53ª edição do Fenata chega ao fim com 12 mil espectadores e leva teatro a 119 espaços | aRede
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53ª edição do Fenata chega ao fim com 12 mil espectadores e leva teatro a 119 espaços

Durante os cinco dias de evento, foram realizadas 34 peças divididas em 149 apresentações

Peça Risas y Sonrisas, mostra de teatro de rua  no Lago de Olarias
Peça Risas y Sonrisas, mostra de teatro de rua no Lago de Olarias -

Publicado por Iolanda Lima

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A 53ª edição do Festival Nacional de Teatro (Fenata) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) chegou ao fim nesta quinta-feira (13), reunindo grandes nomes das artes cênicas e reforçando a tradição do mais antigo festival de teatro do Brasil – realizado ininterruptamente desde 1973. Durante os cinco dias de evento, foram realizadas 34 peças divididas em 149 apresentações. O público atingido é de aproximadamente 12 mil espectadores que prestigiaram companhias de 15 cidades e 5 estados do Brasil.

Com o Palco A do Cine-Teatro Ópera, principal palco do Fenata em edições anteriores, passando por reformas, a organização apostou na descentralização para este ano. Ao todo, 119 locais diferentes receberam espetáculos. Entre os espaços, estiveram teatros, como o Ópera, Teatro Marista, Teatro Ceci, mas também cadeias, escolas particulares e públicas, Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e bares da cidade. Esse foi um dos modos da organização do Festival em facilitar o acesso ao teatro para todo o público de Ponta Grossa e região.

“O Fenata é essencialmente arte e cultura e isso são processos educativos. Essa experiência amplia o processo de formação das crianças, dentro do que a gente tem discutido na perspectiva de uma educação integral. O Fenata traz uma experiência diferente para as crianças e um processo que culmina numa ampliação da visão de mundo no processo de desenvolvimento humano”, explica a Pró-reitora de Extensão, professora Beatriz Gomes Nadal.

O Fenata foi organizado em categorias de apresentação: Teatro Adulto, Teatro Infantil, Teatro de Rua, Mostra Campos Gerais, Teatro Científico, Mostra Especial, Dez em Cena e Teatro de Boteco. A organização acredita que esta edição entrou para a história. “O público é o nosso termômetro e eles nos procuraram sempre para parabenizar. Mesmo após a sessão das 22h, o público ficava para o debate e sentíamos a reação positiva”, explica o diretor do Festival, professor Nelson Silva Júnior. “É um evento que atende as necessidades e as expectativas de quem produz teatro no Brasil”, conclui.

Para esta edição, a organização contou com a presença de três nomes de repercussão nacional do teatro brasileiro. A abertura foi realizada pela atriz Grace Gianoukas, com a peça Nasci pra ser Dercy. A atriz atualmente vive Jocasta na novela Êta Mundo Melhor! A paranaense Denise Stoklos apresentou Mary Stuart – uma peça histórica, apresentada em mais de 30 países e que consolida Denise como a brasileira com mais apresentações em monólogos ao redor do mundo. Para encerrar, o ator Paulo Betti trouxe sua Autobiografia Autorizada para o palco do Ópera e fez a plateia rir, chorar e se divertir com sua história.

“A UEPG tem a sua história confundida com a própria história do Fenata. É nossa obrigação manter esse teatro sempre em alta qualidade, criando um público para o teatro, trazendo grandes peças, incentivando atrizes, artistas, roteiristas e toda cadeia do teatro para que essa arte, tão importante, continue encantando pessoas”, defende o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto. O vice-reitor, professor Ivo Mottin Demiate, exalta o Festival: “Nessa época do ano, já existe uma expectativa das escolas, praças e das pessoas em receber as peças do Fenata. É uma satisfação estar na universidade pública apoiando, realizando e promovendo essa festival, que já tem mais de 50 edições. É uma grande alegria. Nós estamos em festa”.

O presidente da FAUEPG, Sinvaldo Baglie, reforça o agradecimento para todos os envolvidos que garantem que um festival como o Fenata ocorra: “Para que tudo isso ocorra, muitos atores invisíveis ao público atuam. Nosso imenso agradecimento aos que aparecem no palco e aos que estão atrás da cortina. E um agradecimento especial aos patrocinadores e apoiadores que investem na cultura”, declara.

Um convite para Paulo Betti

Adriano Gouvella é ator da Companhia Os Palhaços de Rua, de Londrina, e apresentou o espetáculo Réquiem para um Barbeiro na noite da última quarta-feira (12), no palco B do Ópera. Antes de apresentar, Adriano escreveu para o ator Paulo Betti no Instagram e fez um convite para que ele pudesse assistir a sua peça. O que Adriano não esperava era ver o ator na plateia e, depois, colher os elogios por causa de sua apresentação. 

“Eu assisti ontem no Fenata e fiquei muito impressionado! Que disponibilidade física! Adorei também o texto, a direção, o figurino e a trilha sonora! Teatro na veia! Parabéns”, escreveu Paulo Betti nas redes sociais de Adriano. Além do comentário, Paulo fez questão de aplaudir muito ao final da peça e mencionou a atuação de Adriano tanto em suas entrevistas para a imprensa, como durante o workshop que ele realizou no Museu Campos Gerais (MCG) na tarde de quinta-feira (13).

Para Adriano, foi uma realização. “Eu vi ontem ele na plateia. Ele aplaudiu muito, fez comentários nas minhas fotos no Instagram e mandou uma mensagem muito bonita. Que massa que ele adorou a peça. Fiquei muito feliz e muito surpreso por ele ter ido assistir”, conta Adriano.

Durante seu tempo em Ponta Grossa, Paulo Betti fez questão de reforçar a importância do ensino público de qualidade. “Eu implantei o curso de artes cênicas da Universidade de Campinas. Eu amo a universidade. O recado final da minha peça é sobre a educação pública e de qualidade”, apontou. Além disso, Paulo fez questão de exaltar o Fenata. “Se uma cidade tem um festival com mais de 50 anos de teatro é porque tem um público que gosta e vive disso!”, defende.

Um viajante no Fenata

Um festival de teatro é feito de atores, diretores, iluminadores, mas também do seu público. Humberto de Campos é formado em Engenharia Civil na UEPG no ano de 1979. Ele acompanha o Fenata desde a edição 11. Ele se mudou para Rondonópolis (MT), mas continua um fã do festival e, neste ano, veio até Ponta Grossa para acompanhar. “Eu vim no 11º, 12º, 13º e 14º, depois que eu fui para o Mato Grosso. Mas quando dá, sempre que eu posso, eu venho participar”, conta Humberto. Durante os dias de Fenata, ele rodou os vários pontos de apresentações para acompanhar a maior quantidade de peças possível. “Na minha opinião, é um ponto de cultura muito importante do nosso país”, defende Humberto, que estava presente desde a primeira peça desta edição, no Lago de Olarias na tarde de domingo (9).

Kevin Braga Contente apresentou uma peça totalmente inspirada na sua infância. Para a Mostra Especial, ele apresentou “O menino de Lugar Nenhum” em escolas da cidade. “Quando eu era criança, gostava de imaginar histórias com personagens e eu desenhava bonecos para montar minhas brincadeiras, e essa peça é praticamente um plágio da minha infância, pois utilizo muitos elementos dessa época”. Para compor o cenário, o ator trouxe elementos coloridos, máscaras, livros, fitas coloridas e brinquedos. Nascido em Belém e residente em Ponta Grossa há 5 anos, Kevin celebra o fato de estar pela primeira vez no Fenata com uma peça inteiramente autoral. “Foi maravilhoso. Cada dia foi um lugar diferente e as crianças têm gostado muito. Foi uma correria bem gratificante”.

Gabriel Lima apresentou o Véio Joaquim em 16 diferentes pontos, sendo escolas, instituições e na Penitenciária. Ao final da peça, ele compartilhou sua história com os detentos. “Doze anos atrás meu pai foi assassinado. E esse é o ponto máximo da minha carreira como artista, porque eu escolhi perdoar. Há uma nova oportunidade, há perdão. Eu acredito no poder transformador da arte e eu decidi que ao invés de trazer dor e tristeza, quero que minha arte traga generosidade, fé e coisas boas”, disse Gabriel em um bate-papo com os detentos ao final do espetáculo.

53º Fenata

O 53º Fenata tem produção da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Fundação de Apoio à UEPG e Núcleo de Cultura Fauepg, com parceria da Estratégia Projetos Criativos, Fecomércio/SescPR, Teatro CECI, Secretaria Municipal de Cultura de Ponta Grossa e RPC, e apoio do Sicredi e GMAD por meio da Lei Municipal de Incentivo a Eventos Geradores de Fluxo Turístico – Secretaria Municipal de Turismo – Prefeitura de Ponta Grossa, e apoio da Copel por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice) – Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná.

Com informações da UEPG 

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