Ex-prefeito de Palmeira é investigado por compras irregulares de postes

O ex-prefeito de Palmeira Edir Havrechaki, é alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). O gestor teria praticado atos de improbidade administrativa, observados em processos referentes à compra de postes junto à Companhia Paranaense de Energia (Copel). A denúncia, que também envolve uma empresa privada, foi encaminhada ao MPPR pela Câmara Municipal de Palmeira no fim do ano de 2021.

Segundo as informações apuradas pelo Portal aRede e Jornal da Manhã, as irregularidades teriam ocorrido entre os dias 15 de dezembro de 2016 e 15 de junho de 2020. Neste período, o município teria realizado a compra de 13,1 mil metros lineares de postes de concreto e madeira junto à Copel. No entanto, os materiais, bem como os documentos que comprovariam o pagamento, não foram localizados. A fiscalização foi conduzida pelo então presidente da Câmara, Egon Krambeck.

A partir da atuação do Legislativo, a Copel forneceu todos os documentos referentes às compras no período em questão. Eles afirmam que toda parte burocrática da negociação foi feita pela Prefeitura Municipal de Palmeira, e o pagamento foi efetuado por empresas privadas. Além disso, o dossiê traz documentos assinados pelo então prefeito, Edir Havrechaki, autorizando veículos para fazer a retirada dos materiais. Ao todo, houve 41 entregas de postes para a Prefeitura registradas em notas fiscais, onde constam todos os dados das operações, inclusive canhotos de entregas assinados por pessoas indicadas pelo ex-prefeito.

Desdobramentos

Neste momento, a investigação é conduzida pelo MPPR, que apura um eventual benefício à empresa em questão, uma vez que ela teria adquirido os postes em quantidades personalizadas e em valores potencialmente mais baixos. A denúncia aponta que não houve dano aos recursos do município, já que os dados apontam que o próprio empreendimento era responsável pela destinação de recursos visando a compra dos materiais.

Acordo de não persecução cível

A reportagem obteve informações de que um acordo de não persecução cível entre o Ministério Público e as duas partes envolvidas nas irregularidades está em processo de elaboração. O termo será enviado para o Conselho Superior do Ministério Público do Paraná, que deverá avaliar o acordo. Caso seja aprovado, o documento poderá ser homologado pela Justiça. O documento prevê aplicação de multa civil e um eventual pagamento por danos morais coletivos ao município de Palmeira. 

O ex-prefeito Edir foi procurado pelo Portal aRede e Jornal da Manhã e afirmou que pretende se posicionar em momento oportuno.  A reportagem não conseguiu contato com a empresa envolvida até a publicação e segue aberta a esclarecimentos. A Procuradoria Geral do Município de Palmeira irá se manifestar após a eventual homologação de acordo entre o MPPR e as partes investigadas.