Potencial de consumo da região cresce acima da média e alcança R$ 35 bi
Incremento dos gastos da população, em relação a 2022, está estimado em R$ 6 bilhões. Alta acima das médias estadual e nacional é atribuída ao alto crescimento no número de empresas em um ano
Publicado: 05/05/2023, 18:08
Os municípios da região dos Campos Gerais deverão ter uma movimentação econômica maior do que as médias estadual e nacional neste ano de 2023. Números do IPC Maps, estudo realizado pela IPC Marketing Editora, que mede o potencial de consumo dos municípios no período anual, apontam que nas 31 cidades da região, que compõem os Campos Gerais (AMCG) e Centro-Sul (Amcespar), serão movimentados R$ 35,0 bilhões neste ano. O valor é, em termos nominais, 20,7% superior ao Índice de Potencial de Consumo projetado para 2022, que foi de R$ 28,9 bilhões. Em valores, significa um incremento de R$ 6 bilhões de um ano para o outro.
Mais do que crescimento nominal, os municípios da região apresentaram crescimento real. A prova disso é que o share de consumo apresentou uma evolução de 2022 para 2023, passando de 0,513 para 0,520 do consumo nacional, o que significa que a cada R$ 200 gastos no Brasil, pouco mais de R$ 1 é movimentado nos municípios da região. Em relação ao consumo estadual, o crescimento também foi acima da média, tendo em vista que a alta anual foi de 20,1%. Se, no ano passado, a região representava 7,90% do consumo estadual, em 2023 esse percentual passou para 7,94%. No Paraná, o potencial de consumo passou de R$ 366,7 bilhões para R$ 440,6 bilhões, elevando sua participação no share nacional de 6,49 para 6,55.
Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, reconhece que região cresceu em participação nacional, mostrando um desenvolvimento acima da média. “Realmente a região teve crescimento de participação no potencial de consumo em relação ao Brasil, e isso é muito positivo, porque a base Brasil é 100. As 31 cidades tiveram crescimento acima da média nacional, sinal que outros mercados não tiveram o mesmo crescimento” resume. Ele explica que os números regionais são puxados pelo potencial de consumo de Ponta Grossa, que teve uma queda no share em relação ao ano anterior. “Então isso mostra que foram as cidades menores, ao redor de Ponta Grossa, que puxaram esse crescimento como um todo”, completa o profissional.
A justificativa apontada por Marcos Pazzini é o expressivo crescimento no número de empresas nos municípios da região: o total passou de 106.468 para 111.738 ao final de abril de 2023, o que significa um saldo de 5.270 novas unidades. “Todos os setores tiveram crescimento no número de empresas, mesmo o comércio, que perdeu participação na pandemia. Destaque para o setor de serviços, com alta de 6,6% e mais de 3 mil novas empresas, e a indústria, com 1.163” disse. “O estudo leva em consideração o consumo, e o consumo é o que a população gasta. Para gastar tem que ter rendimento e para ter rendimento, depende de trabalho; e para ter trabalho, tem que ter empresa. Então, essa ampliação da quantidade de empresas é positiva e mostra que, efetivamente, a região tende a continuar crescendo nos próximos anos”, conclui.
Maior parte dos municípios cresceu acima da média
Entre os municípios, o maior share é de Ponta Grossa, com quase 40% de todo o consumo regional. Depois de Ponta Grossa, os maiores percentuais de consumo são de Telêmaco Borba, com um share de 7,87%, ao passo que Castro tem um percentual equivalente a 6,37% do consumo nacional. No outo lado da tabela, os menores potenciais de consumo estão nas cidades menos populosas: Porto Amazonas, com um potencial de R$ 160 milhões, e Fernandes Pinheiro, com um potencial de R$ 136,1 milhões. Em valores, o maior crescimento foi de Ponta Grossa, com alta de R$ 1,96 bilhão, mas em percentual, as maiores altas foram de Irati, onde o potencial de consumo aumentou 34,29% ao passar de R$ 1,65 bilhão para R$ 2,22 bilhões; e Castro, que elevou em 31,8% ao passar de R$ 1,69 bi para R$ 2,23 bilhões. Dos 31 municípios dos Campos Gerais, 18 cresceram acima da média regional, com alta acima de 21%.
Potencial de consumo de Ponta Grossa se aproxima de R$ 14 bilhões
O potencial de consumo de Ponta Grossa cresceu quase R$ 2 bilhões no período de um ano. Dados revelados nesta sexta-feira (5), pelo estudo IPC Maps, apontam que o total movimentado pelas empresas de Ponta Grossa em vendas pode alcançar o montante de R$ 13,95 bilhões no acumulado deste ano. Em 2022, esse potencial de consumo foi de R$ 11,99 bilhões, o que significa um incremento de 16,3% em termos nominais, ou seja, sem descontar a inflação do período.
Tal resultado manteve Ponta Grossa na 5ª posição entre as cidades paranaenses com o maior potencial de consumo. Já no ranking nacional, Ponta Grossa caiu duas posições e agora passou à 66ª - no ranking de 2022, o município ocupava a 64ª colocação. Isso ocorreu porque o ‘share de consumo’ da cidade caiu, passando a ser de 0,207, o que significa que a cada R$ 500 movimentados no Brasil, R$ 1 é de Ponta Grossa. Em 2022, o consumo de Ponta Grossa equivalia 0,212% de todo o consumo nacional.
Desse resultado total de Ponta Grossa, R$ 13,77 bilhões se referem ao consumo urbano e R$ 182 milhões se referem ao consumo rural. Entre as classes sociais, o maior consumo pertence à classe B2, que corresponde a 25,9% do potencial de consumo, o que equivale a R$ 3,56 bilhões, seguida pela classe C1, com 21,4% do potencial de consumo, com a perspectiva de movimentar R$ 2,94 bilhões neste ano.
Em Ponta Grossa, houve um aumento no número total de empresas em mais de 5% em 2023. De acordo com o estudo, o total passou de 45,5 mil para 47.999 ao final de abril de 2023, em crescimento de 2.462 unidades. O maior crescimento foi do setor de serviços, de 25,2 para 27 mil empresas, seguida pela indústria, de 8.954 para 9.441. Comércio e agrobusiness também tiveram alta.