Casos de virose aumentam 253% no litoral do Estado
Tendas para atendimento 24 horas foram instaladas em três cidades do litoral do Paraná
Publicado: 10/01/2025, 11:02
O litoral do Paraná registrou um crescimento de 253,36% no número de casos de virose somente nos primeiros nove dias do ano, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR). O expressivo aumento de casos de doenças diarreicas agudas (DDA) fez a pasta investir R$ 1 milhão na instalação de tendas para o atendimento de pessoas com sintomas gastrointestinais em três cidades do litoral.
De acordo com a Sesa, o litoral do Estado registrou 2.311 atendimentos por doenças diarreicas agudas (DDA) entre 1º e 9 de janeiro deste ano. No mesmo período de 2024, foram registrados 654 casos. Segundo o órgão, as tendas deverão servir de apoio às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para atender pessoas que apresentem sintomas característicos de viroses, comuns nessa época do ano (veja os endereços mais abaixo). Os atendimentos deverão começar na próxima semana.
“O objetivo é prestar apoio aos serviços de saúde, ajudando a organizar as estruturas que já estão em funcionamento, permitindo mais agilidade e qualidade nos atendimentos. As unidades serão compostas por dois consultórios médicos que funcionarão 24 horas, com área para hidratação de pacientes e capacidade de atendimento de até 250 pacientes/dia cada. Trata-se de uma resposta ao surto de viroses que acomete veranistas no litoral”, informou a pasta.
A secretaria destacou que os índices de viroses e DDAs aumentam consideravelmente durante a temporada de verão. O terceiro boletim de balneabilidade da temporada de verão 2024/2025, divulgado no último dia 3 pelo Instituto Água e Terra (IAT), aponta que o índice de água própria para banho ficou em 70%. Segundo o levantamento, há 18 pontos impróprios para banho no litoral do Paraná.
A jovem Maria Gabriela Martins, de 19 anos, relatou à Banda B que esteve no Balneário Ipanema, em Pontal do Paraná, entre os dias 30 de dezembro e 1º de janeiro. A região visitada pela turista é uma das apontadas como imprópria para banho no boletim do IAT. Um dia após retornar a Curitiba, passou a sentir sintomas gastrointestinais e decidiu procurar uma unidade de saúde no bairro Parolin.
“Fiquei com cerca de 30 pessoas em uma casa, em Ipanema. Pelo menos 15 delas tiveram sintomas de virose. Os primeiros sinais começaram em mim uns quatro dias depois de alguns familiares e amigos já apresentarem diarreia, tontura, vômitos e fraqueza. Eu tive uma piora e procurei o hospital. O diagnóstico foi virose”, afirmou Maria, que segue em tratamento contra o quadro.
A reportagem apurou que a jovem está recebendo tratamento com medicamentos voltados para a reposição de líquidos e vitaminas, controle da febre e das dores, além de remédios para o alívio de náuseas e vômitos. “Fiquei muito fraca e não conseguia ficar de pé”, concluiu ela.
Sinais e prevenção - Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, as viroses são causadas por agentes como vírus, bactérias e parasitas. Elas são caracterizadas por evacuações frequentes (três ou mais no período de 24 horas) aquosas, com sintomas que podem incluir náusea, febre e dor abdominal.
A transmissão ocorre principalmente pela via fecal-oral, por contato direto ou indireto, incluindo consumo de alimentos e água contaminados. No verão, as viroses gastrointestinais são as mais comuns e causadas por vírus como rotavírus, norovírus, astrovírus e adenovírus.
Informações: Banda B