PMP-BS registrou 17 tartarugas e 18 pinguins mortos em Guaratuba
Em todo o litoral do Paraná foram 352 animais marinhos mortos
Publicado: 30/08/2023, 10:35
O período entre os meses de maio e novembro é marcado pela migração de diversas espécies de animais marinhos pela costa brasileira, especialmente aves e mamíferos marinhos. O aumento do fluxo de animais nas águas costeiras do sul brasileiro resulta no aumento da probabilidade de encalhes em nosso litoral.
A quantidade total de animais marinhos mortos registrados nas ações do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado no litoral paranaense pela UFPR, via Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC), nos últimos 30 dias (de 20 de julho a 20 de agosto de 2023) no litoral do Paraná, chega a 352, incluindo pinguins, outras espécies de aves marinhas, tartarugas marinhas e mamíferos marinhos.
Em Guaratuba, por exemplo, foram encontrados 18 Pinguins-de-Magalhães mortos e 17 tartarugas marinhas.
"Não é um número anormal para nós, pois no período de migração, principalmente das aves, é comum termos mais registros. No verão, em média, temos uma quantidade bem menor.” No entanto, esses números não são entendidos como normais em termos de preocupação quanto à conservação das espécies, visto que muitos pertencem a espécies ameaçadas de extinção ou mesmo não conhecemos os tamanhos das populações para sabermos o risco associado a essa mortalidade, lembra Camila Domit, coordenadora do PMP-BS na UFPR.
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Pinguins-de-Magalhães
Dentre as aves migratórias que passam pelo litoral brasileiro, destacam-se os Pinguins-de-Magalhães, mais comumente encontrados na costa sul e sudeste do Brasil. Em muitos casos, os animais chegam às praias debilitados ou mortos. Entre os dias 20 de julho e 20 de agosto, 189 carcaças de Pinguins-de-Magalhães foram recolhidas no litoral do Paraná, sendo 134 nos municípios de Pontal do Paraná e Matinhos, 18 em Guaratuba, 16 em Paranaguá e 21 em Guaraqueçaba.
O alto número de encalhes e óbitos ocorre quando os animais deixam suas áreas reprodutivas no sul da Patagônia (Argentina e Chile) e migram para as águas brasileiras em busca de alimento. O trajeto de quase 4 mil km muitas vezes os deixa cansados e debilitados, tendo como consequência o encalhe. A maioria dos animais encalhados é juvenil, principalmente por serem inexperientes e terem menor reserva energética.
Tartarugas-verdes
O encalhe de tartarugas-verdes juvenis também é frequente nessa época. A equipe do PMP-BS/UFPR registrou 134 carcaças de tartarugas-verdes e 12 de tartarugas-cabeçudas no último mês. Os indivíduos foram encontrados nos municípios de Pontal de Paraná e Matinhos (74), em Guaratuba (17), em Paranaguá (29) e em Guaraqueçaba (14).
As principais causas que afetam a saúde das tartarugas são doenças e ingestão de lixo, mas a mortalidade também está associada a casos de colisão com embarcações e interação com atividades pesqueiras. Todas as espécies de tartarugas marinhas dependem de ações de conservação para sua sobrevivência, e a ação coletiva é muito importante para garantir a qualidade de seus habitats.
Registro de animais mortos
O registro de animais marinhos mortos permite a coleta de dados importantes para a conservação das espécies e dos lugares onde vivem, além de contribuir com a saúde pública, permitindo a avaliação de doenças emergentes e alterações na qualidade do ambiente. Animais vivos, mas debilitados, podem ser resgatados e encaminhados para tratamento veterinário no Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde do LEC-UFPR.
Por isso, ao encontrar animais marinhos debilitados ou mortos no litoral paranaense, acione a equipe do PMP-BS/Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da UFPR pelo 0800 642 33 41 ou pelo WhatsApp (41) 9 9213 8746.