Campos Neto defende meta de inflação e diz que juro "já foi mais alto”
Presidente do BC diz que a decisão sobre a taxa básica de juros é "coletiva e técnica" e repete que a inflação tem caído "muito lentamente"
Publicado: 27/04/2023, 11:41
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a defender o atual regime de metas de inflação adotado no Brasil.
Ao participar de um debate no Senado sobre juros, crescimento e inflação, que também conta com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (27/4), o chefe da autoridade monetária reconheceu que a taxa de juros é alta no país, mas está abaixo da média histórica e da média recente.
A meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75% – índice bem inferior aos mais de 6% projetados pelo mercado para o fim de 2023.
“Nós temos um sistema de metas, que funcionou muito bem. É um sistema que funcionou em todos os países”, disse o presidente do BC. “Temos uma meta que vem caindo e chega a 3% em 2024. A meta é determinada pelo governo e o BC tem autonomia para executá-la.”
Juros
Sobre a taxa de juros, atualmente em 13,75% ao ano (o que significa um juro real na faixa dos 8%), Campos Neto disse que o índice já esteve em patamares muito superiores.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta os juros, o objetivo é segurar a demanda aquecida, o que se reflete nos preços — os juros mais altos encarecem o crédito e, assim, ajudam a conter a atividade econômica, com menos dinheiro em circulação.
Leia mais em Metrópoles