Megaoperação desmantela organização ligada a roubos de cargas
Mais de 70 policiais cumpriram 33 ordens judiciais e 12 pessoas foram presas, entre elas, o líder da organização criminosa e seu braço direito
Publicado: 09/02/2024, 12:58
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagram na quinta (8) uma megaoperação que prendeu 12 pessoas que fazem parte de uma organização criminosa responsável por furtos, roubos e receptação de cargas no Paraná. Das doze pessoas presas, a operação conseguiu prender o líder e seu braço direito.
Mais de 70 policiais cumpriram 33 ordens judiciais contra a organização criminosa; estima-se que o prejuízo causado às vítimas seja de mais de R$ 3 milhões
Popularmente conhecido como “vazada”, o crime era realizado mediante o arrombamento dos compartimentos de carga de caminhões, em movimento ou mesmo parados
As cargas geralmente eram de soja ou fertilizantes. Durante os crimes, os autores rompiam os lacres que travavam o compartimento dos caminhões e derramavam a carga na rodovia, posteriormente, outros integrantes recolhiam a carga do chão.
Com um levantamento feito pelo setor de inteligência da PRF que levou cerca de seis meses, os policiais apuraram que a modalidade criminosa geralmente acontecia na região litorânea do estado, causando prejuízo financeiro às empresas e ao fluxo viário de caminhões com destino ao Porto de Paranaguá, uma vez que o trânsito era interrompido para a limpeza da pista.
Com base em investigações de alta complexidade, foi identificado que o grupo criminoso se utilizava de uma Organização Não Governamental (ONG) para tentar legitimar a origem das cargas saqueadas.
A referida ONG, que trata de indivíduos com dependência química, era acionada para recolher as cargas despejadas no solo, porém referidas cargas eram, na sequência, entregues aos integrantes do grupo criminoso. Foram identificados diversos repasses de valores provenientes do líder do grupo criminoso para a ONG, como contrapartida pelas cargas recolhidas.
As investigações apontaram que a organização não era responsável apenas pelo recolhimento, mas era utilizada pelos criminosos para mascarar a origem ilícita das cargas, que, em seguida, eram vendidas pela organização criminosa sem a devida emissão de nota fiscal ou a partir de notas fiscais fraudulentas. Também foi constatado que a ONG não emitia notas fiscais referentes às cargas recolhidas, entregues ao grupo criminoso, que, como contraprestação financeira, realizava doações simuladas à organização.
Gov.br