Prudentópolis quer selo de Indicação Geográfica para a Cracóvia

A cracóvia de Prudentópolis teve seu pedido de reconhecimento para Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), nesta terça-feira (26), com número de processo: BR 4020230000165. Produto típico da cidade, é um embutido de carne de porco nobre defumada, que teve a receita criada por um morador local, Dionizio Opuchkevitch, na década de 1960.

A sensibilização dos produtores para ter a IG começou em 2020, por meio de uma iniciativa do Sebrae/PR, com o apoio da Prefeitura Municipal e da Associação dos Produtores de Embutidos de Prudentópolis (Apep), que foi fundada e se fortaleceu durante o processo. Sebrae/PR, Sicredi e Prefeitura fizeram aportes financeiros no projeto.

A consultora do Sebrae/PR, Melany Ovando, explica que a obtenção do registro de IG traz benefícios, pois agrega valor ao produto, melhora o setor e a cadeia produtiva, dá mais evidência para o território e cultura local.

“Além disso, contribui com o desenvolvimento do território, não somente com relação à IG, mas também em setores indiretos como o turismo e o comércio, com reflexo na geração de emprego e renda”, pontua.

Conforme o prefeito de Prudentópolis, Osnei Stadler, o município possui os requisitos para obter o registro, com ampla tradição na produção do produto, que está ligada à sua história.

“A nossa cultura é muito forte e os produtores são os principais responsáveis por levar o nome da cidade para todos os cantos do Brasil. Desde o ínicio, o trabalho foi árduo e exigiu de todos nós muita dedicação. Sabíamos que valeria a pena e agora é a hora de colhermos frutos”, comenta.

Atualmente, são dez membros ativos da Associação dos Produtores de Embutidos de Prudentópolis (Apep), cujo trabalho impacta na produção mensal estimada de cinco toneladas do embutido. Para o presidente da Associação, Marcos Machulek, o registro de Indicação Geográfica vai corroborar Prudentópolis como município pioneiro na produção da cracóvia.

“Acreditamos que, com a IG, o produto vai ter mais notoriedade e visibilidade no âmbito nacional. Além de que a produção passa ser padronizada por conta do caderno de especificações, que inclui normas, como a calibragem da tripa e a classificação da carne, com a utilização de algumas partes nobres do pernil suíno”, explica.

Produtora de cracóvia há 30 anos, Teresinha Dobrovolski Antonio acompanhou os trâmites para dar entrada no pedido de reconhecimento, que inclui a elaboração de um caderno de especificações, desde o início, em 2020. Com uma produção semanal de aproximadamente cem quilos de cracóvia, ela conta que atende a diversos estabelecimentos comerciais do município e restaurantes que beiram rodovias.

“Entrei nesse projeto de busca pela IG sempre com a esperança que daria certo. Acredito que o registro vai ajudar a valorizar o produto e chamar mais atenção para a nossa cidade, que é conhecida pelos atrativos turísticos naturais. Acho que é um processo benéfico para todos, incluindo moradores, para saberem a importância de um produto ter IG”, considera.

Com a cracóvia, o Paraná tem sete produtos depositados, aguardando o reconhecimento que é feito pelo INPI: mel de Prudentópolis, cachaça e aguardente de Morretes, urucum de Paranacity, queijos do Sudoeste do Paraná, broas de centeio de Curityba e camomila de Mandirituba.

Indicação de Procedência

Conforme define o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Indicação de Procedência é “o nome geográfico de um país, cidade, região ou uma localidade de seu território que se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto ou prestação de determinado serviço. No caso da Indicação de Procedência, é necessário apresentar documentos que comprovem que o nome geográfico seja conhecido como centro de extração, produção e fabricação do produto ou prestação do serviço”.

Produtos com IG no Paraná

Atualmente, o Paraná conta com 12 produtos com Indicação Geográfica: Bala de Banana de Antonina; Melado de Capanema; Goiaba de Carlópolis; Queijo de Witmarsum; Uvas de Marialva; Café do Norte Pioneiro; Mel do Oeste; Mel de Ortigueira; Erva-Mate do Sul do Paraná; Morango do Norte Pioneiro; Vinhos de Bituruna; e Barreado do Litoral do Paraná.

As informações são de assessoria