Estudante de Medicina mais jovem da UEPG lança novo livro
Autora explica situações que são inconvenientes para autistas e ainda desconhecidas pela população
Publicado: 27/06/2024, 15:54
Que tipos de atitudes e situações “comuns” geram desconforto aos autistas? Por que isso os incomoda? Como identificar essas particularidades no cotidiano? É possível conviver em harmonia e respeitar as diferenças, sem achar que isso é ‘frescura’?
Esses e muitos outros temas estão descritos no livro O labirinto oculto – Autismo o desafio de ser diferente, escrito pela autista Rafaela Jacob. A obra acaba de chegar às livrarias brasileiras e marketplaces.
“O grande problema é que a maioria dessas situações tão inconvenientes para os autistas são invisíveis para o restante da população”, explica Rafaela.
“Antes de julgar um autista pelo seu comportamento atípico, é importante lembrar que o modo que ele enxerga o mundo é diferente do seu, o que não o torna errado ou exagerado, apenas diferente”, complementa a autora.
ESTUDANTE MAIS JOVEM - Com apenas 16 anos, a jovem escritora também é a estudante mais nova da história da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR) a entrar na graduação de medicina. Para isso, ela superou a concorrência de 90,8 candidatos por vaga e já está no primeiro ano do curso que sempre desejou.
“É incrível olhar as células em processo de mitose, ver a vida progredindo. Quero estudar meus hiperfocos (neurologia e oncologia) e ajudar outras pessoas”, diz.
DIAGNÓSTICO E ALÍVIO - Diagnosticada com TEA aos 13 anos de idade - por meio de um teste que a identificou com altas habilidades e superdotação – Rafaela conta que a confirmação serviu como um tipo de alívio para suas angústias.
“Levava broncas por não me encaixar nos padrões, por não fazer as coisas que as crianças da minha idade faziam. Me senti aliviada por finalmente ter uma confirmação de que não estava tudo na minha cabeça, que eu não era uma aberração”, explica Rafaela.
PRECONCEITOS E BULLYING - Na obra a autora menciona os incontáveis momentos em que indivíduos com autismo são ridicularizados por expressar dor; um sentimento experimentado do modo ‘não convencional’ pelos padrões impostos socialmente.
O livro também menciona que o bullying é outra experiência universal entre os autistas. “É triste fazer essa afirmação, mas isso não a torna menos verdadeira. A cada quatro autistas, três sofrem bullying em algum ponto até atingir a maioridade”, diz Rafaela.
Com informações da assessoria de imprensa.