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A estreia literária de Péricles de Holleben Mello em Melodia de Uvaranas

Entre memórias, cidade e identidade, um livro que revela o poeta por trás da figura pública

Péricles Mello, ex-prefeito de Ponta Grossa, lança livro
Péricles Mello, ex-prefeito de Ponta Grossa, lança livro -

Publicado por João Victor Lourenço

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O ex-prefeito, ex-deputado estadual e nome histórico da vida pública de Ponta Grossa, Péricles de Holleben Mello, prepara-se para um movimento raro entre figuras políticas: fazer da poesia uma forma de apresentação de si ao mundo. No dia 5 de dezembro, às 19h, no Cine-Teatro Ópera, ele lança Melodia de Uvaranas, seu primeiro livro, publicado pela Editora UEPG e apresentado por Miguel Sanches Neto — reitor da UEPG e um dos romancistas mais premiados e respeitados da literatura brasileira contemporânea.

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  • A obra visual enfatiza o vínculo afetivo do autor com o bairro onde cresceu.
    A obra visual enfatiza o vínculo afetivo do autor com o bairro onde cresceu.
  • A obra visual enfatiza o vínculo afetivo do autor com o bairro onde cresceu.
    A obra visual enfatiza o vínculo afetivo do autor com o bairro onde cresceu.
  

A obra reúne poemas escritos ao longo de décadas, muitos deles preservados em cadernos pessoais, anotações avulsas e lembranças revisitadas. Longe de ser um livro “sobre política”, Melodia de Uvaranas revela um lado íntimo e pouco conhecido de Péricles: o observador atento da vida cotidiana, do bairro onde cresceu, das pessoas que moldaram sua formação e dos acontecimentos que marcaram sua trajetória humana. “A poesia sempre foi um espaço de silêncio e organização interior”, conta Péricles. “São imagens que me acompanharam por anos e que, agora, decidi reunir para tentar compreender o sentido que tiveram.”

Um livro sobre a formação de um olhar

A estrutura dos poemas é marcada por cenas simples — ruas, vizinhos, personagens anônimos, ritos familiares — que, em conjunto, revelam a construção de um olhar sobre a cidade e suas transformações. O bairro de Uvaranas, mais do que cenário, funciona como eixo identitário e afetivo.

“Memória”. A ilustração dialoga com os temas de lembrança, formação e passagem do tempo presentes no livro.
“Memória”. A ilustração dialoga com os temas de lembrança, formação e passagem do tempo presentes no livro. |  Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa.
 

Há, nos textos, um equilíbrio entre memória e reflexão: nada do que é narrado tem caráter saudosista, mas tudo é atravessado por uma delicadeza que transforma experiências ordinárias em matéria literária.

Esse ponto é destacado por Miguel Sanches Neto em sua apresentação ao livro. Autor de obras como Um Amor Anarquista e A Máquina de Madeira, vencedor de prêmios como o Cruz e Sousa e o Prêmio Paraná de Literatura, Miguel enxerga em Melodia de Uvaranas uma contribuição singular à tradição literária do Sul do Brasil: um conjunto de poemas que articula identidade local, vida pública e sensibilidade íntima.

Segundo ele, “o poeta traduz nestes textos sua alma de amante no sentido mais amplo. É o amor pelas mulheres, em momentos diferentes, pela companheira, mas é também o amor por cidades, pelas netas e pelo tempo que lhe coube viver. Amor pela vida, sentimento que o caracteriza como uma sensibilidade que fez do contato com o outro, presente ou apenas intuído, uma profissão de fé.”

Lançamento que une literatura, artes visuais e performance

O evento de lançamento foi concebido como uma experiência artística ampliada. Além da sessão de autógrafos, o público terá acesso à exposição de ilustrações de Douglas Mayer, criadas especialmente para o livro, e aos cartazes de Luiz Fernando Esteche, que dialogam com a atmosfera poética da obra. A curadoria da exposição é de Patrícia Câmera e Mariângela Digiovanni.

Segundo Patrícia, em texto que está no cartaz de abertura da exposição, “As atmosferas e fragmentos pictóricos buscam traduzir visualmente o caráter memorialístico do livro. O visitante é, assim, convidado a observar as paisagens, os lugares e os personagens para vivenciar e construir seu próprio território afetivo.”

A programação inclui ainda um recital poético dirigido por Octávio Camargo, músico, diretor e pesquisador teatral e professor na Escola de Música e Belas Artes da Universidade Estadual do Paraná.

“Oração”. Ilustração que acompanha poema dedicado à devoção cotidiana, à espera e à espiritualidade popular.
“Oração”. Ilustração que acompanha poema dedicado à devoção cotidiana, à espera e à espiritualidade popular. |  Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa.
  

Péricles escritor: entre experiência pública e sensibilidade privada

Embora ocupe há décadas posições relevantes na vida pública de Ponta Grossa e do Paraná, Péricles evita misturar essa trajetória ao conteúdo do livro. O que aparece em Melodia de Uvaranas é o cidadão atento, o homem das relações humanas, o leitor de sua própria história — alguém que observa com cuidado as narrativas que constituem a vida comum.

Suas escolhas vocabulares — elegantes, equilibradas entre simplicidade e refinamento — têm forma discreta e cordial, o que estrutura toda a obra.

“Palma Benta”. Poema ilustrado que aborda tradição religiosa, devoção comunitária e proteção contra tempestades — elementos identitários da cultura ponta-grossense.
“Palma Benta”. Poema ilustrado que aborda tradição religiosa, devoção comunitária e proteção contra tempestades — elementos identitários da cultura ponta-grossense. |  Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa.

Um livro que integra memória e futuro

A publicação do livro pela Editora UEPG e a participação de artistas, professores e produtores culturais reforçam o alcance simbólico do lançamento. Melodia de Uvaranas sugere que literatura também é gesto de pertencimento — uma forma de narrar a vida por meio das comunidades que a sustentam.

Ao compartilhar memórias que antes estavam guardadas apenas em arquivos pessoais, Péricles oferece ao leitor um percurso que, embora individual, ecoa experiências coletivas de quem cresceu entre bairros, mudanças urbanas e relações comunitárias profundas.

SERVIÇO

Lançamento do livro Melodia de Uvaranas

Autor: Péricles de Holleben Mello

Data: 05 de dezembro de 2025

Horário: 19 horas

Local: Cine-Teatro Ópera — Auditório dos Operários

Endereço: Rua XV de Novembro, 468 — Centro, Ponta Grossa (PR)

Programação:

- Exposição de ilustrações — Douglas Mayer

- Cartazes — Luiz Fernando Esteche

- Recital poético — direção de Octávio Camargo

- Curadoria — Patrícia Câmera e Mariângela Digiovanni

Realização:

Universidade Estadual de Ponta Grossa — Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais —

Programa de Pós-Graduação em História — FAUEPG — Editora UEPG

Prefeitura Municipal de Ponta Grossa

Secretaria Municipal de Cultura

Apoio:

Deputado Federal Aliel Machado

Texto: Ismael de Freitas

Foto: André Jonssonn

Ilustrações: Douglas Mayer

Cartazes: Luiz Fernando Esteche

Com informações: Assessoria de imprensa.

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