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OMS muda orientações sobre vacinas contra a Covid-19

Classificação de risco simplificada agora inclui três grupos de risco (alto, médio e baixo) e propõe uma abordagem diferenciada para o fornecimento da série primária e doses adicionais de reforço

Grupo de alto risco inclui idosos, de acordo com a OMS
Grupo de alto risco inclui idosos, de acordo com a OMS -

Da Redação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na terça-feira (28), novas recomendações sobre a vacinação contra a Covid-19. Uma classificação de risco simplificada agora inclui três grupos de risco (alto, médio e baixo) e propõe uma abordagem diferenciada para o fornecimento da série primária e doses adicionais de reforço para cada grupo de risco.

De acordo com a OMS, adultos saudáveis podem ser imunizados com o esquema primário de duas doses e um primeiro reforço. A população idosa, pessoas com comorbidades e imunocomprometidos, gestantes e profissionais de saúde devem receber reforços adicionais (além do 1º) 6 ou 12 meses após a última dose (veja o esquema abaixo)

As orientações são fruto de reunião realizada pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS (Sage, em inglês). No encontro, que aconteceu entre 20 e 23 de março, os especialistas discutiram diretrizes para priorizar o uso de vacinas de acordo com o impacto da variante Ômicron e a alta imunidade da população em decorrência da vacinação e da infecção natural.

Grupos prioritários

De acordo com a OMS, todas as recomendações de vacinas contra o coronavírus são limitadas no tempo e se aplicam apenas ao cenário epidemiológico atual. Nesse contexto, as orientações adicionais de reforço não devem ser vistas como reforços anuais contínuos de vacinas contra a Covid-19. O objetivo é orientar os países em planejamentos de curto e médio prazos.

O grupo consultivo da OMS descreve três grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19: alto, médio e baixo. A definição tem como base principalmente o risco de doença grave e morte e considera fatores como o desempenho da vacina, custo-efetividade e aceitação da comunidade.

O grupo de alto risco inclui idosos; adultos mais jovens com comorbidades significativas (por exemplo, diabetes e doenças cardíacas); pessoas com condições imunocomprometidas (por exemplo, pessoas vivendo com HIV e pacientes de transplantes), incluindo crianças com 6 meses ou mais; pessoas grávidas, e profissionais de saúde da linha de frente.

Para o grupo de alto risco, a OMS recomenda um reforço adicional de 6 ou 12 meses após a última dose, com o prazo dependendo de fatores como idade e condições de imunocomprometimento.

O grupo de médio risco inclui adultos saudáveis com menos de 60 anos sem comorbidades e crianças e adolescentes com comorbidades. Para essa população, é recomendada a série primária e as primeiras doses de reforço. Para esse grupo, não há riscos em receber doses adicionais, mas a estratégia não é recomendada como rotina devido aos retornos de saúde pública comparativamente baixos.

O grupo de baixo risco inclui crianças e adolescentes saudáveis de 6 meses a 17 anos, para os quais doses primárias e de reforço são seguras e eficazes. No entanto, considerando a baixa carga da doença, o Sage indica que os países que consideram a vacinação dessa faixa etária devem basear suas decisões em fatores como carga da doença, custo-efetividade e outras prioridades programáticas ou de saúde.

No entanto, crianças imunocomprometidas e com comorbidades enfrentam um risco maior de Covid-19 grave e foram incluídas nos grupos de alta e média prioridade, respectivamente.

Embora baixa no geral, a carga de Covid-19 grave em bebês com menos de 6 meses ainda é maior do que em crianças de 6 meses a 5 anos. Segundo a OMS, a vacinação de gestantes – inclusive com uma dose adicional se tiverem passado mais de 6 meses desde a última dose – protege tanto a elas quanto ao feto, ao mesmo tempo em que ajuda a reduzir a probabilidade de hospitalização de bebês por Covid-19.

A OMS recomenda que os países que já possuem uma política para reforços adicionais devem avaliar a evolução da necessidade com base na carga nacional de doenças, custo-eficácia e custos de oportunidade.

Além das diretrizes de esquema vacinal, o Sage também atualizou suas recomendações sobre vacinas bivalentes contra a Covid-19, recomendando agora que os países possam considerar o uso da vacina bivalente da Pfizer (BA.5) para a série primária.

Mudanças

As diretrizes ainda priorizam a proteção das populações com maior risco de morte e doenças graves pela infecção por SARS-CoV-2, além do foco na manutenção do funcionamento dos sistemas de saúde.

A nova orientação considera dados recentes da relação custo-benefício da vacinação contra a doença para aqueles com menor risco – ou seja, crianças e adolescentes saudáveis – em comparação com outras intervenções de saúde.

O documento também inclui recomendações revisadas sobre doses de reforço adicionais e o espaçamento dos reforços. A redução das condições pós-Covid das atuais vacinas também foi considerada, mas as evidências sobre a extensão de seu impacto são inconsistentes, segundo a OMS.

“Atualizado para refletir que grande parte da população está vacinada ou previamente infectada com Covid-19, ou ambos, o roteiro revisado enfatiza novamente a importância de vacinar aqueles que ainda correm risco de doença grave, principalmente adultos mais velhos e aqueles com condições subjacentes, incluindo com reforços adicionais”, afirmou a presidente do Sage, Hanna Nohynek.

“Os países devem considerar seu contexto específico ao decidir se devem continuar vacinando grupos de baixo risco, como crianças e adolescentes saudáveis, sem comprometer as vacinas de rotina que são tão cruciais para a saúde e o bem-estar dessa faixa etária”, completa.

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