Preço da saca da soja e do milho desvaloriza mais de 30% em um ano | aRede
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Preço da saca da soja e do milho desvaloriza mais de 30% em um ano

Uma série de fatores, ligados ao mercado nacional e internacional, impactou nos preços nesta safra 2022/23. Queda no trigo e no feijão também superou os 30%

Somente na soja, o preço da saca caiu R$ 58,30 na comparação com o mesmo mês em 2022, em Ponta Grossa. Baixa no milho foi de 44,5%
Somente na soja, o preço da saca caiu R$ 58,30 na comparação com o mesmo mês em 2022, em Ponta Grossa. Baixa no milho foi de 44,5% -

Fernando Rogala

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O preço dos principais grãos da safra de verão apresenta grande retração nesta safra 2022/23. De acordo com os valores do Serviço de Informação do Mercado Agrícola (SIMA), divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (SEAB), a soja é comercializada no balcão pelo preço de R$ 125,20 em Ponta Grossa. No mesmo dia 17 de maio de 2022, o valor pago pela saca de 60 quilos, no balcão na cidade, era de R$ 183,50, o que representa uma redução de 31,7%, em depreciação de R$ 58,30.

Essa queda, no entanto, não é exclusiva da soja. No milho, por exemplo, a baixa é ainda maior, de 44,5% - a saca, que era comercializada por R$ 83, em Ponta Grossa, agora é vendida por R$ 46. Outro produto comercializado no exterior, o trigo, também bastante produzido nos Campos Gerais, teve uma redução ainda maior do que a da soja. O cultivar de inverno, utilizado especialmente para fazer farinha, teve uma redução nos preços de R$ 102 para R$ 67, em baixa de 34%. O feijão de cor, mais sujeito ao mercado nacional, desvalorizou 31,7%, de R$ 440 para R$ 300.

A retração na saca da soja, explica o analista da cultura de soja do Deral, Edmar Gervásio, está refletindo os preços da soja no mercado internacional, que apresentaram queda constante neste ano de 2023. O corretor de grãos da SafraSul Corretora, Adriano Carneiro, explica que foi uma série de fatores que impactou na redução, como a baixa do dólar, a produção recorde no Brasil e os problemas logísticos. “Houve atraso nos embarques por conta da chuva. Desde março, tem fila de dois meses de navios”, explica. Além disso, houve uma retração no mercado da China e há uma expectativa de grande produção de soja nos Estados Unidos. Para o milho, o especialista aponta que a situação é semelhante

Além disso, houve uma grande quebra na Argentina: das mais de 50 milhões de toneladas, deverão ser colhidos cerca de 20 milhões, o que poderia derrubar ainda mais o preço. “A soja vai quebrar em 30 milhões. Se não, era para cair ainda mais [o preço]”, completa.

Alta produção no Sul reduz preço do trigo

No trigo, a situação é um pouco distinta. A região teve uma quebra na qualidade devido às chuvas de fim do ano. Por outro lado, o Rio Grande do Sul teve grande produção, com boa qualidade, explica Adriano Carneiro. Essa alta oferta interna e o dólar impactaram, assim como a Guerra da Ucrânia. “A Ucrânia era o terceiro e a Rússia o primeiro, o maior exportador de trigo. Com os acordos para continuar exportando, no corredor de exportação, o mercado internacional do trigo não subiu muito”, explicou. 

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