Marcelo Schimaneski: a arte como superação e inspiração

A arte sempre esteve presente na vida de Marcelo Schimaneski, mas foi após um acidente que ela se tornou um propósito de vida. Finalista do “Concurso de Desenhos do Paraná”, o artista ponta-grossense encontrou na pintura uma maneira de superação e de expressão.

“Minha arte começou quando eu era pequeno, gostava de desenhar com grafite. Mas a pintura veio depois do meu acidente. Um amigo artista plástico me incentivou a tentar pintar em tela. Ele até me passou uma lista de tintas para comprar, mas depois acabou não aparecendo para me ensinar. Então resolvi tentar por conta própria e fui desenvolvendo a técnica sozinho”, contou Marcelo.

Em 1989, ele sofreu um grave acidente que o deixou tetraplégico. Com o tempo, recuperou parte dos movimentos dos braços, mas seus dedos permaneceram paralisados. Foi nesse momento que a arte se tornou também uma forma de reabilitação. “Comecei a fazer fisioterapia e percebi que pintar me ajudava a fortalecer os braços. No início, eu pintava de tudo: flores, cachoeiras, paisagens. Mas com o tempo fui me identificando com o universo rural.”

A conexão com o campo vem da infância. “Quando eu era pequeno, passava as férias no sítio da minha tia. Lidava com galinhas, porcos, vacas... Tudo isso ficou na minha memória e comecei a colocar esses elementos nos meus quadros”, explicou. “Minha mãe também me incentivava muito. Ela pediu para eu pintar a casa onde morava, em Ventania. Fiz o primeiro quadro, mas ela achou que faltava algo. Então, refiz e acrescentei um cavalo, umas galinhas. A partir daí, percebi gostar mesmo de retratar a vida no campo”, completa.

Mais recentemente, Marcelo participou do concurso “Desenhos do Paraná”, onde foi um dos finalistas. “Minha sobrinha me mandou o link do concurso. No começo, eu não estava muito animado para participar, mas resolvi fazer um desenho rápido. Para minha surpresa, fui um dos seis selecionados. Não ganhei, mas só de ter sido finalista já foi uma grande experiência”, disse.

Apesar do reconhecimento, ele aponta dificuldades enfrentadas pelos artistas locais. “Nossa cidade tem muitos artistas talentosos, mas falta mais espaço para exposição e divulgação do nosso trabalho. Precisamos de mais oportunidades para mostrar nossa arte”, afirmou.

Entre suas obras mais marcantes, destaca um grande painel da Estação Saudade. “Fiz o fundo da plataforma e coloquei todos os artistas de destaque de Ponta Grossa, como se estivessem expondo seus trabalhos ali. A tela tinha 50 por 2 metros. Foi um grande desafio, mas o resultado valeu a pena”, relembrou.

Para aqueles que buscam superar desafios, Marcelo deixa uma mensagem de inspiração: “Não desistam dos seus sonhos. Apesar de tudo que aconteceu comigo, corri atrás e deu certo. O apoio da família é muito importante, mas o mais essencial é manter a cabeça firme e acreditar que tudo vai dar certo. Temos um Deus grande que pode nos ajudar”, finaliza.

O trabalho do artista pode ser acompanhado em suas redes sociais, pelo Facebook e Instagram, @schimaneski.

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