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Missas online aproximam fiéis e Igreja, mas desafiam padres

Canais online aproximam fiéis e Igreja, mas o momento tem exigido de padres e integrais da pastoral

Em Irati, a missão do padre Jorge tem se dado através das rádios, internet e do telefone: “um modo diferente”
Em Irati, a missão do padre Jorge tem se dado através das rádios, internet e do telefone: “um modo diferente” -

Da Redação

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Canais online aproximam fiéis e Igreja, mas o momento tem exigido de padres e integrais da pastoral

Quando se observa um padre que em 2020 completa 88 anos de vida e 62 anos de sacerdócio fazendo uma live ao vivo para orientar seus paroquianos de como viver a Semana Santa, se crê quão real é a capacidade de a Igreja se reinventar.  Em Ipiranga, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição não está transmitindo suas celebrações, têm retransmitido as missas da Paróquia Sant’Ana, de Castro. Ainda assim, o pároco, padre Nelson Frederico Schiel superou seus próprios limites e conversou com seus fiéis, em uma clara demonstração de carinho. A live foi feita na página da paróquia no Facebook, no último sábado (4), e teve 2 mil e 700 visualizações.

Superação é a palavra que descreve este momento. E não só junto ao clero. Os integrantes das pastorais de Comunicação das paróquias também têm se desdobrado para transformar os canais on line em elo entre Deus e seu povo, em especial quanto aos ritos e devoções católicos. A celebrações eucarísticas, superadas as limitações técnicas, têm sido transmitidas. Não só elas, mas terços e adorações, e, devoções como novenas.  A resposta está sendo além da esperada. Na Paróquia Nossa Senhora do Pilar, em Ponta Grossa, a missa das 10 horas de domingo (5) terminou com 2.100 visualizações. A de sábado, atingiu1.500. As adorações, transmitidas às 22 horas, de segunda a sexta-feira, estão alcançando de 500 a 1.000 visualizações diárias, informa o pároco, padre Clayton Delinski Ferreira.

Na Paróquia Santa Rita de Cássia, também em Ponta Grossa, a transmissão da missa de domingo, às 10h30, por exemplo, é acompanhada por 1.200 pessoas, em média. O terço on line é visualizado por perto de 500 pessoas, todos os dias, às 19h30. Na Menino Jesus, de Reserva, se somadas, as três celebrações eucarísticas de sábado, às 19 horas, e de domingo, às 8h30 e 19 horas, tem atingido 1.400 pessoas. A página do Facebook da paróquia saltou de 6.500 seguidores para oito mil, contou o integrante da Pastoral da Comunicação (Pascom), Alan Prodelik, citando que os padres fazem lives das orações no horário do almoço e do Terço da Misericórdia, às 15 horas, assistidas por aproximadamente 150 pessoas.

“Iniciamos de maneira amadora. Comprei uma webcam, fiz vídeo-aulas rápidas... e como Deus provê sempre, surgiu um colega que emprestou equipamento de gravação: quatro câmeras, mesa de corte, pegando todo o som da mesa. A dificuldade maior é não estar com os irmãos. Temos muito isso, de estarmos próximos, todos juntos. Mas, Jesus está no controle e isso tudo vai passar”, comenta Leonardo Suarez, da Pascom. 

“Está sendo um desafio gigante. Apesar da tristeza do momento, vejo como o maior desafio da história da Pascom. A receptividade tem sido positiva. Pessoas do Mato Grosso do Sul e do Amapá acompanham nosso trabalho”, cita Alan Prodelik. Dos 17 integrantes da pastoral, apenas três atuam diretamente nas transmissões, ao lado de padres e das religiosas, pensando justamente em evitar aglomeração, afirma. "Aqui na Paróquia Nossa Senhora da Luz, tivemos de fazer alguns ajustes em equipamentos e no próprio presbitério, com som e iluminação, para levar a transmissão com a melhor qualidade possível aos fiéis nesse tempo de isolamento", destaca a coordenadora Pastoral da Comunicação, Bárbara Gardin.

Sem os fiéis

E se para o povo tem sido muito difícil, com alguns chegando as lágrimas, como conta ter visto o padre Delsi Zamboni, da Reitoria do Sagrado Coração de Jesus, para os sacerdotes a experiência tem sido desafiadora. "Nestes dias, estou desenvolvendo a minha missão de sacerdote de um modo diferente: Através das rádios, internet, telefone, e de modo pessoal. Nesta missão, estou procurando levar as meditações da Palavra de nessas transmissões. Para o exercício deste tempo quaresmal e, sobretudo, levando a coragem, a esperança para todas as pessoas neste tempo exigente", avalia o padre Jorge Casimirski, pároco Paróquia Nossa Senhora da Luz, de Irati.

Para o padre Evandro Luís Braun, o momento tem sido de aprendizado. "Um desafio aprender a lidar com tudo isso, mas algo que tem alegrado muito por ver a repercussão. Muitos elogiando, acompanhando, reconhecendo o trabalho. Na verdade, é o jeito de a Igreja estar presente na vida das pessoas neste momento. Já que não podem vir, não podem ter contato com seu padre, as transmissões ajudam a ter contato com o templo, com o elemento material, que também é importante para alimentar a fé. A necessidade que as pessoas têm de Deus faz com que se conectem, enviem intenções, participem...isso tem sido interessante, mostra que as pessoas têm necessidade do sagrado”, diz o pároco da Santa Rita de Cássia.

Padre Martinho Hartmann, da Paróquia Sant’Ana, de Castro, ressalta a dificuldade de celebrar sem a presença física dos fiéis. “Olhar a igreja vazia é difícil, mas diante dessa dificuldade tivemos a capacidade de nos reinventar, criar novos meios para atingir as pessoas e não ficar afastado delas. Desses momentos difíceis estamos aprendendo a tirar coisas novas, como usar os meios de comunicação para atingir os mais distantes, usar para evangelizar e estarmos espiritualmente unidos na oração, na fé e na esperança”. O sofrimento tem sido muito grande para o povo de Deus, de estar privado de participar da Santa Missa e de comungar, enfatiza padre Delsi Zamboni. “Os sacerdotes, de outro lado, privados de estarem em contato com o seu povo. Viver a solidão da igreja vazia”.

Informações assessoria de imprensa.

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