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Digitalizar é o caminho para expandir negócios e quebrar barreiras

Os estabelecimentos que realizam vendas ou prestam serviços correspondem a mais de 80% de todos os negócios do país, e a grande maioria deles está estabelecida fisicamente

No Brasil, há mais smartphones do que pessoas
No Brasil, há mais smartphones do que pessoas -

Publicado Por Milena Batista

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O Brasil é o segundo país mais empreendedor do mundo, segundo aponta o relatório 2023 da GEM (Global Entrepreneurship Monitor), contando com mais de 90 milhões de empreendedores ou candidatos a empreendedores espalhados por todo o seu território.

A posição é animadora e combina bastante com o perfil otimista e trabalhador do povo brasileiro.

A informação só não é mais positiva porque a renda média do empreendedor nacional ainda é considerada muito baixa, não permitindo que boa parte desses trabalhadores, cheios de energia e boas ideias, alcancem um patamar de vida de classe média.

Segundo a pesquisa “Empreendedorismo por faixa de renda (foco no segmento de baixa renda)”, realizada em 2023, pelo Sebrae, a maior parte dos empreendedores do Brasil (68%) têm rendimentos mensais de até 2 salários mínimos,vivendo uma vida bastante modesta e enfrentando algumas dificuldades que poderiam ser bastante reduzidas com 1 ou 2 salários a mais.

Mas, por que parece tão difícil cruzar essa barreira?

Há muitos motivos, mas alguns são mais simples de compreender - e de solucionar - do que outros. Um desses pontos é a digitalização.

No Brasil, há mais smartphones do que pessoas. A média é de 1,2 aparelho per capita, segundo a 35ª Edição da Pesquisa do Uso da TI, conduzida pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), e mesmo assim, há empresas que ainda não se digitalizaram.

Algumas, simplesmente, não entendem a necessidade de registrar uma presença online, visto que seu serviço é prestado presencialmente.

Por que uma padaria, uma oficina mecânica ou uma costureira precisariam de um site se seus serviços não podem ser oferecidos de forma online?

A Ellegancy Costuras, de São Paulo, entendeu o motivo e criou uma página para se comunicar com seus clientes.

Há muito mais chances de sucesso quando o empreendedor não conta com a sorte e desenvolve as próprias estratégias.

Os estabelecimentos que realizam vendas ou prestam serviços correspondem a mais de 80% de todos os negócios do país, e a grande maioria deles está estabelecida fisicamente, ou seja, conta com fluxo de pessoas passando em frente à porta - dados do boletim do 3º quadrimestre do Mapa de Empresas, gerado no âmbito da Secretaria Nacional de Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP).

Muitas empresas conseguem sobreviver com base nesse fluxo, mas retorna-se aqui ao fato de que quase 70% dos empreendedores nacionais ganham menos do que dois salários mínimos mensais.

Quando uma empresa, mesmo que com atuação local, se digitaliza, ela ganha acesso a um público que reside ou circula próximo da sua região, mas que não passa na sua porta e que não saberia, jamais, que poderia contar com seus serviços, se não fosse a sua presença digital.

A oficina de costura paulista é um exemplo clássico de como a digitalização pode ser simples, funcional e estratégica. Ao invés de apenas colocar uma placa na porta, criou um site e passou a contar com todo o fluxo de buscas realizada por possíveis clientes na região.

O digital é para tudo e para todos

Pensar que digitalizar um negócio não faz sentido é um dos erros que já não deveria mais ser cometido - e é um dos que, quando não mata o negócio, mantém ele em uma linha de bloqueio de crescimento que se torna massante e desmotivadora.

Há 10, 15 anos atrás, era bem mais comum acreditar que alguns tipos de negócios não “serviam” para a internet.

Ninguém imaginava que poderia comprar desodorantes femininos ou perfumes infantis sem experimentar a fragrância “ao vivo” e, portanto, acreditava-se que negócios de perfumaria só poderiam fazer sucesso na internet quando fosse criada uma tecnologia que permitisse que cheiros fossem transmitidos pela tela.

O setor de Perfumaria e Cosméticos liderou o crescimento do mercado de e-commerce no Brasil em 2022, com uma alta de 21,2% em relação a 2021 (dados da NielsenIq Ebit), movimentando milhões de reais através das telas que, ainda, não conseguem transmitir odores.

Empresas como a Boticário, a Natura e a Avon, por exemplo, investem verdadeiras fortunas em SEO para e-commerce, anúncios pagos nos buscadores, parcerias nas mídias sociais e divulgação em grupos de WhatsApp GB, Telegram e outras ferramentas, porque sabem que, embora não possam levar as fragrâncias até os consumidores através da tela, podem levar o desejo de compra, e, no fim, é isso o que interessa.

Esse exemplo clássico demonstra claramente como qualquer tipo de negócio pode e deve ser digitalizado.

Não importa o quanto possa parecer impossível utilizar a internet para amplificar as vendas de um certo produto (como os perfumes) ou serviço (como a costura), é preciso compreender que, se cabe no mundo, cabe na internet. Se há necessidade ou desejo por algo, é preciso que seja possível encontrar isso através da tela.

Digital ajuda a superar a sazonalidade

Além de ajudar a superar limitações geográficas, trabalhar o digital de um negócio, independentemente do seu segmento, pode ajudá-lo a vencer as dificuldades causadas pela sazonalidade.

Uma sorveteria, gelateria ou um negócio de açaí, pode enfrentar problemas no outono e no inverno por conta do fator clima Curitiba, por exemplo. Nesse caso, como a digitalização poderia salvar o empreendimento de ficar com as contas no vermelho durante os meses mais frios do ano?

Através do digital, é possível criar, divulgar e vender cursos sobre como fazer sorvetes e outras sobremesas geladas. Os cursos podem ser vendidos digitalmente e aplicados no estabelecimento comercial ou vendidos e aplicados online. Nesse segundo caso, o alcance é muito maior e possibilita, até mesmo, que seja criado um negócio paralelo a ser mantido junto com o negócio físico.

Mais uma vez, o digital pode ser a chave para fazer um empreendimento ter sucesso e estabilidade, independentemente do segmento de sua atividade.

Cultura digital não é mais opção

Resistir à mudança é algo natural. Atuar como sempre se atuou é confortável, porém, não é seguro.

A única coisa realmente fixa no universo é a mudança. Quem resiste, tende a ficar para trás.

Não importa qual seja o tipo de negócio que o empreendedor tem ou pretende ter, e o quanto pareça que ele não pode ser digitalizado, ele pode, e deve.

Quem não souber como fazer isso, pode buscar a ajuda de especialistas no SEBRAE ou outras entidades de apoio ao empreendedor, mas não deve se abster de se inserir no maior cenário de negócios do mundo: o digital.

Das assessorias

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