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Excesso de chuvas traz perdas para o agro dos Campos Gerais

Produtores que ainda não tinham colhido o trigo e a cevada sofrem com a possibilidade de grandes perdas – em alguns casos, totais

Há diversos registros que o trigo está brotando na própria espiga
Há diversos registros que o trigo está brotando na própria espiga -

Fernando Rogala

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O agronegócio é um dos setores da economia mais impactados pelo grande volume de chuva das últimas semanas na região dos Campos Gerais. Com índices pluviométricos que passaram de 500 milímetros em algumas cidades, e que caíram principalmente na hora da colheita do trigo e da cevada (culturas extremamente sensíveis à alta umidade), além do plantio recente da safra de verão, há muitas perdas no campo, sendo até irreversíveis em alguns casos. Em Ponta Grossa, por exemplo, na estação meteorológica da Fundação ABC, nos últimos seis dias, foram registrados 216,6 milímetros de chuva, sendo que a média para todo o mês de outubro é de 150 mm.

No caso da safra de inverno, até a última quinta-feira (26), quando começou o alto volume de chuvas, entre 70% e 75% da cevada tinha sido colhido, enquanto que no trigo, a colheita avançava entre 60% e 65%. Parte do trigo e da cevada estavam prestes a ser colhidos, e esses dias seguidos de chuva, entre quinta-feira (26) e terça-feira (31), causaram estragos. “É nesse resto que a situação está crítica. Só vamos ter a certeza dos impactos quando houver a colheita”, diz Luiz Alberto Vantroba, economista do núcleo Regional do Deral em Ponta Grossa. “Mas elas tiveram suas colheitas interrompidas, resultando em perdas na produtividade e especialmente na qualidade dos grãos, afetando na lucratividade dos produtores. Aqueles que possuem seguro, estão ativando as respectivas seguradoras”, completa.

Em Teixeira Soares, o volume de chuva foi ainda maior. Na Fazenda Campina do Tigre, por exemplo, o medidor indicou 332 milímetros de chuva em cinco dias, entre 26 (quinta) e 30 (segunda-feira). Somando com outros 196 milímetros acumulados desde o dia 9 de outubro, e com a chuva desta terça-feira (31), são mais de 540 milímetros registrados em 18 dias chuvosos. O empresário rural da fazenda, Marcio Krzyuy, explica que ele conseguiu acelerar a colheita e retirar os 170 hectares plantados até a última terça-feira (24). “Com a chuvarada, não conseguimos colher antes. Começamos a colher com umidade em 28%, sendo que o ideal é 14%; começamos com mais umidade para conseguir ‘vencer’. E em três dias concluímos a colheita”, explicou.

Mas propriedades vizinhas não tiveram a mesma sorte. “Ainda tem muito trigo no campo e não tem por onde penetrar a água no solo. Então já está brotando tudo; e precisa de dois dias de sol para entrar com as máquinas para colher no terceiro. Não se sabe nem se vai adiantar colher”, completou, informando que em uma propriedade, todo o trigo plantado foi perdido. Áreas alagadas foram perdidas. “Tem produtor com o trigo brotando na lavoura, então a qualidade cai bastante. E não dá para colher o trigo, porque o produtor não está podendo nem trabalhar – tem produtor que não consegue nem chegar até a propriedade”, acrescentou o presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto.

Pecuária

A pecuária também foi bastante afetada. Os fortes ventos de sábado (28), por exemplo, arrancaram as estruturas de barracões de duas leiterias em Arapoti, danificaram maquinários e obrigaram o sacrifício de alguns animais. “Tem muita propriedade sem energia ainda, e isso impacta fortemente. Se para quem já tem necessidade do dia a dia, como fogão, já impacta, agora para quem trabalha com leite, por exemplo, com frango, que exige energia, o impacto é muito pesado. É uma catástrofe para os produtores”, disse Gustavo Ribas Netto. Além disso, os reflexos chegaram à silvicultura: com os fortes ventos, lavouras de eucalipto também foram afetadas.

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