Potencial logístico ganha reforço com infraestrutura
Municípios dos Campos Gerais contam com posicionamento estratégico para unir potencial do campo ao desenvolvimento do parque industrial.
Publicado: 14/09/2017, 19:34
Municípios dos
Campos Gerais contam com posicionamento estratégico para unir potencial do
campo ao desenvolvimento do parque industrial.
Historicamente Ponta Grossa teve o
desenvolvimento marcado pelo posicionamento geográfico e logístico
privilegiado. Inicialmente tal característica foi explorada a partir do
potencial ferroviário e, mais tarde, com o desenvolvimento do transporte
rodoviário no Brasil, o município e a região dos Campos Gerais ganharam
destaque e se transformaram em um importante entroncamento. No entanto, tal
importância só se manteve diante das boas condições viárias apresentadas nas
rodovias que cortam a região.
Considerada como o ‘pulmão industrial’ do Estado
do Paraná, PG teve um crescimento exponencial no setor durante os últimos anos
– o município recebeu uma série de indústrias, com destaque para os
investimentos feitos pelas multinacionais Ambev e DAF, por exemplo. Para o
presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa
(Acipg), Douglas Taques Fonseca, as condições logísticas da cidade foram
fundamentais para tal avanço na industrialização.
“A primeira coisa que o empresário observa ao
chegar à cidade são as rodovias e o acesso. Nisso Ponta Grossa tem uma grande
vantagem, sem falar da posição geográfica privilegiada para o escoamento da
produção, seja ela qual for”, conta Fonseca. O presidente da Acipg lembra que a
forte industrialização provoca outros resultados na área econômica, como o
fortalecimento do setor de serviços e do próprio comércio da cidade. “Com mais
dinheiro girando e mais gente empregada, outros setores além da indústria
também se desenvolvem”, afirma o presidente da associação.
No caso de Ponta Grossa, por exemplo, a BR-376
leva em direção à capital, Curitiba, e também aos Portos de Paranaguá, Antonina
e São Francisco do Sul, em Santa Catarina. PG também tem ligação com o Estado
de São Paulo, via PR-151, e com isso as indústrias podem receber insumos, como
também contar com um canal direto com a maior economia do Mercosul. Além disso,
a mesma BR-376 liga a região ao Norte do Estado, área com posição central na
economia paranaense.
Para o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel
(PPS), os investimentos realizados pela concessionária CCR RodoNorte, empresa
responsável pelas rodovias que cortam a cidade, foram “essenciais” para o
desenvolvimento do parque industrial local. “Nossa cidade se tornou um dos
maiores polos logísticos do Brasil e local de grandes investimentos graças à
boa conservação das rodovias que cortam a região e também o município”, expõe o
prefeito.
Estrutura foi
fundamental para o avanço industrial
O prefeito Marcelo Rangel (PPS) defende que a boa
estrutura viária foi fundamental para o desenvolvimento industrial de Ponta
Grossa. O chefe do Executivo municipal lembra que na última década as grandes
empresas do setor mundial se instalaram na cidade, como é o caso da Ambev, DAF
e Madero, entre outras. “Nosso município tem vários atributos que atraem esses
empresários, entre eles uma boa estrutura rodoviária, aspecto que contribui com
o desenvolvimento da área industrial e também da cidade”, defende o prefeito.
Características
O secretário de Governo da Prefeitura, Mauricio
Silva, destaca que as características da cidade contribuem para uma logística
eficiente. “Entre os seus vários atrativos, Ponta Grossa oferece facilidade no
escoamento de produção devido à sua localização estratégica”, avalia Silva.
Condições rodoviárias
garantem complexo avícola em Jaguariaíva
O município de Jaguariaíva angariou um dos
maiores complexos avícolas do Paraná às margens da rodovia PR-151. Com previsão
de investimentos na casa de US$ 500 mil (cerca de R$ 1,5 bilhão na conversão),
a multinacional General Mediterranean Holding (GMH) confirmou as tratativas
junto ao Poder Executivo municipal e já iniciou os trabalhos para a construção
de um grande complexo agroindustrial.
Os investimentos, anunciados ainda em 2016,
contemplam a construção de seis unidades distintas, divididos em quatro áreas,
de acordo com o projeto inicial: uma de 650 mil m², para a implantação de
frigorífico com capacidade de abater 400 mil aves por dia, e de uma fábrica da
ração; outra de 990 mil m² para a instalação de granjas de matrizeiros de aves;
outra de 643 mil m² para a instalação de granja de cria e recria; e mais uma de
67 mil m² para instalação de incubatório de aves.
Além disso, há a necessidade dos investimentos
dos produtores que irão fornecer essas aves para o frigorífico. Além dos 1,4
mil empregos diretos, a perspectiva é de que sejam gerados mais de 60 mil
empregos indiretos.
A construção do complexo às margens da rodovia
PR-151 não é à toa. De acordo com o prefeito de Jaguariaíva, Juca Sloboda
(PHS), os empresários da multinacional deixaram clara a condição, durante as tratativas
com o Executivo, de possuir uma boa malha viária para facilitar o transporte
dos produtos até o Porto de Paranaguá, para garantir economia na exportação. “A
cidade já conta naturalmente com uma posição estratégica, por estar situada em
um ‘gargalo’ rodoviário, o que chamou a atenção dos empresários. Mas as
condições das rodovias da região foram ainda mais importantes para a
consolidação dos investimentos da GMH”, destaca Sloboda. O projeto deve ser
finalizado durante o ano de 2019.
CCR RodoNorte
constrói entroncamento
Por conta do tráfego intenso na região - a PR-151
é a principal ligação entre os Campos Gerais e o estado de São Paulo - e do
desenvolvimento de Jaguariaíva nos últimos anos, a concessionária CCR
RodoNorte, responsável pela administração da rodovia, realizou a construção de
um grande entroncamento entre a rodovia e a PR-092. Além desta obra, concluída
em 2015, a duplicação da rodovia entre Jaguariaíva e Piraí do Sul está em
andamento com três frentes de trabalho. O investimento no entroncamento foi de
R$ 21 milhões.