Atletas brasileiras fecham Jogos de Paris com desempenho histórico

As atletas brasileiras escreveram um novo capítulo na história do esporte nacional nos Jogos Olímpicos de Paris. Com um desempenho histórico, elas foram responsáveis por 60% dos 20 pódios conquistados pelo Brasil, mostrando a força do esporte feminino e a ascensão do país no cenário internacional.

Pela primeira vez em mais de um século de participação brasileira nas Olimpíadas, a delegação teve mais mulheres do que homens, com 163 atletas femininas e 126 masculinas. Elas não apenas marcaram presença, mas também dominaram o pódio. Dos três ouros brasileiros em Paris, todos foram conquistados por mulheres: Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade na ginástica artística e a dupla Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia.

Rebeca Andrade, em especial, se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil em todos os tempos, com seis pódios na carreira, após conquistar um ouro, duas pratas e um bronze em Paris. "Para mim é uma honra ser mulher preta e hoje estar onde eu estou: no topo do mundo", comemorou a ginasta.

No surfe, Tatiana Weston-Webb conquistou a primeira medalha olímpica para o Brasil na modalidade, garantindo a prata e abrindo caminho para uma nova era do surfe feminino no país. "Sinto nada mais do que orgulho de representar as meninas, especialmente o surfe no Brasil. Espero que isso inspire várias meninas a surfarem e irem atrás dos seus sonhos", declarou a surfista.

A boxeadora Bia Ferreira, que conquistou o bronze em Paris, também destacou a importância da participação feminina no esporte. "As mulheres sempre trouxeram bons resultados. Temos grandes atletas de referência feminina, só que tínhamos um número menor. Acredito que era por isso que não tinha mais resultados. Então quanto mais oportunidades vierem e mais mulheres se classificarem, automaticamente vamos trazer resultados", afirmou Bia.

O desempenho das atletas brasileiras em Paris é um reflexo do investimento crescente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) no esporte feminino. Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024, destacou o foco em aumentar o número de treinadoras e gestoras, além de atletas. "O que vimos aqui em Paris no esporte reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo", afirmou.

O chefe da missão e diretor-geral do COB, Rogério Sampaio, também celebrou o sucesso das mulheres brasileiras. "Queremos sempre ultrapassar barreiras, quebrar recordes, vencer sempre. Acho que nesses Jogos Olímpicos conseguimos quebrar alguns desses recordes, algumas dessas barreiras, principalmente no que diz respeito ao esporte feminino, o que nos deixa bastante satisfeitos", disse Sampaio.

Com informações de Agência Brasil.