Policial que matou petista no PR tem júri remarcado para 2025
É a terceira vez que o julgamento do policial Jorge Guaranho é remarcado; júri será apenas em fevereiro de 2025, quase 3 anos após o crime
Publicado: 06/08/2024, 10:42
O ex-policial penal Jorge Guaranho, que responde pelo homicídio do guarda municipal e petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR), teve o julgamento marcado apenas para o início de 2025. O crime foi cometido em julho de 2022. Essa é a terceira vez que o julgamento é adiado.
A decisão foi promulgada pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba, na segunda-feira (5/8). As sessões de julgamento foram marcadas para os dias 11,12 e 13 de fevereiro de 2025.
O júri estava inicialmente marcado para maio deste ano, em Foz do Iguaçu (PR), município onde o crime ocorreu. Porém, após recurso, a defesa de Jorge Guaranho conseguiu suspender a data e transferir o julgamento para outra comarca. Com a nova decisão, o policial será julgado em Curitiba.
Para a defesa, se o júri fosse realizado em Foz do Iguaçu, Jorge Guaranho não teria direito “a uma defesa plena”, já que, para os advogados que o defendem, não existiria imparcialidade entre os jurados na cidade.
O pedido foi acolhido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) e o caso transferido para a capital.
Essa é a terceira vez que o julgamento é remarcado. Inicialmente previsto para 7 de dezembro de 2023, foi adiado pela primeira vez. Posteriormente, o júri foi marcado para 4 de abril de 2024, porém, foi postergado, pela segunda vez, após os advogados do ex-policial abandonaram o fórum de Foz do Iguaçu (PR).
Remarcado para 2 de maio deste ano, o julgamento foi, mais uma vez, transferido para outra data.
No total, 12 pessoas serão ouvidas entre 11,12 e 13 de fevereiro de 2025. Entre elas, testemunhas oculares e peritos. Os familiares da vítima terão reserva de assentos no tribunal.
Jorge Guaranho está preso no Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, onde aguarda seu julgamento.
O advogado que atua na assistência da acusação do caso se pronunciou após a definição de novas das datas para o júri popular em Curitiba.
“O que se espera é que, dessa vez, apesar dos sucessivos recursos da defesa, esse júri se realize e que seja feita a justiça a Marcelo Arruda, à sua família e a todos aqueles que buscam e esperam a dignidade da pessoa humana e das vítimas de um crime brutal como esse”, afirma Daniel Godoy, da assistência de acusação do caso Marcelo Arruda.
O caso - O guarda municipal e tesoureiro municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Arruda, foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, na noite de 9 de julho de 2022, em Foz do Iguaçu. A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao até então pré-candidato às eleições daquele ano, Luiz Inácio Lula da Silva.
Por volta das 23h, o ex-policial penal e autodeclarado apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro Jorge Guaranho invadiu a comemoração e, após uma discussão com o aniversariante, atirou em Marcelo. Ele teria proferido “aqui é Bolsonaro!” antes de efetuar os disparos, de acordo com uma testemunha.
Marcelo chegou a reagir com 10 tiros e quatro deles acertaram Jorge José, que precisou ficar internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após a recuperação, ele teve a prisão preventiva decretada. Depois, não resistiu aos ferimentos e morreu.
O petista deixou três filhos. Entre eles, uma bebê que tinha apenas um mês de vida na data do crime.
Informações: Metrópoles