Bolsonaro terá direito a carros, seguranças e deve receber R$ 42 mil
No Brasil, a legislação não confere a ex-presidentes uma pensão especial, mas Bolsonaro pode acumular benefícios de militar e ex-deputado
Publicado: 05/11/2022, 08:06
O presidente não reeleito Jair Bolsonaro (PL) deixará o Palácio do Planalto em 31 de dezembro de 2022. A partir de 2023, ele terá direito a seguranças e assessores, motoristas e carros oficiais, regalias asseguradas por uma lei de 1986 a todos os ex-presidentes.
A legislação brasileira não prevê uma pensão especial para ex-presidentes, a exemplo do que ocorre em outros países com regimes presidencialistas, como Estados Unidos. Ainda assim, a soma da remuneração de militar da reserva com a aposentadoria da Câmara dos Deputados é de quase R$ 42 mil, desconsiderados os descontos.
Segundo a lei, terminado seu mandato, o ex-presidente da República tem direito a utilizar os serviços de quatro servidores, que irão atuar em sua segurança e apoio pessoal, bem como a dois veículos oficiais com motoristas. As despesas são custeadas pela própria Presidência da República.
Os quatro servidores são de livre indicação do ex-presidente, e ocuparão cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS), até o nível 4.
Aposentadoria
Bolsonaro foi deputado federal por 27 anos (de 1991 a 2018) e, atualmente, não recebe a aposentadoria da Casa legislativa, mas pode solicitá-la a qualquer momento. Em entrevista recente para 'O Antagonista', Bolsonaro sinalizou que, caso perdesse a eleição neste ano, poderia requisitar a aposentadoria parlamentar. Ele mesmo estimou que o acúmulo dos dois benefícios renderia R$ 42 mil mensais.
“Eu tenho uma aposentadoria do Exército, mais ou menos 12 mil por mês, que é proporcional. Tenho também a da Câmara dos Deputados, que não pedi, para evitar me criticarem. Hoje em dia vale aproximadamente R$ 30 mil reais por mês. Seriam R$ 42 mil bruto por mês. Isso que eu levaria pra casa. Para mim está excepcional esse montante”, afirmou ele em entrevista datada de 19 de outubro.
Valdemar bancará salário, casa e advogados
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, acertou com Bolsonaro que o partido bancará as despesas do presidente da República a partir de 2023, quando ele deixará o Palácio do Planalto.
Segundo apurou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, Bolsonaro deve assumir um cargo no PL. Com isso, a sigla pagará um salário mensal para o presidente, além de bancar o aluguel de uma casa e de um escritório em Brasília.
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