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Alta nos insumos preocupa setor da construção civil

Desafios foram debatidos em encontro na Fiep com representantes de toda a cadeia produtiva

Presidente da CBIC apontou principais desafios enfrentados pelo setor atualmente
Presidente da CBIC apontou principais desafios enfrentados pelo setor atualmente -

Da Redação

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Desafios foram debatidos em encontro na Fiep com representantes de toda a cadeia produtiva

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) promoveu, na última sexta-feira (10), um encontro da cadeia produtiva da indústria da construção civil. Além de representantes dos quatro Sindicatos da Indústria da Construção Civil (Sinduscons) que atuam no Paraná, a reunião, realizada no Campus da Indústria, em Curitiba, e com transmissão por videoconferência, teve a participação de integrantes de diversos sindicatos de indústrias que são fornecedoras desse segmento. O evento também contou com a presença do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Rodrigues Martins, que destacou a importância da união de toda a cadeia em um momento em que o setor vive desafios com frequentes aumentos de custos dos insumos e desequilíbrios em contratos, principalmente de obras públicas.

“É muito importante congregar os sindicatos não só da construção, mas de toda a cadeia produtiva”, disse Martins. “Numa época tão difícil como a que a gente vive, principalmente neste setor que teve muitos problemas de aumento de custos, é natural que se gerem tensões, que são um fator menor no processo de uma cadeia produtiva. Uma cadeia produtiva tem que ver no horizonte quais são os pontos convergentes e como a gente faz para essa cadeia produzir”, acrescentou.

Segundo ele, esse debate deve levar em conta o efeito que a evolução do setor de construção gera em outros segmentos da indústria em geral. “Já tivemos uma participação de 25% no PIB industrial, no ano passado caímos para 16%. Fala-se muito na redução do PIB industrial, mas quando você faz a conta, o setor que mais encolheu dentro do PIB industrial foi a construção. E a construção irradia dentro da indústria de transformação, com o tijolo, o aço, o cimento, o plástico e tudo isso. Ela irriga todos esses setores e eles também perdem com isso. Temos certeza de que, quando a cadeia entender a sua força, a sua capacidade, ela vai ter um resultado que vai ajudar tanto o Brasil quanto o sistema indústria”, justificou.

Contratos desequilibrados

Martins ressaltou que um dos principais impactos que o aumento de custos do setor vem causando é o desequilíbrio de contratos de obras e concessões públicas. Para ele, o grande problema é a falta de segurança jurídica para que haja um reequilíbrio desses acordos. “O problema é que tem um tratamento de quando eu compro o meu insumo e não tem o tratamento de quando eu entrego o meu produto. Ou seja, de um lado tenho que pagar porque é um livre mercado, do outro não tenho reajuste no meu contrato da mesma forma que tive no meu insumo”, explicou. “Não há ser humano em sã consciência que não entenda que, se eu contratei com inflação de 3% ao ano e agora está 3% ao mês, eu não possa ter um reajuste de um ano”, completou.

Em sua opinião, uma solução seria a criação de uma matriz de risco nos contratos. “Por que não se cria uma regra que, eu contratando a 3%, se for até 4,5% ou 5%, é risco meu; a partir dali, é risco teu? Ninguém está pleiteando coisas abusivas, o que a gente quer é que simplesmente tenha justiça nos dois pontos”, afirmou.

Desaceleração

Martins também mostrou preocupação em relação à desaceleração que a indústria da construção vem registrando nos últimos meses, mesmo com números positivos na geração de empregos. No período da pandemia, de 1º de julho de 2020 até o final de abril de 2022, o setor gerou mais de 500 mil empregos diretos, com careteira assinada. “Mas o emprego de hoje é o nosso contrato de ontem. Pode ser o contrato de uma obra pública, da construção de uma nova indústria ou da venda de um apartamento, mas estamos fazendo aquilo que foi contratado em 2020 e primeiro semestre de 2021”, explicou.

Ele acrescentou, ainda, que as contratações devem começar a cair no terceiro trimestre deste ano. “Nossa preocupação é: quando acabar essa obra que estou tocando hoje, não tenho para repor. Vamos ter um problema seríssimo a partir do final do terceiro trimestre se não entendermos determinadas coisas, como essa do reequilíbrio dos contratos” disse.

Integração

O presidente do Sinduscon-PR, Rodrigo José Assis, que conduziu o debate, destacou a importância de reunir toda a cadeia produtiva. “A indústria da construção depende muito de todas as entidades que estão aqui. A intenção é passar o posicionamento do setor e, principalmente, pegar ideias para que possamos desenvolver toda a cadeia da melhor maneira possível”, afirmou.

Para a gerente de Relações Sindicais da Fiep, Juliana Bacarin, a iniciativa do setor, com apoio da Fiep, foi importante justamente para aproximar os diferentes atores da cadeia. “Esse é o papel da Federação, atender às demandas e integrar as cadeias produtivas. Quanto maior a união entre os sindicatos e as cadeias, mais forças os pleitos têm, e tudo isso fortalece a atuação dos setores”, declarou. Quem também representou a Fiep no encontro foi o gerente de Assuntos Estratégicos da entidade, João Arthur Mohr.

Sala Prospectiva

O encontro da cadeia da construção civil foi realizado na Sala Prospectiva do Observatório Sistema Fiep. Utilizada para auxiliar indústrias e entidades na tomada de decisões estratégicas, a sala usa a tecnologia de Big Data, cruzando diferentes fontes de dados para desenvolvimento de modelos analíticos. Uma apresentação sobre esse serviço foi realizada pelo gerente do Observatório, Sidarta Ruthes.

As informações são da assessoria de imprensa

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