Sergio Moro projeta Paraná como o melhor estado do Brasil

Jurista, professor universitário e atualmente senador pelo Paraná, o maringaense Sergio Moro (União) é um dos nomes cogitados para disputar o Governo do Estado nas Eleições de 2026. Ele desponta na liderança na maioria das pesquisas eleitorais divulgadas até aqui. O Grupo aRede iniciou nessa sexta-feira (15), em parceria com o Blog do Doc.com, o primeiro episódio sobre as ‘Eleições 2026. Sergio Moro é o primeiro personagem a ser entrevistado.

No decorrer da conversa, Moro agradeceu o favorecimento a sua liderança para oGoverno Estadual em 2026 e destacou sua relação como grande opositor ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), bem como os cuidados e ações que devem ser implementadas para que o Estado do Paraná continue sendo exemplo para o Brasil.

Além disso, Sergio Moro destacou o seu apoio ao setor privado e à família, relembrou como suas ações culminaram no desenvolvendo da segurança pública no país, e como ele está se articulando para seguir fazendo frente ao Governo Lula. Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Portal aRede/Jornal da Manhã - O senhor, pela sua atuação em Brasília, representando o Paraná como senador, é colocado nas pesquisas de opinião bem a frente de outros pré-candidatos neste momento. Eu gostaria de saber qual é a sua avaliação disso e como o senhor avalia esta situação?

Sergio Moro (União Brasil) - Primeiro, eu fico muito contente de ver essas pesquisas que me apontam na liderança para o Governo do Estado do Paraná no próximo ano. A meu ver, isso reflete tanto um reconhecimento do trabalho que a gente fez no passado, como juiz e ministro da justiça, mas igualmente o trabalho que a gente faz presente lá no Senado. Eu acho que sou a voz de oposição mais ferrenha, mas também sensata contra o governo Lula, lá em Brasília e vivemos tempos tumultuados, inclusive, no qual a gente tem que lutar por democracia, por liberdade, por Estado de Direito. Tenho atacado este mal rumo que a diplomacia lulista tem colocado o Brasil. Em rota de colisão, inclusive, com os Estados Unidos. Então fico honrado com esta preferencia. Não vou deixar o estado do Paraná na mão. Entendo que teremos tempos difíceis à frente, inclusive a partir de 2027, mas claro que a gente precisa focar agora no que estamos fazendo la no Senado. As questões do país no presente. E já preparando, caso eu decida, realmente, concorrer ao Governo (Paraná), já ir estruturando um projeto para o nosso estado.

  

aRede/JM - Temos, realmente, que dar uma atenção a esse cenário de hoje, porque reflete no dia a dia das pessoas. Impostos, tarifas e tudo mais. O senhor que está lá (Senado), como o senhor está vendo essa questão e o que fazer para melhorar?

Moro - O grande problema hoje do Brasil é que o Governo Federal, ele acredita em um modelo de desenvolvimento baseado no Estado. Então, o que ele faz? Ele aumenta os gastos governamentais de maneira ineficiente. Inclusive com uma expansão de cargos públicos direcionados aos amigos do “rei”, vamos colocar assim. E do outro lado, como isso gera problemas fiscais, ele quer resolver o rombo fiscal arrecadando da população através do aumento de impostos. Não concordo com essa política. Acredito no indivíduo. Acredito na família. Acredito no setor privado e na sociedade. Aliás, a economia do Brasil, ela acaba superando essas dificuldades trazidas pelo governo apenas por sua pujança. O estado do Paraná é um exemplo. A pujança do setor privado, seja do agro, ou seja, dos outros setores da economia {...} É o que tem feito com que nós consigamos apresentar os resultados melhores do que os resultados em média do Brasil. Esta visão do crescimento econômico baseada no crescimento. Eu penso que este modelo, esta visão do crescimento econômico baseado na valorização do setor privado é o que temos que reproduzir aqui também no estado do Paraná. {...} Eu vejo muito, Eduardo, o Paraná muito acima da média do restante do país. Nós somos líderes na produção, por exemplo, de vários alimentos {...}, mas porque a gente não pode ser a liderança em tudo. Porque que no Paraná, a gente não pode ter aquela visão assim “Paraná em 1º lugar em todos os segmentos”. Este que tem que ser o objetivo. A gente precisa ser audacioso ao colocar um projeto para o Paraná. Agora esse projeto tem que ser um projeto muito diferente daquilo que a gente vê hoje no Governo Federal.  

aRede/JM - Senador, a gente vive aí um momento de polarização, né? Até esse embate agora do Governo Federal com o próprio presidente Trump dos Estados Unidos. {...} Brasil, esquerda, direita, mas a gente vê bastante o radicalismo {...}. Até se a gente for pegar um pouco da sua trajetória, a gente vê críticas da parte dos radicais de esquerda por conta de tudo o que envolveu a Lava Jato e as condenações envolvendo o presidente Lula. A gente vê algumas críticas por parte dos radicais de direita por conta da sua saída do ministério, enquanto esteve no ministério do ex-presidente Bolsonaro {...}. Como que o senhor vê esse cenário de polarização?

Moro - Eduardo, eu diria que eu sou independente. Eu claro, faço oposição ao governo Lula, mas eu não me enquadro em rótulos, não gosto desses rótulos. O que eu acredito é aquilo que eu mencionei, acredito na iniciativa privada, acredito na necessidade de proteção de direito de propriedade, acredito que a gente tem que resguardar a família, acredito num capitalismo que leva ao crescimento econômico, mas baseado numa concorrência leal, saudável e com uma marca muito especial que a gente tem aqui no Paraná, que é o cooperativismo. {...} Eu não sou daquelas pessoas que acredita que o meu sucesso depende do fracasso do meu vizinho, ao contrário, nós precisamos aí ter solidariedade. Agora, tem algumas marcas que também me são características, a integridade. Ninguém combateu mais a corrupção nesse país do que eu. Ninguém mais colocou bandido que roubou o erário público na cadeia do que eu {...}, mas eu posso dizer com orgulho e com honra que eu fiz a minha parte e fiz mais que qualquer outra pessoa nesse país, nessa matéria.

aRede/JM - O senhor tocou nessa questão da segurança pública. Existe uma atuação sua nesse sentido, inclusive com destinação aqui para Ponta Grossa para Guarda Civil Municipal, né? Explica para a gente como que o senhor tem trabalhado isso em outros municípios, obviamente, mas aqui especificamente?

Moro - Certamente, a gente tem as emendas parlamentares, muitas pessoas tentam demonizar {...}. Dentro dessas emendas, tenho destinado uma boa parte para segurança pública. Destinei para segurança pública do estado, inclusive para setores que muitas vezes não chamam tanto a atenção como a polícia científica, mas a gente sabe que se você investir em elucidação de crimes, o resultado disso é positivo para todo o estado do Paraná e tenho também destinado pontualmente recursos para as guardas municipais, inclusive para a Guarda Municipal aqui de Ponta Grossa, assim como de Maringá, assim como Foz do Iguaçu e vários várias outras cidades. Agora uma coisa só que eu queria dizer é para as pessoas prestarem atenção, que isso é muito importante nas eleições, verem se o que a pessoa fala corresponde ao histórico da vida dela {...}. Eu quero dizer, que acho que posso dizer isso com muita tranquilidade, que as minhas palavras correspondem aos meus gestos. As pessoas me conhecem pelo que eu fiz, né, na minha história e menos até em relação ao que eu falo, mas o que eu falo eu sempre cumpro e corresponde ao meu histórico. Acho que isso é essencial, porque falar é muito fácil, fazer que é o que faz a diferença.

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Assista à entrevista com o senador da República | Autor: Grupo aRede.

  

aRede/JM -  O senhor é senador pelo União Brasil. União Brasil que inclusive elegeu, entre as principais cidades do Paraná, a atual prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt. Como que está esse trabalho do partido que tem o senhor como principal liderança aqui no Paraná?

Moro - {...} O que eu também quero dizer aqui, até para responder mais diretamente a sua pergunta, as pessoas se preocupam na época das eleições com o quê? Com a pessoa e com o projeto. O partido acaba sendo uma preocupação posterior. As questões partidárias vão se resolver com o tempo. O União Brasil é um grande partido, um partido aí de direito e de centro-direita.  Tem é, ali no congresso dividido. Tem alguns que apoiam o governo, tem outros, nos quais eu me incluo, que são a oposição ao governo, mas eu sempre atuei com independência e sempre fui oposição a esse governo Lula. Então as pessoas sabem quem eu sou para fazer as suas escolhas do próximo ano.

aRede/JM - A sua relação, senador, com o atual governador Ratinho Junior. Ele tem o governo bem avaliado nas pesquisas, né? A gente sabe que ele vai apresentar um nome para ser o candidato apoiado por ele nas próximas eleições. Temos três nomes que têm despontado dentre aqueles que compõem o grupo do atual governo, que são dois dos secretários, o Guto Silva, também o ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca e também o atual presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Alexandre Curi. Um desses deve ser o candidato a vir apoiado por ele. O senhor tem algum contato político ou é realmente uma relação mais republicana como representante do Paraná no Senado?

Moro - Eu tenho uma relação normal, cordial com o governador Ratinho Junior. Tem as questões importantes aqui para o estado, evidentemente tem sempre que tratar desses assuntos, vamos lembrar que passamos inclusive para uma reforma tributária no qual esse equilíbrio federativo foi objeto de discussão. O governador tem o plano de se apresentar como candidato a presidente. É um player. Isso é reconhecido nacionalmente. Temos que ver se esse plano vai ou não ser viabilizado, porque a presidência, o pessoal muito diz isso é destino, não é uma coisa simples {...}.  Então eu respeito o governador, respeito os planos dele. Eu tenho aqui o meu projeto. O que eu posso dizer é o seguinte, nacionalmente, e isso o eleitor paranaense pode reconhecer que eu cumpri minha palavra em 22, eu não fui apoiado nem pelo Ratinho e nem pelo Bolsonaro para o Senado. Mesmo assim eu ganhei a eleição, porque também tem uma coisa. Eu acho que o candidato, ele tem que ter o valor por ele mesmo, e não o valor para alguém que o apoia. Se tiver o apoio, parabéns, mas ele, ser um candidato, só pode ser viabilizado se ele tiver o apoio de uma outra pessoa, a meu ver, daí falta a ele a substância necessária para ele se apresentar como candidato, porque daí acaba sendo uma espécie de uma marionete.

  

aRede/JM - Senador, uma outra questão. O senhor comentou dessa questão partidária, obviamente que na hora de destinar o voto, como o senhor disse, o eleitor, ele olha mais a pessoa realmente {...} Mas no país, vivemos um sistema eleitoral em que a pessoa precisa ser filiada a um partido para poder ser candidato {...} Qual o grupo político do senador Sergio Moro? Será que ele teria uma composição? {...} Aonde que eu quero chegar. O União Brasil está passando por uma federação com o Progressistas (PP). O PP, no Paraná, tem como principal figura o Ricardo Barros (PP) que tem aí um uma ligação com o atual governo do Ratinho Junior, mas ele caminha com as próprias pernas. Ele tem aí uma representatividade no cenário político no Paraná. O senhor tem conversado com ele a respeito da federação? O senhor acredita que numa futura possível candidatura sua, ele teria um papel preponderante ou o senhor ainda não conversou com ele?

Moro - Olha, essas configurações partidárias, essas formações, elas vão ser resolvidas aí com no decorrer do tempo. Essa questão de grupo político é muito relativa {...} Essas construções vão ser feitas aí no decorrer do caminho. O União Brasil, o PP, todos eles têm vários personagens políticos. Pessoas talentosas, pessoas que eventualmente podem contribuir e outras talvez não. {...} É muito cedo para dizer onde cada peça vai se encaixar na construção desse tabuleiro.

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