‘BBB do crime’ revela câmeras para vigiar policiais
Os sofisticados equipamentos estavam instalados em postes de iluminação pública do bairro de Curitiba
Publicado: 27/01/2022, 18:17
Os sofisticados equipamentos estavam instalados em postes de iluminação pública do bairro de Curitiba
Criminosos que residem no Alto Boqueirão, em Curitiba, criaram um circuito de câmeras de tecnologia Full HD por ruas do bairro e transformaram o local em um verdadeiro reality show. No ‘BBB do Alto Boqueirão’, os brothers eram policiais da capital em diligências.
A retirada dos sofisticados aparelhos, operados por controle remoto, foi feita na manhã desta quinta-feira (27), após investigações e a suspeita das autoridades de que havia algo de errado na comunidade.
Uma equipe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Curitiba, estudou o ambiente e descobriu os oito equipamentos instalados em postes de iluminação pública, em pontos estratégicos do bairro.
“Estas câmeras são usadas por organizações criminosas que controlam o tráfico para monitorar a chegada de policiais. Uma ação ocorreu esta manhã, para retirar estas câmeras e enfraquecer o tráfico. Ela ocorre em um local de intenso tráfico de drogas e homicídios”,
afirmou o delegado Tito Lívio Barrichello, que acompanhou a operação batizada de Big Brother no local.
Barrichello conta que, sendo um bairro de alta criminalidade, local de ponto de venda de drogas, eram feitas diligências, mas havia muita dificuldade da polícia civil em conseguir intimar e prender pessoas na região.
“Através de informantes, pessoas de bem da comunidade, tomamos ciência de que muitas vezes eles sabiam que estávamos no local. As informações eram muito privilegiadas. Quando chegávamos, todos já sabiam”, diz.
Criminosos audaciosos
Como eram muitas câmeras e o local perigoso, a DHPP contou com o apoio da Guarda Municipal para executar a Operação Big Brother, além do plantão da Divisão.
“Para retirar esse instrumento que está sendo utilizado aqui de uma maneira esdrúxula. E quem paga a conta da energia elétrica da câmera de segurança, por incrível que pareça, é o próprio estado”, afirma Barrichello.
A delegada Tathiana Guzella, que também acompanhou a operação, classificou a ação dos criminosos como ‘audaciosa’.
“Temos organizações criminosas com poder econômico bastante saliente e sem qualquer medo. Não estamos conseguindo identificar qual o ponto de origem dessas câmeras, mas vamos continuar a investigação para identificar.”