Cargill projeta iniciar fabricação de novo produto neste ano

A história da multinacional Cargill no Brasil está diretamente ligada com Ponta Grossa. Foi no município, às margens da BR-376, que a companhia norte-americana instalou sua primeira fábrica no país, inaugurada em 1973, sendo uma das primeiras multinacionais a investir na cidade. Foi esse investimento, em um complexo moageiro, junto com outros aportes, que tornou Ponta Grossa na ‘Capital Mundial da Soja’.

Esse marco histórico tem bastante reconhecimento junto aos colaboradores da unidade, explica o superintendente da planta da Cargill de Ponta Grossa, Klayton Araújo. “Ponta Grossa é um símbolo importante da Cargill no Brasil. Foi a primeira cidade que recebeu uma unidade fabril, 51 anos atrás, então temos esse orgulho de ser a unidade pioneira da Cargill no Brasil. E esse sentimento se propaga para todos os nossos colaboradores, que sabem o quanto é importante estarmos aqui”, destaca. Hoje, a unidade conta com 250 colaboradores diretos.

A planta fabril, que faz o processamento de grãos, produz uma ampla linha de produtos na cidade, explica Klayton.

  "Temos a fabricação do farelo de soja, o qual serve para alimentação animal, nutrição animal (...). Podemos produzir produtos com qualidade, produtos premium, como, por exemplo, o SoyPass. Temos, na parte do óleo, o óleo degomado, que também possui uma função importante, desde, por exemplo, a fabricação de biodiesel; e nós temos uma grande variabilidade de farelos. Então isso também nos leva a ser uma planta bem flexível."

Essa produção é destinada não apenas para o mercado nacional, mas também para a exportação. E nesse ponto, a localização estratégica de Ponta Grossa tem um papel fundamental para a companhia. “A planta de Ponta Grossa tem uma presença importante na exportação, graças à nossa proximidade com o Porto de Paranaguá. E a ferrovia é fundamental para nós, porque conseguimos também levar esse farelo de soja para outros locais do mundo, então isso é fundamental para nossa estratégia”, reforça o superintendente. Outro benefício de estar em Ponta Grossa é a qualidade da soja produzida na região, explica Klayton.

“Um item extremamente importante é a qualidade da soja na nossa região dos Campos Gerais. É uma soja de boa qualidade, e isso nos ajuda na sequência de produzir produtos com mais alta performance. Então a estratégia nossa em comparar na proximidade com as cooperativas, a proximidade com os produtores, também é fundamental. Isso levamos com um grande valor também, toda essa organização, o produto de qualidade”, aponta, destacando ainda a mão de obra qualificada, com muitas universidades. “As pessoas sempre estão em primeiro lugar, e isso fica claro para nós. E como consequência, conseguimos ter sempre produtos com muita qualidade, com todos os parâmetros de processo, o que é fundamental para o nosso trabalho”, completa.

INVESTIMENTO MILIONÁRIO - No primeiro semestre, a Cargill confirmou ao Grupo aRede um investimento de R$ 20 milhões na ampliação de sua linha de produtos para o início da fabricação de lecitina. “Estamos na etapa de construção do novo produto, que é a lecitina, que é um derivado do óleo de soja. É um investimento importante e estamos trabalhando para todo o projeto ter licença de fabricação e começar a fabricação no final deste ano. É um novo produto, que entra no mercado das mais derivadas aplicações de lecitina, de cosméticos, entre outros, que trará um diferencial para a nossa planta”, disse. Além disso, ele mencionou um investimento recente de cogeração energética, concluído em 2023, fundamental para a planta produzir parte do que consome em energia.

LOGÍSTICA REVERSA - Diante de tanta história com o município, Klayton afirma que a empresa busca retribuir à comunidade ponta-grossense toda essa acolhida e essa parceria, destacando projetos sociais, como a logística reversa, com inúmeros pontos de coleta na cidade de óleo de cozinha usado (a lista completa está no site www.liza.com.br). “Ponta Grossa é uma cidade realmente que traz crescimento, enquanto foco nessas multinacionais (...). E buscamos colaborar muito com isso, trazendo a capacitação para as pessoas, a inovação, e, em contrapartida, levar à nossa comunidade essa proximidade: como que a gente pode contribuir, desde a rede de voluntariado e com geração de empregos. Para nós, é uma cidade muito estratégica, a gente tem muito respeito e muito orgulho de estar aqui”.