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Capivaratípica: um olhar de empatia, arte e inclusão

Personagem criada por jovem nasceu da identificação com uma capivara solitária do Lago de Olarias e hoje leva mensagens de empatia e diversidade

Com sensibilidade, criatividade e o apoio de sua mãe, Bruno Richards criou a Capivaratípica que leva informação e inclusão para as pessoas
Com sensibilidade, criatividade e o apoio de sua mãe, Bruno Richards criou a Capivaratípica que leva informação e inclusão para as pessoas -

Mariele Alexandra Zanin

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Tudo começou com um passeio de domingo no Lago de Olarias, em Ponta Grossa. Foi ali que Bruno Richards, um jovem autista com hiperfoco em desenho, avistou uma capivara sozinha e passou a se questionar: por que ela estava ali sem o bando? Será que era feliz? A partir desse olhar sensível, nasceu a personagem Capivaratípica, que hoje movimenta um projeto artístico e social com sua mãe, Eliane Richards.

“Ele me perguntava se ela era diferente, se era feliz mesmo sozinha. Percebi que ele estava falando muito mais sobre ele mesmo do que sobre o animal”, conta Eliane, em entrevista ao Viver Bem. “A empatia dele com a capivara despertou uma dor minha, de mãe atípica. E eu entendi que precisava ajudar meu filho a transformar aquilo”, completa.

Foi assim que os primeiros desenhos surgiram. Bruno deu vida à capivara solitária em diferentes cenários da cidade: na pista de caminhada, andando de skate no Lago de Olarias, visitando Vila Velha e até o Buraco do Padre. A ideia era tirar a capivara do isolamento e mostrar como seria sua vida interagindo com novos ambientes.

A arte virou exposição, produto e personagem. Com apoio da Galeria Ponto Azul e de parceiros como a Vila Coruja, Bruno e Eliane começaram a desenvolver a Capivaratípica como símbolo de inclusão. Pelúcias, quadros, canecas e outros itens passaram a ser produzidos. E a personagem ganhou vida em eventos, escolas e ações sociais. “Hoje a Capivaratípica tem uma missão muito clara: falar de inclusão, empatia e também da realidade das famílias atípicas, que muitas vezes são invisibilizadas”, destaca Eliane. O projeto também trouxe conquistas importantes: Bruno foi premiado como Jovem Empreendedor pelo programa Gerar.

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A Capivaratípica é um projeto criado pelo Bruno Richards e incentivado pela sua mãe, Eliane Richards, que, com sensibilidade e criatividade, utilizam a arte ... | Autor: aRede.info
  

Além da arte, Bruno tem uma rotina bem estruturada, com atividades físicas, oficinas e participação em projetos sociais. Eliane reforça que o equilíbrio vem do respeito ao tempo dele. “Eu aprendi a não impor. Ele me mostra até onde pode ir e o que quer fazer. Essa escuta mudou nossa relação.”

Para ela, o maior aprendizado vem da forma como Bruno vê o mundo: de maneira literal, sensível e empática. “A sociedade precisa entender que inclusão começa no respeito ao outro como ele é. Às vezes, é só perceber se a pessoa quer estar naquele ambiente, se gosta de ser tocada, se quer aquele alimento. Tudo começa na observação.”

E foi justamente essa observação que deu origem a tudo. Hoje, a capivara do Lago de Olarias não está mais sozinha — ao menos, não simbolicamente. Com traços delicados e uma história poderosa, ela virou símbolo de afeto, escuta e transformação. Mais informações sobre a Capivaratípica podem ser conferidas nas redes sociais @capivaratipica.

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