Acusado de financiar atos, sindicato de Castro diz defender democracia
O Sindicato Rural de Castro está na lista da Advocacia Geral da União (AGU) de empresas suspeitas de financiar os atos antidemocráticos do último domingo (8), em Brasília
Publicado: 13/01/2023, 16:52
Após a divulgação de uma lista da Advocacia Geral da União (AGU) citando possíveis empresas envolvidas no financiamento dos atos antidemocráticos registrados em Brasília-DF, o Sindicato Rural de Castro se manifestou, nesta sexta-feira (13), afirmando respeitar a democracia.
“O Sindicato Rural de Castro não somente respeita, como defende os valores democráticos e ordenamentos jurídicos expressos em nossa Constituição. Não compactuamos com manifestações que transcendem os limites da ordem estabelecida”, diz uma nota enviada pela assessoria de imprensa da entidade ao Portal aRede. A reportagem tentou contato com o presidente do sindicato, Eduardo Medeiros, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
No site da instituição, a última notícia postada é de julho de 2020. Nas redes sociais, a entidade também não se manifestou. No Facebook, a página do sindicato foi desativada na quinta-feira (12), mas no Instagram o perfil segue em atividade. Neste perfil, inclusive, existem fotos de reuniões em apoio a Jair Bolsonaro (PL) e uma nota em defesa dos protestos pós-eleições - quando apoiadores do ex-presidente se manifestaram contra o resultado das urnas em frente a quartéis de diferentes cidades do país.
BLOQUEIO DE BENS
Na quinta-feira (12), a Justiça Federal do Distrito Federal atendeu um pedido da AGU e determinou o bloqueio de R$ 6,5 milhões de 52 pessoas e sete empresas suspeitas de arcar com os custos de fretamento de ônibus para os atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Ao atender a solicitação da AGU, o juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro considerou "absolutamente plausível a tese da União" e afirmou que os financiadores dos milhares de manifestantes "concorreram para a consecução dos vultosos danos ao patrimônio público".
Os recursos bloqueados, que abrangem imóveis, veículos, e valores financeiros em contas, além de outros bens, deverão ser utilizados para reparar os danos ao patrimônio público em caso de condenação, de acordo com a solicitação da AGU.
Por ora, a contabilização leva em conta apenas os danos causados ao Senado Federal, no valor de R$ 3,5 milhões de reais, e à Câmara dos Deputados, no valor de R$ 3 milhões. Ainda não foi estimado o prejuízo causado no Palácio do Planalto e no edifício do Supremo Tribunal Federal (STF).