Fiep debate investimentos para ferrovias do Paraná
Para a Fiep, parte da solução dos problemas atuais passa por investimentos e melhorias no modelo de concessão da chamada Malha Sul
Publicado: 16/04/2024, 02:30
O Paraná vive um momento decisivo para definir projetos que ampliem e aumentem a eficiência de sua malha ferroviária, fator considerado fundamental para acompanhar o constante crescimento do setor produtivo do Estado. Essa foi uma das principais conclusões de uma reunião que a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), por meio de seu Conselho Temático de Infraestrutura, promoveu nesta segunda-feira (15), em Curitiba, para debater o panorama atual do transporte ferroviário paranaense. Para a Fiep e representantes de usuários das ferrovias que participaram do encontro, parte da solução dos problemas atuais passa por investimentos e melhorias no modelo de concessão da chamada Malha Sul, que liga principalmente as regiões Norte e Noroeste do Estado ao Porto de Paranaguá, cujo contrato se encerra em 2027.
O presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, destacou que o Paraná vive uma “janela de oportunidade” para discutir o tema, devido ao fim do período de concessão da Malha Sul em três anos. “Então, é importante ouvir e estar próximo ao usuário para entender quais são as dificuldades que ele tem e os grandes gargalos que existem hoje nesse modal”, disse. “Nós vamos sair hoje daqui com uma proposta de trabalho. Vamos rodar o interior para conversar com os usuários, perceber deles as expectativas de crescimento e qual é o olhar dele para uma possível nova concessão ou renovação da Malha Sul. Aí sim teremos parâmetros para sentar com os diferentes atores e colocar a posição do usuário quanto ao tema ferrovia”, completou.
As reuniões regionais para tratar especificamente das questões de infraestrutura serão realizadas nos próximos meses e servirão, também, para iniciar uma nova atualização do Plano Estadual de Logística em Transporte (PELT). Sob coordenação técnica da Fiep e participação de diversas entidades, as versões anteriores do PELT apresentavam os projetos prioritários para que o Estado elimine gargalos logísticos. Agora, a nova versão terá como foco a intermodalidade. “O PELT nasceu em 2009 com objetivo de priorização das obras. Agora, junto com a intermodalidade, vamos ter condições de levantar as bandeiras do Paraná na área de infraestrutura que já estão aí há muitos anos”, disse o coordenador do Conselho Temático de Infraestrutura, José Alberto Pereira Ribeiro.
INTEGRAÇÃO INTERMODAL - A reunião desta segunda faz parte de uma mobilização que a Fiep iniciou neste mês para discutir em profundidade, com participação dos diferentes atores envolvidos, as condições da infraestrutura logística utilizada pelo setor produtivo paranaense. O primeiro encontro, que analisou as condições dos portos, foi realizado no último dia 3. Com essa iniciativa, a Federação pretende que sejam planejadas ações efetivas em curto, médio e longo prazo para aprimorar a infraestrutura logística do Paraná. “Nós temos que trabalhar todos esses assuntos juntos e saber que a renovação da concessão ou nova licitação ferroviária vai impactar inclusive em ações nos outros equipamentos de infraestrutura para exportação”, explicou.
Vasconcelos ressaltou que o transporte ferroviário é importante principalmente para o interior do Estado, onde está concentrada a maior parte da indústria alimentícia paranaense. “A ferrovia passa na capital, mas ela serve muito para quem está no interior. E o setor de alimentos hoje, que já é 40% da indústria do Estado, é o que mais usa”, disse. “Nós temos portos de outras regiões com uma taxa ferroviária já muito mais adequada do que o Paraná, que hoje está com 17% da sua carga chegando via férreo. Mas a ferrovia dá constância, dá sazonalidade adequada para o transporte de cargas, comparada ao rodoviário, por isso a necessidade de fortalecer os escoamentos de exportação por esse modal”, acrescentou.
VISÃO DE USUÁRIOS - A reunião na Fiep contou com a presença de representantes de grandes exportadores paranaenses. Entre eles, a Coamo, cooperativa com sede em Campo Mourão que responde pelo maior volume de exportações do Sul do país. “A gente tem uma certa limitação hoje da malha no Sul do Brasil, mais especificamente no estado do Paraná, que limita volumes”, afirmou o diretor de Logística e Operações da Coamo, Edenilson Oliveira. “Então, muitas vezes você tem a intenção de contratar o serviço e há uma limitação pela própria malha ou pelo material rodante”, acrescentou.
Com informações: Agência Sistema Fiep.