Bispo que atua em Porto Alegre realiza ordenação em Irati | aRede
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Bispo que atua em Porto Alegre realiza ordenação em Irati

Dom Sergio saudou os arcebispos, bispos, bispos eméritos vindos de todo o Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul

O padre iratiense foi ordenado bispo na sexta-feira
O padre iratiense foi ordenado bispo na sexta-feira -

Da Redação

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“Foi um presente que nós ganhamos. Agradecemos à Diocese de Ponta Grossa e, claro, à família vicentina”, dizia o arcebispo metropolitano de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Jaime Spengler, falando da nomeação de Monsenhor Odair Miguel Gonsalves dos Santos como bispo auxiliar da capital gaúcha. Em uma celebração belíssima, rica em simbolismos e emoção, a ordenação episcopal aconteceu na noite de sexta-feira (8), na matriz da Paróquia São Miguel, em Irati, terra natal do ordenado e na presença de muitos de seus familiares. Dom Jaime foi o ordenante principal e, ao seu lado estavam Dom José Carlos Chacorowski, da Congregação da Missão, Ordem de Dom Odair, e, Dom Sergio Arthur Braschi, bispo anfitrião da Diocese de Ponta Grossa.    

A celebração começou com a profissão de fé feita pelo novo bispo, na presença dos demais bispos, dos presbíteros assistentes, os padres lazaristas Leandro Maeski e Simão Valenga, sacerdotes e diáconos, no interior da igreja matriz.  Em seguida, todos seguiram para um espaço especialmente montado no pátio interno. Dom Sergio saudou os arcebispos, bispos, bispos eméritos vindos de todo o Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, além de sacerdotes e diáconos. Falou especialmente aos irmãos de Dom Odair, Ocimar e Odete. Dom Jaime pediu a todos uma oração silenciosa pelo novo bispo e por todas as famílias acometidas pelas chuvas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A celebração foi acompanhada por cerca de três mil pessoas e contou com a presença do prefeito Jorge Derbli e sua vice, Ieda Waydzik.

Uma emoção a mais para todos os fiéis da Diocese de Ponta Grossa,  no contexto de caminhada rumo ao seu centenário, foi o uso pelo presidente da CNBB do báculo que pertenceu a Dom Antônio Mazzarotto, o primeiro bispo diocesano. O ‘empréstimo’ do báculo foi autorizado por Dom Sergio para a celebração. Dom Jaime contou que conheceu o irmão de Dom Antônio, Dom Jerônimo Mazzarotto, que foi bispo auxiliar de Curitiba e faleceu com 102 anos, em 1999. “Não sabia (que estaria usando o báculo). Dom Sergio só disse que iria ceder o báculo da Diocese, mas não sabia que era do primeiro bispo. Para mim é uma honra. Me sinto muito marcado por isso. Aqui tem uma história bonita. Uma caminhada de Igreja completando um século. Expressão de muita oração, muito empenho, muita dedicação, muito espírito comunitário. A Igreja é essencialmente comunidade de fé. Temos que respeitar e celebrar essa caminhada. Faço votos que a celebração dos 100 anos possa ser uma oportunidade para um salto evangelizador ainda maior”, comentou Dom Jaime Spengler.

Ao lembrar que Dom Odair é o segundo bispo oriundo do interior de Irati ordenado na Diocese, nos últimos anos, Dom Sergio considerou o fato uma grande benção. “Mais um filho da terra sendo chamado não só à vida sacerdotal, mas ao episcopado é uma grande alegria. E os dois últimos, Mário Spaki e, agora, Dom Odair, do interior de Irati. Entre nós, do clero, temos um dizer que ‘Irati é celeiro de vocações’. De fato, daqui dessas paróquias, são quatro ao todo, temos muitas vocações, muitos padres, e agora, esses dois bispos. Não podemos esquecer que também temos um grande número de sacerdotes e irmãs religiosas, que são vocações das famílias aqui de Irati. Uma grande honra. Grande ação de graças hoje a Deus por esse dom”, enaltecia o bispo de Ponta Grossa.

Dom Sergio contou que, desde o momento que saiu a notícia da escolha de Monsenhor Odair como bispo auxiliar, a reação foi de grande alegria por parte do clero, dos religiosos e, sobretudo, da população de Irati, em particular, mas de toda a Diocese. “Quando recebemos a notícia, estávamos para iniciar a Assembleia do Bispos do Paraná, que foi em Cornélio Procópio e, dois dias depois, a Assembleia do Povo de Deus, o grande momento de reunir toda as dioceses do Paraná. Não pude estar presente no primeiro instante para abraçá-lo, mas, foi realmente algo que trouxe um novo entusiasmo para a nossa igreja diocesana”, acrescentou o bispo.

Já Dom Carlos Chacorowski, padre lazarista como Dom Odair, afirmou que via com grande alegria a nomeação, especialmente, por, agora, poder dividir a responsabilidade com ele na Província. “Estou sozinho como bispo. Agora, tenho um companheiro, um irmão. Monsenhor Odair é o nosso sexto bispo na Província. Temos uma belíssima história de bispos nesses 120 anos da presença da Congregação da Missão, filhos de São Vicente de Paulo, aqui na região Sul do Brasil. Inácio Krause foi o primeiro, depois Dom Domingos Wisniewski, Dom Ladislau Biernaski, Dom Isidoro Kosinski, eu e, hoje, Dom Odair. É motivo de grande alegria. Fico muito feliz que mais um colega da Província da Congregação da Missão hoje faça parte também da força viva da Igreja na CNBB. Também estar na presença de Dom Jaime porque fomos nomeados bispos juntos pelo Papa Bento XVI. É um prazer revê-lo, reencontrá-lo”, dizia, brincando que foi ordenado bispo, em 2011, pelo vice-presidente na época da CNBB (José Belisário da Silva), e que Monsenhor Odair teve chance maior: ser ordenado pelo presidente da CNBB. “Dom Sergio, inclusive, foi um dos bispos ordenantes quando fui nomeado bispo auxiliar de São Luís do Maranhão”, acrescentou.

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  • Dom Sergio impondo as mãos sobre o, agora, colega de episcopado
    Dom Sergio impondo as mãos sobre o, agora, colega de episcopado
  • Dom Odair e os bispos presentes na celebração
    Dom Odair e os bispos presentes na celebração
  •  Logo após o propósito do eleito, o novo bispo ouve a ladainha deitado, aos pés do altar
    Logo após o propósito do eleito, o novo bispo ouve a ladainha deitado, aos pés do altar
  

Vida - “Desde criança sempre quis ser padre. Sempre tive isso comigo. O tempo foi passando. Sou o filho mais velho da família. Meus pais hoje já são falecidos e era o braço direito da família. Então, pensava que não era oportuno, não era o momento de sair. Quando tinha de sete para oito anos, um padre da Congregação da Missão, Xisto Bobato, visitou minha casa e queria me levar para o Seminário Menor e meus pais, naquele momento, não deixaram, dizendo que eu era muito novo; pediram para esperar um pouco mais. O tempo passou, servi o quartel e, ao voltar, ainda morando com os pais, comecei a ser catequista na Paróquia São Miguel, um dos únicos homens da Catequese. Até tenho o prazer de falar que minha prima, Euni Teresinha da Cruz, sabia da minha vontade (de ser padre) e um dia falou com o pároco. Eu estava namorando. Naquele momento, padre Valentim (Szychta) me chamou para conversar. Eu era muito tímido, mas disse que gostaria de ser padre. Naquele momento, tive que tomar a decisão. E assim entrei para a Congregação da Missão”, contou Monsenhor Odair.   

Um tempo antes de ser nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre, Dom Odair recebeu convite para um trabalho no Vaticano. “A escolha foi feita pelo Superior Geral. Eu estava terminando o mandato de visitador, de Provincial. Terminei no dia 27 de fevereiro, quando o padre Simão (Valenga) foi nomeado o novo Provincial. No dia 28, veio uma carta do Superior me chamando para Roma. Queria que fosse já em março, mas eu tinha dois retiros para conduzir para os Filhos da Caridade e não tinha tirado férias, não tinha feito meu check-up anual. Combinei, então, que me apresentaria dia 7 de setembro. Comprei passagem e estava tudo organizado para eu ir para trabalhar na Cúria Geral, em Roma, como auxiliar do secretário, que desempenha a função há mais de 15 anos. Eu sabia que estaria sendo preparado para assumir o trabalho. Pela obediência, eu aceitei. Sabia que seria difícil. A língua foi uma dificuldade. Me diziam que não era problema, que lá eu aprenderia. Comecei a cursar Italiano. Chegando em Roma, iria fazer um outro curso de Italiano. Mas, as coisas acabaram sendo diferentes. Acabei indo para Roma, mas para ser nomeado bispo”, detalhou.  

Sobre a nomeação como seu auxiliar, Dom Jaime Spengler citou que estava em Porto Rico, na assembleia do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), na qual foi eleito presidente, quando, logo depois da eleição, o prefeito do Dicastério para os Bispos (Dom Robert Prevost) o chamou e disse para pedir um bispo auxiliar. "Falei que faria ao voltar para casa. Mas, o prefeito disse que não; que eu deveria fazer ali mesmo. Me deu uma folha em branco, escrevi duas linhas e enviei. Logo, saiu a nomeação...até mais rápido do que imaginava. Era uma necessidade. Seja por aquilo que hoje a Igreja nos pede a nível de Brasil, mas também de América Latina, como aquilo que é a Arquidiocese em Porto Alegre. Foi, certamente, uma notícia muito boa”, descreveu Dom Jaime.

Agenda - A Arquidiocese é dividida em quatro vicariatos. São quase quatro milhões de habitantes, 160 paróquias.  O novo bispo auxiliar já está em Porto Alegre. Dom Odair, após a ordenação, teve celebrações, sábado (9), na Capela São Pedro, no Guamirim, às 18 horas, e, ontem (10), na igreja matriz São Miguel, às 9 horas, e, às 18 horas, missa pelos familiares falecidos, no Cemitério de Guamirim. Irá celebrar uma série de Crismas, em Porto Alegre, dos dias 15 a 22 deste mês. Conduz ainda uma atividade com missionários e retorna para Irati. Em janeiro, ele fará um curso voltado para bispos, no Rio de Janeiro, e, no final do mês, volta para Porto Alegre, onde, dia 2 de fevereiro, acontece a celebração em honra a Nossa Senhora de Navegantes.

A cabeça do novo bispo é ungida com óleo bento
A cabeça do novo bispo é ungida com óleo bento |  Foto: Assessoria
 

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