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Formatura extemporânea reforça história de famílias na UEPG

A emoção evidenciou nas últimas formaturas extemporâneas realizadas pela instituição. Foi uma cerimônia na quinta feira (15), duas na terça-feira (20) e uma nesta quinta-feira (22)

Francine Marques Bandeira cresceu vendo o pai trabalhar como técnico do de anatomia na UEPG
Francine Marques Bandeira cresceu vendo o pai trabalhar como técnico do de anatomia na UEPG -

Da Redação

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Famílias constroem histórias na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). São pais e filhos que estabeleceram raízes na instituição, não só de maneira profissional, mas também afetiva. A emoção evidenciou nas últimas formaturas extemporâneas realizadas pela instituição. Foi uma cerimônia na quinta feira (15), duas na terça-feira (20) e uma nesta quinta-feira (22).

Só no dia 20 foram 68 novos profissionais nas áreas de Bacharelado em Ciências Biológicas; Farmácia; Licenciatura em História modalidade a distância; Letras – Português/Espanhol; e Medicina. 

Uma das famílias que carrega o sobrenome UEPG é a de Francine Marques Bandeira. Em meio a bisturis, atlas do corpo humano e análises, ela cresceu vendo o pai trabalhar. Agora formada em medicina, ela continua na tradição da família de ser uma cientista do corpo humano. Seu pai, Jeiel Marques Pinto, é técnico do laboratório de anatomia na UEPG por vocação e por raízes: o avô de Francine, Samuel, pai de Jeiel, também atuaram na área, assim como seus tios e primos.

Graduado pela UEPG em Educação Física, técnico em anatomia e necropsia, Jeiel conta que seus três filhos estudaram no Centro de Atenção Integral à Criança (Caic). Nas quartas-feiras, buscava Francine e sua irmã, Jeliane, para aguardarem ele finalizar o turno de trabalho. Enquanto ficavam no laboratório, Jeiel vestia as filhas com jalecos e luvas, colocando à disposição réplicas de ossos para as filhas estudarem. Era a diversão do dia: as meninas curiosas se empenharam em decorar nomes dos ossos, para chegar em casa e contar tudo o que aprenderam para sua mãe. 

Jeiel conta emocionado que Francine “sempre  foi muito estudiosa, desde pequena fazia as atividades com muita perfeição,  e sempre questionando o porquê das coisas”. Durante a cerimônia, foi ele quem passou para a filha o canudo do diploma com lágrimas nos olhos. É a celebração da hereditariedade. E a alegria foi tanta que o pai orgulhoso até quebrou um pouco o protocolo, quase esquecendo do diploma: “Foi muito grande a emoção,  com sentimento de sermos uma família abençoada  e merecedora do que estava acontecendo. Relembrando  a trajetória da Francine para chegar até  aqui, meu coração  se encheu de alegria e, claro, de grande satisfação. A euforia foi tão grande que até fiquei com o canudo na mão,  esquecendo  de entregar no momento pra ela”, comentou rindo. 

Francine, agora formada em Medicina, conta que o interesse pelo curso surgiu na infância no laboratório. “Acredito que influenciou ver de perto a anatomia do corpo humano me despertou a curiosidade de como ele funciona, de como ele pode mudar com as doenças”, conta Francine. Para ela, essa vivência despertou o desejo de estudar mais sobre e poder atuar na área. 

Sobre a formatura, Francine comenta que demorou a acreditar o que estava acontecendo. “Hoje que está começando a cair a ficha de que me formei, é o sonho da minha vida toda! E a formatura foi muito emocionante, pois recebi o canudo de uma das pessoas que mais me incentivou”, comenta emocionada. A profissão que escolheu embasada na história de família também trouxe reflexões: “o corpo é sagrado, mas não é intocável. O trabalho com anatomia deve ser respeitoso, mas é importante para compreendermos como o corpo humano funciona”, enfatiza. Ela e o pai riem brincando que por serem tão envolvidos na dedicação ao corpo e saúde humana, chegam a ser uma “família anatômica”. 

Ainda na cerimônia de colação de grau, outra família estava celebrando emocionada e orgulhosa: a de Ana Carolina, também formanda em medicina. Ela é filha e neta de egressos da UEPG. Seus avós participaram da segunda turma de Odontologia e foram professores no curso, porém hoje estão aposentados. Em compensação, seu pai, Tito Lucio Fernandes, formado em Odontologia também na instituição, é quem dá aulas no Departamento atualmente. Tito comenta com emoção que a escolha de estudar na UEPG foi dos próprios filhos. “Deixamos eles à vontade e os dois optaram por fazer a UEPG, ficar em Ponta Grossa, e gostaram muito. A Ana é minha segunda filha que se forma aqui, então agora já estamos na terceira geração”. 

Formada e agora prestes a iniciar sua residência, Ana comenta sensibilizada que o sentimento é “de gratidão por ver tanta gente passando por aqui e saber que eu pude me formar, na cidade que eu moro, e participar dessa história”. Para ela, a UEPG  “abraça todo mundo, e estar aqui dentro vivendo isso é uma sensação de acolhimento”. Em meio às lágrimas, Ana conta que suas memórias dentro da Universidade vão ser para sempre guardadas: “Eu vou lembrar de tudo, de todo o esforço para entrar na UEPG, de ficar aqui, e de conseguir essa conquista. Eu ainda quero fazer residência, trabalhar, mas estou aberta ao que o futuro me reserva”.

Terezinha de Mello de Oliveira, servidora na UEPG há 30 anos, também viu a história de sua família se reforçar: ela quem passou o diploma para as mãos da filha Ana Luiza, cheia de orgulho pela trajetória. “É muita alegria e muita satisfação, sabia que ela seguiria estudando mas não sabia que ela escolheria vir para a UEPG. Este mérito é todo dela”, se emociona. 

Quem também estava com os sentimentos à flor da pele era Lucas Lauriano Leme Trupel. Para ele, “o sentimento é de missão cumprida, de ter passado por momentos tão difíceis. Falamos muito sobre saúde mental, pois nós somos quem cuida, mas também precisamos cuidar de nós mesmos, e aprendemos isso com a pandemia. Ter o título de enfermeiro e poder ajudar as pessoas é incrível”. Lucas recebeu a láurea acadêmica, honraria concedida à alunos que destacam-se pelo excelente desempenho durante a graduação. 

Ele conta que o incentivo da família nos estudos foi primordial na conquista. “Foram noites em claro, mas com os professores incríveis que temos na UEPG não tinha como ser diferente, e eu levo a Enfermagem como uma arte e também uma ciência, então ter o reconhecimento do curso é uma excelência”.  Agora, o futuro o aguarda. “Já estou aprovado na Residência em Saúde Coletiva, então vem mais saúde pública pelo caminho!”, comemora. 

Quando perguntado sobre o que leva em suas lembranças do convívio e estudos na UEPG, Lucas relata as memórias da graduação. “São apenas as boas; principalmente  das amizades e professores que colocaram a semente do conhecimento para crescer. Uma universidade nunca é uma fase simples, mas eu sinto muita gratidão”.  

O  reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, celebrou a cerimônia reforçando todo o sentido da instituição. “Para isso nós existimos: para formar. Esse é o momento mais importante para a Universidade”, reforça. Durante a cerimônia, Miguel também falou aos formandos que  “o momento da formatura significa que vocês cumpriram aquilo que se esperava de vocês dentro dos cursos que escolheram, conseguiram dar respostas aos desafios que os professores colocaram; e também que os professores cumpriram seu papel formativo”. 

Miguel destaca que todo conhecimento adquirido em uma Universidade Pública deve ser compartilhado, sendo a formatura momento de agradecer a existência dos agentes universitários e de uma instituição que prima pela qualidade, relações humanas, ética e responsabilidade. O tom da formatura seguiu com sentimento de família: “Quando uma pessoa se forma, não é apenas ela, mas todo seu entorno participa desse momento de festa e reconhecimento a dedicação e aos estudos”, celebra Miguel. 

As informações são da assessoria de imprensa

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