Moro e Dallagnol se uniram para desviar R$ 2,5 bilhões, diz CNJ
Gabriela Hardt também estaria envolvida, conforme a corregedoria Nacional de Justiça; relatório aponta que trio atuou junto com o objetivo de criar “uma fundação voltada ao atendimento a interesses privados”
Publicado: 16/04/2024, 16:19
Um relatório elaborado pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) concluiu que o senador Sergio Moro (União Brasil), o ex-deputado Deltan Dallagnol e a juíza afastada Gabriela Hardt atuaram para desviar cerca de R$ 2,5 bilhões do estado brasileiro com o objetivo de criar “uma fundação voltada ao atendimento a interesses privados”.
O documento é assinado pelo delegado da Polícia Federal Élzio Vicente da Silva que atua em apoio à Corregedoria Nacional. O relatório complementa a correição extraordinária na 13ª Vara Federal de Curitiba, que foi comandada por Moro.
A atuação em conjunto para tentar desviar recursos públicos teria acontecido, conforme o relatório produzido pelo delegado, entre 2016 e 2019, na cidade de Curitiba.
O grupo, segundo o documento, teria tentado desviar os recursos por meio de um conjunto de “atos comissivos e omissivos” e com auxílio de agentes públicos americanos, de dois gerentes da Petrobras e de outros representantes da estatal.
O delegado responsável por elaborar o relatório sustenta que o desvio do dinheiro só não se consumou em razão de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma arguição de descumprimento de preceito fundamental.
O ministro, de acordo com ele, suspendeu “todos os efeitos da decisão judicial proferida pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, que homologou o Acordo de Assunção de Obrigações firmado entre a Petrobras e os Procuradores da República no Paraná (Força-Tarefa Lava-Jato), bem como a eficácia do próprio acordo”.
O senador Sergio Moro afirmou, por meio de nota, que todos os valores foram devolvidos diretamente de contas judiciais da 13ª Vara de Curitiba para a Petrobras, “vítima inequívoca dos crimes apurados na Operação Lava Jato”, “sem que nenhum centavo tenha sido desviado”.
A nota diz que o mesmo procedimento foi adotado pelo STF na ocasião. O texto diz ainda que Moro deixou o tribunal em outubro de 2018, antes da constituição da fundação cogitada e que jamais participou da discussão ou consulta a respeito dela.
“A especulação de que estaria envolvido nessa questão, sem entrar no mérito, não tem qualquer amparo em fato ou prova, sendo mera ficção”, diz a nota do senador.
Em nota nas redes sociais, Dallagnol destacou que "somente em uma república bananeira como o Brasil juízes e procuradores que fizeram o seu melhor combatendo a corrupção e atuando para trazer para o nosso país R$ 2,5 bilhões roubados dos cofres públicos, para serem devolvidos à sociedade brasileira, são punidos por isso", escreveu
Com informações da CNN