UEPG irá promover exposição e oficina com Orlando Azevedo
Programação terá exposição no Museu Campos Gerais, mostra de documentário e oficina de fotografia, entre os dias 02 e 04 de setembro
Publicado: 27/08/2024, 16:02
Um agitador cultural: é assim que se descreve o fotógrafo português Orlando Azevedo, que retorna a Ponta Grossa no início de setembro para mais uma parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A programação terá exposição no Museu Campos Gerais (MCG), mostra de documentário e oficina de fotografia, entre os dias 02 e 04 de setembro. As atividades, organizadas em parceria entre Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex), Diretoria de Assuntos Culturais (DAC) e MCG, serão gratuitas, com certificados de participação.
Orlando Azevedo transita entre as artes: música, fotografia, poesia. A programação busca contemplar essa diversidade de temas e de formatos. No MCG, uma mostra fotográfica, “Marinhas – Arqueologia da Morte”, faz dialogar a beleza da produção fotográfica em estúdio com a poética de animais mortos e objetos em deterioração. Ainda sobre fotografia, uma oficina organizada pela DAC mescla teoria e prática na temática da “Fotografia em Transe”.
Na noite de terça-feira (03), após a exibição do documentário “Todo roqueiro é gente fina: história da banda A Chave”, acontece um bate-papo sobre a cena cultural e musical paranaense e brasileira dos anos 1960-1970. A mediação é do professor Rafael Schoenherr, do departamento de Jornalismo da UEPG. Por 10 anos, entre 1969 e 1979, Orlando se dedicou à banda A Chave, considerada precursora do rock paranaense, como baterista e letrista da banda.
Em 2019, Orlando colaborou com a UEPG na reinauguração do Museu Campos Gerais, com a “Mostra Paraná”. “Ter Orlando de volta significa restabelecer um diálogo com uma das figuras mais importantes da cena cultural paranaense do último meio século”, avalia o diretor do MCG, Niltonci Batista Chaves. “Orlando tem uma trajetória de mais de 50 anos na arte, na fotografia, na música, e fez sempre tudo com muita excelência”.
MARINHAS - Animais mortos e objetos deteriorados se tornam poesia nas fotografias da exposição “Marinhas – Arqueologia da Morte”, que chega agora ao Museu Campos Gerais. Por mais de duas décadas, Azevedo recolheu objetos, repletos de emoções e revelações, na beira do mar, e levou para seu atelier, onde os fotografou em câmeras analógicas de grande formato (4X) e com chapas de filme rígido. A busca por um melhor resultado em termos técnicos e estéticos é, ainda, uma intencional crítica e ironia às “marinhas” acadêmicas nas artes plásticas.
“Em seu percurso quase sempre solitário, o fotógrafo é um verdadeiro arqueólogo das emoções mais ocultas, redescobre a pátina da memória, rasga a ansiedade e paixão, recolhe os pedaços e as cicatrizes sobreviventes e lhes dá corpo num roteiro em que a memória é uma ilha à deriva feito uma lava viva”, poetiza. A mostra, que tem curadoria do próprio autor, intercala as fotografias com poemas e estreou em 2010, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Depois, passou por outros museus e espaços de cultura do Brasil, até chegar ao MCG, onde fica até o final de 2024.
A CHAVE - No ano em que Paulo Leminski completaria 80 anos, o Museu Campos Gerais está com uma exposição especial sobre as origens polonesas do poeta paranaense. Mas pouca gente poderia falar melhor sobre as contribuições do poeta à formação do rock no Paraná do que Orlando Azevedo. Leminski colaborou diversas vezes com A Chave – banda que marcou época no cenário musical curitibano nos anos 1970.
O quarteto era formado por Orlando Azevedo na bateria, Carlos Gaertner no baixo, Paulo Teixeira na guitarra e vocais, e Ivo Rodrigues como vocalista. Repleta de performances diferenciadas e mesclando outras expressões artísticas, a banda ocupou Curitiba com um gênero musical até então praticamente desconhecido.
O documentário “Todo roqueiro é gente fina: história da banda A Chave” conta a trajetória do quarteto, que iniciou em 1965 como “Os Jetsons”, em Palmeira, animando festas com covers dos Beatles e Rollings Stones. Quando os integrantes iniciais se mudaram para Curitiba, agregaram Orlando Azevedo, que trouxe mudanças importantes na orientação artística do grupo, que passou a se chamar, em 1969, “A Chave”. “É uma homenagem da UEPG à contribuição do Orlando como músico, muito importante na contracultura paranaense da década de 70, sobretudo no momento muito difícil da vida brasileira, no meio da ditadura”, finaliza Niltonci.
OFICINA - Quem gosta de fotografia vai poder aprender direto com um apaixonado pela arte. A oficina “Fotografia em Transe” oferece 20 vagas, sendo 15 para universitários e cinco abertas para a comunidade, e vai acontecer nas tardes de terça (03) e quarta-feira (04). As inscrições serão online, através de formulário disponibilizado pela DAC.
“Orlando Azevedo é um dos grandes expoentes da fotografia nacional contemporânea”, destaca o professor Nelson Silva Junior, diretor de Assuntos Culturais da Proex. Com um currículo importante como artista, Orlando tem dezenas de livros publicados e obras em acervos importantes, em Nova Iorque, Paris, Lisboa e São Paulo. “Ele vem com uma proposta de trazer o acesso a esse conhecimento dele pra comunidade”. A partir da oficina, os participantes poderão ter contato com os conceitos que ele traz para a fotografia, o processo de produção fotográfica e pensar o papel da fotografia contemporânea.
Com informações da Assessoria de imprensa.