Bonecos de crochê confeccionados por presos serão entregues em congresso de PG

A coordenação do evento divulgou a imagem dos souvenirs desenvolvidos especialmente para a ocasião: amigurumis criados a partir das pinturas rupestres (registros visuais pré-históricos feitos em paredes de cavernas). As peças foram confeccionadas por pessoas privadas de liberdade na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG).

Os amigurumis são pequenos bonecos de crochê ou tricô que representam personagens ou figuras humanizadas. A iniciativa surgiu primeiro na Cadeia Pública Hildebrando de Souza, a partir de um curso de artesanato ministrado por uma professora voluntária. O resultado positivo levou à continuidade e à expansão da prática para outras unidades penais, como a PEPG. Hoje, a confecção é acompanhada por equipes técnicas, sob coordenação da direção da unidade e apoio do policial penal Tiago Mantovani, que orienta os participantes em cada etapa.

As peças produzidas não são comercializadas, mas doadas a instituições e projetos sociais, como a APAE, hospitais infantis, creches, casas-lar, orfanatos e famílias de apenados em datas comemorativas. Para o diretor da PEPG, Bruno José Propst, o caráter solidário do projeto amplia seus impactos. “Vejo esse projeto como uma iniciativa que transcende o artesanato e a rotina prisional. Ele representa um canal de reconexão entre os privados de liberdade e a sociedade, mostrando que, mesmo dentro do cárcere, é possível produzir algo que gera impacto positivo, beleza e significado cultural”, afirma.

O convite para integrar o projeto ao Conecotur partiu da coordenadora do evento, professora Jasmine Moreira, que identificou a oportunidade de unir arte, cultura e ressocialização, ao propor a criação de um amigurumi baseado no Catálogo Amostral de Pinturas Rupestres de Ponta Grossa” criado por ela juntamente com os integrantes do Projeto “Pinturas Rupestres, Turismo e Uso Público”, com recursos do  (CNPQ). “É importante destacar que os amigurumis são feitos a partir de receitas específicas. No caso dessa parceria, os privados de liberdade tiveram que criar e adaptar uma receita inédita, capaz de transformar uma pintura rupestre em um boneco de crochê. Foi um exercício de criatividade, inovação e superação”, explica Jasmine.

Segundo Propst, o resultado superou as expectativas: “As peças impressionaram pela qualidade estética e pela dedicação dos apenados, que se empenharam em representar com fidelidade e sensibilidade um patrimônio histórico e cultural brasileiro. Contribuir com um evento dessa relevância nacional reforça o papel transformador do projeto e mostra que o sistema prisional pode ser também espaço de aprendizado, ressignificação e contribuição social.”

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Sobre o Conecotur

O evento reunirá professores, estudantes, pesquisadores, prestadores de serviço, empresas e representantes de instituições públicas e privadas ligadas ao ecoturismo, com o objetivo de fomentar o debate e a troca de conhecimentos sobre o setor no Brasil.

A programação contará com palestras, mesas-redondas, apresentações científicas, workshops, minicursos e visitas técnicas ao Parque Nacional dos Campos Gerais e ao Parque Estadual de Vila Velha. Entre os temas em destaque estão bioeconomia, geodiversidade, políticas públicas, participação comunitária, segurança no ecoturismo e educação ambiental.

Também estarão presentes representantes do Ministério do Turismo, universidades federais e estaduais, além de instituições como o CECAV-ICMBio, GUPE, IPHAN e a Soul Vila Velha S.A.

Com informações: Assessoria de Imprensa.