VBP da região cresce 19% em 2022 e totaliza R$ 29,67 bilhões

Quase todos os municípios da região dos Campos Gerais registraram um incremento na geração de riquezas no campo em 2022. Números preliminares do Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP), publicados na edição desta terça-feira (20) do Diário Oficial do Estado do Executivo, por meio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apontam que a soma dos valores dos 31 municípios que compõem a região, em compilação realizada pela reportagem do Jornal da Manhã/Portal aRede, atingiu o valor total de R$ 29,67 bilhões. Esse total representa um crescimento nominal de 19,02% na comparação com os R$ 24,92 bilhões somados em 2021. Em valores, o aumento foi de R$ 4,74 bilhões.

Entre os municípios da região, Castro lidera e se aproximou da liderança estadual. Neste ano, o maior produtor de leite do país alcançou um VBP de R$ 4,15 bilhões, se aproximando de Toledo, que lidera em âmbito estadual, com um VBP de R$ 4,29 bilhões – enquanto Castro aumentou o valor em R$ 686,9 milhões (o VBP foi de R$ 3,46 bi em 2021), Toledo viu o VBP retrair 1,83% em relação ao ano anterior (em 2021, o total alcançou R$ 4,37 bi). 

Total e variação do VBP dos municípios, em relação a 2021 |  Foto: Arte: Geverson Dalzotto

O segundo município que mais gerou riquezas no campo foi Carambeí, com um VBP que saltou de R$ 1,81 bilhão para R$ 2,24 bilhões (R$ 430 milhões de incremento). Isso fez o segundo município que mais produz leite no país saltar da 11ª posição estadual (2021) para a 6ª colocação, ultrapassando, inclusive, outro município da região, Tibagi, que subiu para a 7ª posição no território paranaense em VBP – em 2021, Tibagi teve um VBP de R$ 1,90 bilhão, então se destacando na 9ª posição estadual. À frente desses municípios em âmbito estadual aparecem Cascavel (o VBP foi de R$ 3,19 bilhões em 2022), Guarapuava (R$ 2,66 bi) e Santa Helena (R$ 2,32 bi).

VARIAÇÕES

Em valores de crescimento, depois de Castro, que registrou o maior incremento, apareceu Telêmaco Borba, com uma alta de R$ 496 milhões, ao passar de R$ 293,2 milhões para R$ 789,3 milhões. Essa alta de Telêmaco Borba foi a maior em termos percentuais, de 169,1%. Depois de Carambeí, que teve a maior alta em valores, apareceu Palmeira, com um incremento na casa dos R$ 312,2 milhões (de R$ 1,34 bilhão para R$ 1,65 bilhão). Já em termos percentuais, depois de Telêmaco Borba, se destacaram Sengés, com alta de 44,4% (de R$ 423,5 milhões para R$ 612 milhões) e São João do Triunfo, com alta de 37,1% (de R$ 381,6 milhões para R$ 523,3 milhões). 

O único município que teve retração no VBP foi Imbaú, com queda de 6,45% (de R$ 113,6 milhões para R$ 106,3 milhões). Essa queda é atribuída às características da produção da cidade – municípios em que a silvicultura tem grande força, há grandes variações nos valores de um ano para o outro. Essa mesma justificativa para Imbaú vale para as duas cidades que tiveram maior alta no VBP, Telêmaco Borba e Sengés. 

Clima impediu incremento maior no Estado

No Estado, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) somou R$ 191,2 bilhões em 2022. Os números representam um crescimento de 6% em relação ao VBP de 2021 (R$ 180,6 bilhões), segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), responsável pelo levantamento. A produção da região cresceu acima da média estadual pelo fato que os Campos Gerais não foram tão afetados pela estiagem que impactou fortemente outras regiões do Estado, como explica o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Tivemos uma quebra de mais de 13,5 milhões de toneladas, considerando o feijão, milho, soja e trigo. Se não fossem as perdas, teríamos alcançado cifras ainda maiores”, completa.

Segundo a economista Larissa Nahirny, do Deral, apesar das perdas nos grãos, a produção pecuária, que se manteve em patamares elevados, e a valorização dos preços foram fatores relevantes para que o resultado final do VBP fosse satisfatório. “No Paraná, os preços recebidos pelos produtores dos itens pesquisados no VBP aumentaram, em média, 21% em 2022. Das 55 culturas mais expressivas, 39 tiveram variação positiva no período”, diz.