatos

Um abaixo-assinado foi criado com o objetivo de fortalecer o movimento contra o fim da TVE/PG. Além disso, dentre os ‘grupos’ que já manifestaram apoio a televisão de Ponta Grossa são:

- Sindicato dos Trabalhadores(as) nas Indústrias Metalúrgicas e elétricas de Ponta Grossa e região;

- Curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – graduação;

- Curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – mestrado;

- Curso de Jornalismo do Centro Universitário Santa Amélia (UniSecal) – corpo docente;

- Sindicato dos Radialistas Profissionais e dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Estado do Paraná;

- Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce);

- Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj);

- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR);

- Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg);

- Coletivo Dino Colli (CDC OFEC);

- Associação Avante Fantasma (AAFA);

- Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej);

- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR);

- Torcida Organizada Trem Fantasma;

- Academia de Letras dos Campos Gerais (ALCG);

- Instituto Nacional de Direitos Humanos da População de Rua (INRua);

- Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Políticos

Já entre as lideranças, o deputado federal Aliel Machado (PSB) afirmou que a “TV Educativa é uma das conquistas do Município de Ponta Grossa. Poucas cidades do Brasil têm a oportunidade de ter uma TV pública à disposição da população. E agora, corremos o risco de perde-la. É muito mais barato usar a TVE do que ficar contratando serviços privados, como outras cidades fazem. Além disso, defender a TV Educativa é defender a questão cultural do Município de Ponta Grossa. Se nós perdermos a televisão, não será possível recuperá-la no futuro, e isso trará um prejuízo imenso”, ressaltou.

O deputado estadual Plauto Miró Guimarães (União) explicou que “nessa desculpa, de fechar a TV Educativa para economizar, não tem lógica, não é verdadeira. Prefeita, vereadores, se aprofundem nessa questão e se o Município tiver uma tranquilidade, um equilíbrio, ele verá que não é fechando a televisão que vai resolver o problema das finanças da cidade de Ponta Grossa”, comentou o parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Para o vereador ponta-grossense Geraldo Stocco Filho (PSB), “me posiciono contra o fechamento da TV Educativa pela importância que é a nossa cidade ter um sinal de televisão aberta. Somente um dos belíssimos exemplos foi no ano passado, onde todas as crianças receberam educação de forma gratuita. E mais. Com isso, nosso Município não precisou pagar para outra emissora replicar as aulas ministradas pela Secretaria Municipal de Educação (SME). Nós precisamos investir para que mais programas possam acontecer e levar mais conteúdo de qualidade para as pessoas”, enfatizou.

Quem também se manifestou foi o ex-prefeito Jocelito Canto (sem partido). Segundo ele, “a TV Educativa é patrimônio da cultura e da educação. Agora na pandemia, fez a diferença. Não podemos fechar a TVE/PG. Precisamos fazer seu papel de interligar a região, melhorar a programação e valorizar a cultura. Não devemos fechar a TV Educativa nunca. E tem mais um compromisso da professora Elizabeth, de Espanhol e Inglês ensinados por meio da televisão pública. Transmitir as sessões da Câmara. A TV Educativa é nosso patrimônio”, ressaltou.

Por fim, o empresário e ex-deputado Marcio Pauliki explicou que “da forma que a TV Educativa trabalhou nos últimos anos, onde praticamente virava um cabide de emprego, realmente não estava correto. Mas isso não quer dizer que precisa extinguir, acabar com a televisão. Ela precisa voltar ao seu processo de origem, as suas propostas, que é valorizar os pratas da casa, a educação, principalmente por conta da pandemia. Então, ela precisa passar por uma remodelação, e ter também a sua força comercial, para se autossustentar. Acabar com ela não é o melhor remédio, não é o melhor caminho”, concluiu a liderança.

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