Região é protagonista na produção da silvicultura no país
Diversos municípios dos Campos Gerais estão entre os maiores produtores de madeira e tora, para diferentes finalidades. Telêmaco Borba foi a décima cidade que mais gerou riquezas no setor da silvicultura no Brasil em 2023
Publicado: 13/12/2024, 02:00
Os municípios dos Campos Gerais são conhecidos principalmente por sua produção agrícola e pelo grande destaque na produção pecuária. Entretanto, as cidades da região também são protagonistas na produção em outro segmento ligado ao campo: a silvicultura. Na região, há municípios que estão entre os maiores produtores do Brasil de diferentes tipos de árvores, para diferentes finalidades.
Em geração de riquezas na silvicultura, por exemplo, Telêmaco Borba é a líder regional, a segunda no Paraná e a 10ª no Brasil. No acumulado de 2023, o município alcançou um total de R$ 305,3 milhões no Valor da Produção da Silvicultura, conforme dados revelados pelo levantamento da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2023, divulgada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse mesmo levantamento revela que diversas cidades da região ocupam posições de destaque em diversos produtos da silvicultura. Na produção geral de madeira em tora, por exemplo, Telêmaco Borba ocupa a sétima colocação no ranking nacional, com 2,5 milhões de metros cúbicos produzidos no ano de 2023. A cidade foi a segunda maior produtora do Sul do Brasil, atrás somente de General Carneiro.
Outras sete cidades dos Campos Gerais ocupam posições de destaque no ranking de produção de madeira em tora: Ortigueira, na 20ª posição, com 1,44 milhão de metros cúbicos; Inácio Martins em 30º (1,14 milhão de m3); Sengés em 31º (1,06 milhão de m3), Jaguariaíva em 35º (972 mil m3), Arapoti em 38º (869 mil m3), Tibagi em 46º (731 mil m3) e Ventania em 51º (687 mil m3).
Telêmaco Borba é a líder no Sul do Brasil em produção de madeira em tora para papel e celulose. A cidade produziu um total de 1,57 milhão de metros cúbicos para esse fim, destacando-se na 11ª posição nacional. A segunda colocada no Sul do Brasil é outra cidade dos Campos Gerais, Ortigueira, com 1,39 milhão de metros cúbicos produzidos, na 17ª posição nacional. Também aparecem no ‘top 50’ nacional as cidades de Ventania, Jaguariaíva e Tibagi, nas posições 37, 38 e 40, com produções de 638 mil m3, 632 mil m3 e 626 mil m3, respectivamente.
Da mesma forma, Telêmaco Borba e Ortigueira lideram no Sul do Brasil em produção de madeira em tora de eucalipto para papel e celulose, com 1,09 milhão de metros cúbicos produzidos pela primeira e 1,0 milhão pela segunda.
Já quando se fala em madeira de pinus para papel e celulose, são 13 cidades dos Campos Gerais entre as 50 maiores produtoras do Brasil. A terceira maior produtora em âmbito nacional é Ventania, com 580 mil m3 produzidos em 2023, seguida por Telêmaco Borba, a quinta nacional, com 488 mil m3, e por Jaguariaíva, na 8ª posição, com 408 mil m3. Também estão na lista Ortigueira, na 10ª posição, Tibagi (15º), Piraí do Sul (18º), Paulo Frontin (20º), Reserva (37º), Castro (40º), Mallet (41º), Teixeira Soares (43º), Inácio Martins (46º) e Sengés (48º).
Outro destaque da região é na produção de madeira em tora de eucalipto para outras finalidades, com Telêmaco Borba na segunda posição nacional, com 828,4 mil metros cúbicos, Sengés em quarto, com 658 mil m3, e Arapoti na sétima posição, com 453 mil metros cúbicos. Já a produção de madeira em tora ‘para outras finalidades’ tem Inácio Martins na 5ª posição nacional (1,05 milhão de metros cúbicos), Telêmaco Borba em 7º (926 mil m3) e Sengés em 10º (690 mil metros cúbicos).
Madeira domina a economia do agronegócio em Telêmaco
Telêmaco Borba se distingue dos demais municípios da região pelo fato de que, diferente das outras cidades da região, não tem a soja, o fumo ou o leite na liderança da geração de riquezas - e também não tem a soja entre os três produtos que mais geram dividendos no Valor Bruto de Produção do Agronegócio (VBP). Entre os itens que mais geram riquezas em Telêmaco Borba, nas sete primeiras colocações estão produtos relacionados à silvicultura: madeira em tora para papel e celulose (R$ 177,2 milhões), madeira em tora de eucalipto para serraria (R$ 112,3 mi), madeira em tora de pinus para serraria (R$ 90,4 mi), madeira em lenha (R$ 35 mi), madeira em tora de pinus para laminadora (R$ 25,2 mi), mudas de pinus (R$ 14,5 milhões) e mudas de eucalipto (R$ 5,7 milhões). O oitavo produto mais relevante é a soja, com R$ 3,3 milhões gerados. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Agrícola e Abastecimento de Telêmaco Borba, Weliton Franco, reconhece a grande relevância do segmento para a economia municipal. “Direta e indiretamente, o setor madeireiro, a silvicultura e a indústria de papel e celulose desempenham um papel crucial na economia de Telêmaco Borba. A silvicultura e o setor madeireiro demandam uma significativa mão de obra, e a proeminência nacional do segmento madeireiro atrai investimentos”, detalha.
Setor garante mais de R$ 2 bi em riquezas
A silvicultura foi responsável por gerar um representativo percentual do Valor Bruto da Produção (VBP) da região. Somente a madeira em tora para papel e celulose gerou R$ 832 milhões em riquezas nos municípios dos Campos Gerais e Centro-Sul. A madeira em tora para serraria (pinus) movimentou R$ 455 milhões e a madeira em tora para painéis reconstruídos movimentou R$ 325 milhões. Também são destaque madeiras de pinus para laminadora e madeira de eucalipto para serraria, ambas movimentando mais de R$ 200 milhões em 2023.
Por municípios, de acordo com dados do VBP do Paraná (Deral), em madeiras em tora para papel e celulose, Telêmaco Borba lidera em âmbito estadual com R$ 177,2 milhões em VBP, e a segunda é Ortigueira, com R$ 136,7 milhões. Depois da terceira colocada, que é General Carneiro (R$ 106,2 milhões), aparecem outros seis municípios dos Campos Gerais: Sengés, com R$ 82,4 milhões; Ventania, com R$ 78,3 milhões; Tibagi, com R$ 66,8 milhões; Jaguariaíva, com R$ 63,9 milhões; Piraí do Sul, com R$ 55,8 milhões e Imbaú, com R$ 35 milhões.
O VBP também mostra que em madeiras em tora para processo – painéis reconstruídos, entre os seis primeiros do Paraná, cinco estão nos Campos Gerais. A liderança é de Sengés, com R$ 109,6 milhões gerados, seguido por Arapoti, com R$ 74,7 milhões. Depois da terceira, que é Rio Negro (R$ 32,7 mi), aparecem Piraí do Sul (R$ 30,9 mi), Ponta Grossa (R$ 29,5 mi) e Jaguariaíva (R$ 23,5 mi).
Os municípios dos Campos Gerais ainda lideram em madeiras em tora de eucalipto para serraria, com Telêmaco Borba em primeiro, com R$ 112,3 milhões gerados em riquezas, e Jaguariaíva na segunda posição, com R$ 31,5 milhões. No caso das madeiras em tora de pinus para serraria, Sengés é a sexta colocada, com R$ 91,6 milhões, e Telêmaco Borba a oitava, com R$ 90,4 milhões.
PRODUÇÃO RECORDE
Em âmbito nacional, o valor da produção florestal atingiu em 2023 o recorde de R$ 37,9 bilhões, com alta de 11,2% e produção em 4.924 municípios. “Podemos analisar que muito desse crescimento no valor da produção da silvicultura vem dos preços dos produtos. Percebemos aumentos na quantidade produzida de produtos, mas o principal fator foram os preços. Como um exemplo, a madeira em tora cresceu 3,0% em quantidade e 28,1% em valor”, destaca o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes. Minas Gerais continua com o maior valor da produção da silvicultura, chegando a R$ 8,3 bilhões em 2023. O Paraná vem em segundo em valor de produção de florestas plantadas, com R$ 5,1 bilhões.