Paraná é o único estado do Sul com alta na produção industrial
Atividade expandiu 0,6% no período, o dobro da média nacional (0,3%). Alta em 12 meses é de 5,8%
Publicado: 10/05/2022, 19:18
Atividade expandiu 0,6% no período, o dobro da média nacional (0,3%). Alta em 12 meses é de 5,8%
O ritmo da atividade industrial do Paraná registrou sensível crescimento de 0,6% em março na comparação com fevereiro. O indicador ficou acima do nacional, de 0,3%, e também foi o melhor entre os três estados do Sul. No mesmo período, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tiveram quedas de 3,8% e 0,3%, respectivamente. Nos últimos 12 meses, o resultado é de crescimento: 5,8% entre abril de 2021 e março deste ano. No comparativo anual, é o sexto maior aumento do País, atrás apenas de Mato Grosso e Minas Gerais (ambos com 7%), Amazonas (6,4%), Espírito Santo (6,4%) e Rio de Janeiro (6,2%). Rio Grande do Sul cresceu 5% e Santa Catarina 3,5% no intervalo de 12 meses.
Porém, quando avaliado o acumulado deste primeiro trimestre com o mesmo intervalo de 2021 a conclusão é de que a produção da indústria recuou 2,7% no Paraná. Na análise de março deste ano contra março do ano passado, o indicador também caiu, com retração de 2,8%. No Brasil, a mesma comparação registra diminuição de 2,1%. Os números foram divulgados na manhã desta terça-feira (10) pelo IBGE.
O economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, explica que a produção industrial no estado segue a tendência de queda no ritmo da economia mundial, que vem apresentando dificuldades devido a diversos fatores. “Março já é um intervalo de tempo que capta integralmente o impacto do conflito armado entre Ucrânia e Rússia na economia global, com aumento nos custos de insumos e matérias-primas e alta do petróleo, que influencia em toda a logística para escoar a produção das fábricas”, justifica.
Segundo Felippe, outro fator é o preço e o comprometimento no fornecimento de adubos e fertilizantes utilizados principalmente na indústria alimentícia, que representa de 30% a 33% do PIB industrial do Paraná. “Os países em conflito são importantes fornecedores destes insumos e qualquer variação no custo destes itens impacta diretamente na atividade produtiva de alimentos aqui no estado”, detalha. Se a produção fica mais cara, toda a cadeia é afetada porque o Paraná não exporta apenas commodities de soja e milho, por exemplo. Há um processo minimamente industrial envolvido para vender derivados destes produtos como ração e óleo de soja e milho para fora. Esse processo fica comprometido com a variação nos custos de produção”, complementa.
Setores como o automotivo, relevante para o estado, também pode sentir os impactos da escassez de matérias-primas para produção, principalmente relacionadas ao fornecimento de equipamentos e componentes eletrônicos de alta tecnologia aplicada à fabricação de veículos.
Setor de bebidas cresce 33%
Das 13 atividades avaliadas pelo IBGE, nove estão com desempenho negativo este ano no Paraná. Somente bebidas, com crescimento de 33,5%, máquinas e equipamentos (6,6%), celulose e papel (3,2%) e automotivo (1,5%) podem comemorar. Os piores no ranking deste primeiro trimestre foram moveleiro (-26,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-26,3%), fabricação de produtos de metal (-10,3%), borracha e material plástico (-10%) e minerais não-metálicos (-7,4%) ficaram com resultados abaixo do esperado. Por outro lado, Os principais impactos positivos nesses 12 meses foram na fabricação de máquinas e equipamentos (36,1%), automóveis, reboques e carrocerias (29,2%), bebidas (14,8%), produtos de madeira (14,4%).
As informações são da AEN