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UEPG analisa sintomas da Covid Longa em mais de 1800 pessoas

Dados mostram que as sequelas variam entre expressões leves, como cansaço, fraqueza e queda de cabelos, até mais graves, como doenças ou condições cardiovasculares, respiratórias e neuropsiquiátricas

Os pesquisadores agora estão em fase de elaboração de artigos científicos sobre Covid Longa
Os pesquisadores agora estão em fase de elaboração de artigos científicos sobre Covid Longa -

Publicado Por João Iansen

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Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa divulgou os resultados da pesquisa sobre sintomas após a fase aguda da Covid-19 em Ponta Grossa. As 1886 pessoas investigadas tiveram a doença entre 2020 e 2021 e foram entrevistadas por meio do serviço de Call Center da UEPG. Os dados mostram que as sequelas variam entre expressões leves, como cansaço, fraqueza e queda de cabelos, até mais graves, como doenças ou condições cardiovasculares, respiratórias e neuropsiquiátricas. Os pesquisadores agora estão em fase de elaboração de artigos científicos sobre Covid Longa.

O estudo teve dois momentos de coleta de dados: profissionais de saúde e população em geral, com 13.995 pessoas contatadas por telefone e aplicativo de mensagem e pelo menos duas tentativas de contato. Atenderam ao convite e responderam o questionário completamente 1721 pessoas no estudo populacional e 165 profissionais da saúde. A coleta de dados aconteceu entre junho e outubro de 2023.

“Estudar a Covid Longa em Ponta Grossa mostra que, mesmo em município de médio porte com boa cobertura de saúde, as condições crônicas após a pandemia persistem”, destaca a coordenadora da pesquisa, professora Pollyana de Oliveira Borges. O estudo inicia a vigilância das condições pós-Covid na cidade. “O município e o estado podem usar os achados para ampliar a rede de cuidados para estas condições e refletir sobre as especificidades que a demanda exige. Como sociedade, podemos nos organizar para apoiar as políticas públicas”, ressalta.

No estudo populacional, a equipe observou que a maioria dos participantes eram mulheres brancas, entre 18 e 89 anos, com escolaridade de nível médio e superior. Menos de 1/4 estiveram internados pela doença, e quase a totalidade estavam vacinados contra a Covid-19 no momento da entrevista. Sobre as condições crônicas que surgiram, mais de 70% dos participantes relataram algum sintoma ou nova doença após a Covid-19 que não tinham antes.

Pollyana esclarece que, mesmo com o fim da pandemia, as sequelas da doença ainda podem se manifestar. “O estudo contribui com o conhecimento local, mas também com a ciência internacional. Nosso estudo envolve pessoas que tiveram quadros leves, moderados e graves, e sustenta que a Covid Longa não se manifesta somente em pessoas que estiveram internadas em UTI. Ao contrário, a maioria da nossa população não foi internada”, esclarece. O estudo mostra que fatores associados relatados na literatura se confirmam na população brasileira. “Estamos também descobrindo especificidades nossas, e nisso os estudos locais são fundamentais”.

O estudo teve dois momentos de coleta de dados: profissionais de saúde e população em geral, com 13.995 pessoas contatadas por telefone e aplicativo de mensagem.
O estudo teve dois momentos de coleta de dados: profissionais de saúde e população em geral, com 13.995 pessoas contatadas por telefone e aplicativo de mensagem. |  Foto: Jéssica Natal/UEPG.
 

PESQUISA - O estudo sobre a Covid Longa faz parte da pesquisa ‘Pandemia da Covid-19: respostas e do Sistema Único de Saúde em município de médio porte’, numa parceria da UEPG entre a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa. De acordo com a professora, o objetivo era conhecer o número de casos e as características das pessoas que tiveram Covid Longa, e entender a resposta do sistema de saúde para as manifestações que os pacientes apresentaram.

A pesquisa envolveu cinco docentes e uma técnica de laboratório do Departamento de Saúde Pública da UEPG. Mais seis professores dos Departamentos de Medicina (2), Farmácia (2), Odontologia (1) e Saúde Pública (1) colaboram com a análise dos resultados. Participaram também 13 estudantes dos cursos de Odontologia e Medicina; duas doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Odontologia; um mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde; e Residentes do Programa de Saúde Coletiva, supervisionados por uma assistente social.

O estudo tem apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundação Araucária.

Com informações da assessoria de imprensa.

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