Ponta Grossa gera 5,1% do PIB industrial do Paraná

Ponta Grossa tem uma participação acima das médias regional e estadual quando se trata do PIB Industrial. De todo o Valor Adicionado Bruto da indústria, ou seja, de toda a riqueza gerada pelo setor industrial no Estado do Paraná, 5,17% é originária de Ponta Grossa. O VAB da indústria representa 38,83% de todas as riquezas geradas na cidade em 2020, percentual superior aos 31,48% da região e dos 26,06% de participação que a indústria tem no VAB total do Estado. As informações foram reveladas na manhã desta terça-feira, na apresentação do perfil socioeconômico dos região, com foco em Ponta Grossa, pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), por meio da Casa da Indústria dos Campos Gerais. O evento aconteceu na Casa da Indústria, e os dados foram apresentados pelo economista da Fiep, Marcelo Alves.

Os números apresentados, com base nas informações do PIB de 2020, divulgados em dezembro de 2022, apontam que o VAB da indústria de Ponta Grossa somou R$ 5,75 bilhões, valor que equivale a quase dois quintos de todas as riquezas geradas pelos quatro setores na cidade, que totalizou R$ 14,8 bilhões - além da indústria, há o VAB de comércio e serviços, agropecuária e administração pública. Em termos regionais, esse Valor Adicionado Bruto de Ponta Grossa representou 56,37% do VAB regional, que somou R$ 10,2 bilhões; ao passo que o VAB regional representou 9,1% do total estadual, que somou R$ 111 bilhões.

Esse protagonismo da indústria foi destacado por Marcelo Alves, especialmente pelo fato de que os setores de comércio e serviços possuem mais empresas e geram mais empregos. “Em qualquer lugar, comércio e serviços terão mais estabelecimentos e empregos, mas um dado específico de Ponta Grossa e região é que a indústria tem essa fatia maior do PIB do que a média do Paraná, o que significa que apesar dos números de comércio e serviços serem maiores aqui, a representatividade do setor industrial para a economia da cidade e da região é maior”, revelou ao Portal aRede. Em Ponta Grossa, a indústria gera 17,6 mil vagas de emprego em 741 empresas; enquanto que o comércio gera 22,6 mil vagas em 3,2 mil empresas e o setor de serviços é responsável por 35,8 mil postos de trabalho formais em 3,7 mil empresas.

A forte representatividade é importante para toda a cadeia econômica, tendo em vista o potencial de geração de riquezas do setor. “A cada R$ 1 produzido pela indústria, são gerados na economia R$ 2,43. Comparando com o agronegócio, a cada R$ 1,00, reflete em R$ 1,75. E, no comércio, R$ 1,48. Dessa forma, conseguimos entender o poder de geração de renda da indústria”, relatou Alves, que destacou ainda que os salários também são maiores no setor industrial.

Crescimento está acima da média estadual

Em termos econômicos, Alves destacou que Ponta Grossa e a região como um todo estão com crescimento do PIB acima da média estadual. “E o que diferencia a região nos últimos anos é que ela conseguiu atrair várias empresas de vários setores, como metalmecânico, borracha, automotivo, alimentos, e isso é muito importante para o aumento da renda, do emprego e com efeito multiplicativo, que faz com que a toda a região cresça”, disse o economista, lembrando que isso é fruto de uma logística favorável e um ambiente de negócios positivo. “Isso atrai outras empresas, dentro de uma lógica de cadeia produtiva, de segmentos industriais mais completos”, completa.

Cidade tem cenário propício para industrialização

Questionado sobre o futuro de Ponta Grossa, se com os inúmeros investimentos industriais recentes, a cidade poderia estar em um estado próximo ao de ‘saturação’ industrial, o economista negou. “Não há um limite de crescimento. Ponta Grossa pode crescer a ponto de se aproximar, em termos de PIB, de São José dos Pinhais ou da própria Capital, Curitiba. Estamos percebendo que a população da cidade está crescendo e isso é importantíssimo para a atração de investimentos, porque significa que a cidade tem mais mão de obra disponível”, disse.

Na visão dele, os únicos empecilhos para esse desenvolvimento são os gargalos que poderão acontecer, em decorrência desse crescimento acelerado. “Como a população vem crescendo, o município precisa se atentar e dar as condições estruturais para a cidade ser bem servida com saúde, educação, segurança, além de condições de logística e fluidez para o transporte e para as pessoas. Tratando esses pontos, fica muito melhor para atrair investimentos e para o bem da população, e não há limites para crescimento”, conclui.