Trio de bilionários da Americanas comprou fatia na Copel
3G Radar, do trio Lemann, Telles e Sicupira, comprou participação de 5% na Copel, ex-estatal do Paraná privatizada nesta semana
Publicado: 16/08/2023, 20:05
Uma das empresas do trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Alberto Sicupira comprou parcela significativa na oferta de ações da Companhia Paranaense de Energia (Copel), privatizada na segunda-feira (14/8). A participação do trio, efetivada por meio da gestora 3G Radar, foi informada pela Copel ao mercado.
Segundo comunicado, a Radar Gestora de Recursos aumentou a participação que detinha na Copel e chegou a 85,16 milhões de ações preferenciais na companhia paranaense. O total equivale, segundo a Copel, a cerca de 5,07% do total de ações preferenciais emitidas.
A participação é classificada como relevante pelas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, por isso, teve de ser divulgada pela Copel ao restante do mercado.
A 3G Capital, parte do império do trio Lemann, Telles e Sicupira e que controla globalmente empresas como Burger King, AB InBev e Kraft Heinz, é uma das proprietárias da 3G Radar. No Brasil, a gestora tem participação minoritária na Eletrobras, privatizada no ano passado.
Lemann, Telles e Sicupira são sócios de referência na Americanas, em participação que ganhou os holofotes após a fraude contábil revelada na varejista. Os três eram controladores da varejista até 2021 e estão hoje em negociação com credores da companhia, que está em recuperação judicial.
Não há mais detalhes sobre se o trio pretende exercer alguma atuação efetiva nas decisões da Copel. Em comunicado ao mercado, a Copel informou apenas não haver “qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou compra e venda de valores mobiliários” por parte da Radar.
A oferta de ações da Copel foi concluída nesta semana, por meio da qual o governo do Paraná, até então acionista controlador, diluiu sua participação na empresa. A oferta movimentou R$ 5,3 bilhões.
Com o processo, a Copel foi oficialmente privatizada e passa a ser gerida no formato de “corporation”, em modelo semelhante ao da Eletrobras e que não tem um controlador majoritário.