'Só falei para usar a faixa de pedestre', diz jovem que brigou com Renato Freitas em Curitiba
O caso, registrado na manhã de quarta-feira, ganhou grande repercussão após a divulgação de vídeos que mostram agressões mútuas
Publicado: 21/11/2025, 19:52

O jovem Weslley Souza, envolvido na briga com o deputado estadual Renato Freitas (PT) na Rua Vicente Machado, no Centro de Curitiba, relatou ter sido surpreendido pela reação do parlamentar após uma breve interação no trânsito, quando pediu que ele e a companheira usassem a faixa de pedestre. O caso, registrado na manhã de quarta-feira, ganhou grande repercussão após a divulgação de vídeos que mostram agressões mútuas. O envolvido nega qualquer ofensa ou injúria racial ao parlamentar.
Segundo Weslley, o primeiro contato ocorreu quando ele manobrava o carro. Ele contou que apenas chamou a atenção do deputado sobre o local onde Freitas atravessava a via. “Quando saí com o carro, só falei que ali não tinha faixa de pedestre. Fiz o gesto de que podia passar e ele ficou me olhando. Ele disse ‘você não sabe quem eu sou’. Balancei a cabeça e estacionei. Logo depois, ele e outro rapaz vieram para cima de mim”, afirmou.
O jovem diz que foi derrubado ao chão após um chute e uma “voadora”. Alega também que, durante a confusão, apenas tentou se proteger. “Quando ele começou a me agredir, só protegi meu rosto. Não sabia que era deputado, ele achou que eu tinha obrigação de saber. Me afastei e fui anotar a placa do carro, porque era meu instrumento de defesa depois de ser espancado”, disse.
Weslley afirma que, ao tentar registrar a placa, o deputado voltou a avançar contra ele. Segundo seu relato, os jovens que gravaram a cena são vendedores de bolo na região e também não reconheceram Freitas de imediato. “Se conhecessem, teriam me falado. Só depois um rapaz disse que ele era vereador do PSOL. Fui saber quem ele era depois do ocorrido”, contou.
Sobre a acusação de injúria racial levantada pelo deputado, Weslley nega qualquer xingamento. “Não xinguei e nem dava tempo. Ele falou vários palavrões quando estacionei. Quando fui pegar o carro, ele já veio falando. Falar de injúria racista é uma forma de se defender. Está tentando usar isso para se safar”, pontuou.
O jovem diz ainda estar abalado. “Um deputado fazer uma coisa dessas… Ainda estou tentando processar. Achei que eram duas pessoas que se achavam. Saber que era deputado não ia mudar muita coisa não”
O advogado de Weslley, Jeffrey Chiquini, afirma que já foi registrado boletim de ocorrência contra Renato Freitas por lesão corporal grave. “Foram três pontos e outras lesões graves. Protocolamos notícia-crime para apuração nas esferas criminal e civil-administrativa. É preciso verificar se o assessor que aparece no vídeo recebe salário da Alep, se o carro era oficial e se o deputado estava em expediente. Há possível improbidade administrativa”, declarou.
Chiquini acrescenta que pedirá a cassação do mandato. “Ele não tem decoro para permanecer como representante do povo.”
Com informações de: Nosso Dia.





















