Lula decide demitir Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual
Almeida é advogado e filósofo, sendo doutor em direito pela Universidade de São Paulo
Publicado: 06/09/2024, 19:25
O atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu demitir, nesta sexta-feira (6), o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Segundo nota do governo, Lula considerou “insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”. “Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”, disse a nota do governo.
No comunicado, o governo disse reiterar “seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”. A decisão ocorre menos de 24 horas depois de virem a público denúncias de que ele teria cometido assédio sexual.
Antes de decidir pela demissão de Almeida, Lula ouviu os ministros:
- da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski;
- da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho;
- da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias;
- da Gestão e Inovação, Esther Dweck;
- e da Mulher, Cida Gonçalves.
Almeida também foi ouvido por ministros do governo para apresentar sua defesa. Mais cedo, durante entrevista, Lula disse que alguém que “pratica assédio” não ficaria em seu governo. “O que posso antecipar a vocês é que alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Preciso ter o bom senso aqui de que é preciso que a gente permita o direito à defesa. A presunção de inocência a quem tem direito a se defender”, disse.
QUEM É? - Almeida é advogado e filósofo. É doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Foi pesquisador da Universidade de Duke (EUA), professor do Mackenzie, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e professor visitante da Universidade Columbia, nos Estados Unidos.
Antes de entrar no governo, ele presidiu o Instituto Luiz Gama entre 2008 e 2022, do qual participou da fundação. A instituição é formada por juristas, acadêmicos e militantes que atuam na defesa de causas populares de negros e os direitos humanos.
O agora ex-ministro também esteve à frente do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).
Com informações: CNN Brasil.