Corredor de fumaça da Amazônia atingirá São Paulo e Rio de Janeiro
A Amazônia não tinha um começo de setembro com tanto fogo desde 2007; nos primeiros oito dias do mês, foram 20.261 focos de calor
Publicado: 10/09/2022, 10:11
O corredor de fumaça que na última sexta-feira (9), atuou nos estados do Sul do Brasil, e trouxe redução de visibilidade em superfície, vai atuar neste sábado (10), no Sudeste do País, atingindo mais os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Com isso, especialmente em São Paulo, espera-se que haja muita fumaça na atmosfera em grande número de cidades paulistas. No Rio, o efeito será menor, embora perceptível.
O avanço do corredor com densa fumaça para São Paulo e o Rio de Janeiro neste sábado se deve à aproximação de uma frente fria. Em processo idêntico ao visto no Sul do Brasil, correntes de vento de Oeste e Norte que antecedem a chegada da frente fria vão atuar nos dois estados, trazendo muito calor com máximas elevadas e ainda a grande quantidade de fumaça.
O Rio de Janeiro já teve ontem (9), o dia mais quente do inverno com máxima oficial de 38,5ºC. A maior temperatura do ano, até o momento, foi de 39,9ºC, em 27 de janeiro na estação do Inmet em Marambaia. O calor segue intenso neste sábado, mas no fim do dia o tempo muda com chuva, vento e queda de temperatura. A cidade de São Paulo também deve ter a chegada da frente fria na segunda metade do dia, mas antes estará muito quente. Com a chegada do ar frio, a direção do vento muda e o ar ficará livre da fumaça.
Queimadas
O número de focos de calor na Amazônia brasileira, nos primeiros oito dias do mês, chegou a 20.261, o que é superior à metade da média histórica (1998-2021) de setembro inteiro que é de 32.110. Os dias 2, 3 e 4 deste mês registraram mais de 3 mil focos diários.
A Amazônia não tinha um começo de setembro com tanto fogo desde 2007. Os piores anos de queimadas na região se deram entre 2002 e 2007. Em 2002, agosto terminou com 43.484 focos. Em 2003, 34.765. Já em 2004, 43.320. Em 2005, o recorde da série histórica do mês com 63.764. Em 2006, 34.208. E, por fim, 2007 com 46.385 focos de calor em agosto. Em 2011, o menor número em agosto com 8.002 focos.
O número de focos de calor somente nos primeiros oito dias deste mês no Amazonas de 4.415 supera em muito a média histórica de setembro de 2.768. O mês se encaminha para ser o pior setembro de fogo já registrado no Amazonas, batendo por enorme margem o recorde mensal de setembro de 2015 com 5.004.
No Acre, dos dias 1 a 8 de setembro, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 3.572 focos de calor. O valor supera a média do mês histórica de 3.224. O Pará, nos primeiros oito dias do mês, teve 6.112 focos, marca acima da metade da média mensal de 9.103. Em Rondônia, os primeiros sete dias do mês anotaram 2.960 focos e a média histórica mensal é de 6.974.
Com informações: MetSul Meteorologia.