Casal é encontrado morto dentro de carro ligado
Renato Dias e Bianca Alves foram encontradas sem vida dentro de veículo parado em um posto de combustíveis
Publicado: 29/04/2024, 11:25
O casal que foi encontrado morto dentro de um carro ligado em um posto na Rodovia Régis Bittencourt era proprietário de um restaurante. Renato Dias De Oliveira, de 33 anos, e Bianca Alves Francisco de Oliveira, de 28, administravam o estabelecimento ‘MacarroNato’, com especialidade em massas.
A Polícia Militar encontrou as vítimas já sem vida dentro de um carro em um posto às margens da Rodovia Régis Bittencourt, na altura de Cajati (SP), no domingo (28). A suspeita é que os dois tenham sido intoxicados por monóxido de carbono.
Conforme apurado pelo g1 nesta segunda-feira (29), os empresários eram casados e tinham o restaurante em São Carlos (SP). Apesar disso, Bianca dividia o tempo como empresária e advogada, pois recebeu a carteirinha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no ano passado.
“Desde sempre ela queria ser advogada e quando cresceu se formou e se tornou a mais linda advogada”, disse a prima Isabela Francisco dos Santos, de 23 anos. Ao g1, a autônoma contou que cresceu próximo a Bianca, pois desde a infância brincavam juntas.
De acordo com ela, a relação do casal era ótima. “Fazia tempo que eles estavam juntos. O Renato sempre cuidando da minha prima como uma princesa”, afirmou Isabela.
Ainda segundo a familiar, os dois “tinham uma vida boa”, pois eram extremamente esforçados e trabalhadores.
Isabela contou ao g1 que Bianca e Renato deixaram um legado para os amigos e familiares. De acordo com ela, a prima era doce e tinha um coração enorme. “O que ela podia fazer pelos outros, ela fazia. Sempre com um sorriso enorme no rosto”, afirmou.
Ainda segundo a autônoma, Renato também era sorridente e foi um grande companheiro de Bianca. “Ele sempre educado , com um sorriso enorme no rosto. Foi um grande marido para minha prima”, finalizou.
A parente informou que ainda não possui informações sobre velório e sepultamento do casal.
Relembre o caso - A Polícia Militar encontrou os corpos após receber uma denúncia sobre um homem e uma mulher que estariam desacordados em um carro no Auto Posto Real, em Cajati (SP), no domingo (28).
Ao chegarem no local, os agentes tentaram contato, mas as vítimas não responderam e eles quebraram o vidro. A morte foi confirmada pela equipe médica que foi acionada para resgate.
Durante a averiguação, os policiais foram informados de que o carro chegou ao posto por volta da meia-noite. Depois que a porta do automóvel foi aberta, em uma análise preliminar, os policiais não observaram marcas de lesões.
Como o carro ainda estava ligado, a principal suspeita é realmente a de morte por asfixia, com a inalação e intoxicação por monóxido de carbono.
O caso foi registrado na Delegacia de Cajati, que segue apurando as circunstância das mortes. A Polícia Científica também periciou o local.
Riscos do monóxido de carbono - O químico e mestre em Engenharia Urbana, Élio Lopes, explicou ao g1 que o monóxido de carbono não oferece riscos em contato com a atmosfera. Já em um ambiente fechado, ele se torna “traiçoeiro” para as pessoas, pois não tem cor nem cheiro, mas é inflamável.
“A pessoa não percebe que está sendo envenenada. Vai sentir um sono profundo, não sente dor, nem nada. Acaba dormindo e morre porque o gás entra no corpo através dos pulmões”, disse Lopes, que conversou com a equipe de reportagem recentemente sobre o tema, quando um bilionário e a esposa dele morreram asfixiados com o gás.
O especialista explicou à época que, após a inalação, o monóxido de carbono passa para a corrente sanguínea. “Então, passa a competir com o oxigênio, que é o que a gente respira. Forma a carboxihemoglobina, ou seja, diminui a quantidade de hemoglobina disponível para o transporte do oxigênio no corpo e a pessoa morre por falta de oxigênio”, ressaltou.
Em um veículo, se houver um vazamento no sistema de escape do veículo ou se o automóvel estiver mal ventilado, o monóxido de carbono pode se acumular e causar os danos citados acima.
Informações: g1