Crônicas dos Campos Gerais: Deixados para trás
Publicado: 29/06/2022, 09:00
Crônicas dos Campos Gerais: Deixados para trás
Os relatos de aparições de OVNI’s na região dos Campos Gerais remontam desde o início da década de 1950. Até recentemente, em 2018, foram avistadas algumas espaçonaves sobre os bairros da Chapada e Boa Vista. São casos ainda em investigação pela Associação Ufológica de Ponta Grossa.
Mas, no início da década de 1970, essas aparições eram muito mais frequentes e intensas, segundo pude testemunhar. Principalmente sobre os arenitos de Vila Velha.
Não sei ao certo o que atraía esses fenômenos até lá, mas, na época, nós, que éramos fissurados por tais eventos, sempre íamos até o parque, à noite, armados com telescópios, binóculos e máquinas fotográficas, principalmente aos finais de semana. Muitas vezes acampávamos por lá, para buscar nossos ET’s, e, confesso, para nos divertirmos muito.
Não raras vezes, tivemos claros avistamentos, próximos o suficiente para podermos observar que as naves eram pilotadas por seres não deste mundo.
Mas, no outono de 1971, em uma noite mais fria, com céu encoberto (sim, imaginávamos que tínhamos errado o passeio), por volta das 3 horas da madrugada, aconteceu aquilo que mudaria definitivamente nossas vidas.
Em nossas barracas de lona improvisadas, sentimos um forte vento, muito quente, e uma iluminação ofuscante. Ao sairmos, nos deparamos com uma nave alienígena extremamente próxima ao nosso acampamento, logo acima dos arenitos. Permanecemos estarrecidos, mudos e estáticos. Era enorme, prateada, triangular, com luzes coloridas em todo seu entorno. Não havia nenhum outro barulho, além da vegetação agitada pelo vento.
Foi gradativamente descendo em direção ao acampamento, até se posicionar diretamente em frente aos arenitos, próximo ao solo o suficiente para podermos tocar e adentrar a nave. Um enorme portal se abriu e, após alguns minutos, os mais longos da minha vida, um ser esguio, alto, com uma cabeça enorme e olhos igualmente avantajados, desceu aquilo que parecia ser uma rampa. Ergueu suas mãos como se nos saudasse, e parou em frente ao grupo dos perplexos humanos.
Não posso mais relatar os acontecimentos daquela noite, pois quando retomamos nossas consciências, o sol já ardia forte no domingo outonal. Um de nós, nunca mais foi visto.
Aqueles deixados para trás, acordaram em nunca mais tocar no assunto, nem por brincadeira. Nosso silêncio durou até hoje. O que sobrou de todos, é este que vos conta.
Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, residente em Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais (https://cronicascamposgerais.blogspot.com/).